Amantes
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Neste “neo-noir” da também actriz Nicole Garcia, co-escrito por ela e Jacques Fieschi, uma mulher vai às ilhas Maurícias com o marido, encontra lá o ex-namorado que tinha desaparecido três anos antes e volta a envolver-se com ele. Dividido em três partes e com Stacy Martin (“Ninfomaníaca”) à frente de um elenco composto também por Pierre Niney ("Yves Saint-Laurent") e Benoît Magimel ("A Pianista"), “Amantes” esteve em competição na edição reduzida de 2020 do Festival de Veneza. PÚBLICO
Críticas Ípsilon
A corrida para um beco noir sem saída
A lógica inescapável de uma corrida para um beco sem saída.
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Amantes
Fernando Oliveira
Paris, Lisa (Stacy Martin) e Simon (Pierre Niney) são namorados, amam-se naquela altura da vida em que ainda não nos preocupamos com as consequências das escolhas que fazemos. Ela estuda numa escola de hotelaria, ele trafica droga. Uma noite os dois jantam em casa de um cliente de Simon, um amigo rico; este morre com uma overdose. Lisa e Simon combinam fugir juntos; mas Simon abandona-a. Lisa entra em deriva, casa com homem mais velho com um cargo importante numa seguradora; três anos depois do acidente, numa viagem à ilha Maurício, reencontra Simon a trabalhar no hotel onde está hospedada. As mágoas estão dolorosamente presentes, mas o amor entre os dois tudo subjuga. Ele segue-a, quando ela e o marido regressam a casa na Suíça. “Amantes” é pois um melodrama, mas há um sufoco crescente na forma como Nicole Garcia encena as relações entre os três personagens, o destino a enleá-los numa teia endurecida pelo peso que carregam do passado. Pressentimos logo que todos têm o destino já marcado, e não será um final feliz. Quando o assassínio se torna numa hipótese de “fuga” a esse sufoco, o filme deixa-se entranhar pela ambiências do noir. Lisa, Simon e Léo (Benoît Magimel, o marido) são personagens tanto ambíguas e cruéis como tristes e comoventes; tão perigosas na sua imprevisibilidade como frágeis porque reféns de emoções descontroladas; estão “perdidos” nesta contradição, são definidos também por coisas muito feias; há um confronto violento entre o amor de Lisa por Simon e o conforto que o dinheiro de Léo lhe proporciona, também há por aqui a “luta de classes”, confronto que só se resolve na fatalidade. O melodrama desfaz-se no noir. É bonita a forma como a realização de Nicole Garcia se equilibra neste “estremecimento” causado pela mistura dos dois géneros, o melodrama e o noir. E como me toca a tristeza que Lisa carrega durante todo o filme, a vertigem daquele impulso em que decide o seu “final”. No noir a redenção nasce do “castigo”, não traz consigo a felicidade. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")
3 estrelas
José Miguel Costa
Filme francês
Sónia Matias
Julgo ser mais um filme francês de qualidade e ainda bem que estão a haver outras vezes novas oportunidades cinematográficas..
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