The Florida Project

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Drama 111 min 2017 15/02/2018 EUA

Título Original

The Florida Project

Sinopse

<div>Florida, EUA. Moonee tem seis anos e vive com Halley, a mãe, num motel de beira de estrada próximo do parque da Walt Disney. Ela é alegre e inteligente e os seus dias são passados a brincar com as crianças que ali habitam; já Halley é uma jovem inconsequente que sobrevive graças a subsídios estatais e alguns biscates mais ou menos legais. Mas é Bobby, o gerente, quem vai garantindo a segurança necessária àquele pequeno grupo de crianças, que o olham como se de um verdadeiro pai se tratasse…</div> <div>Estreado no Festival de Cinema de Cannes, um filme dramático escrito e realizado por Sean Baker ("Tangerine"). No elenco participam os actores Brooklynn Prince, Christopher Rivera, Valeria Cotto, Aiden Malik, Bria Vinaite e Willem Dafoe, entre outros. PÚBLICO</div> <div> </div>

Críticas Ípsilon

O motel da aventura

Jorge Mourinha

Quase sem sair de um pardieiro da Flórida, Sean Baker constroi uma polaroid à la minuta de uma realidade americana para a qual ninguém costuma olhar. Com uma miúda de seis anos a roubar o filme como quem não quer a coisa.

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O Castelo Mágico

Luís Miguel Oliveira

Evocação poderosa do contraste entre uma América de fantasia e uma América feita de motéis ordinários e sobrelotados. Sean Baker, que tem entre os seus heróis os "realistas" britânicos como Ken Loach e Mike Leigh, talvez tenha conseguido estar, em pleno, à altura desses modelos: na relação com espaços reais, na relação com as criaturas ficcionais que os habituam e nas ressonâncias politico-sociais que assim se despertam.

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Críticas dos leitores

Isto não é um conto de fadas

Helena Amaro

Quanto cabe dentro de um filme? <br /> A crise de quem se viu a viver num motel e vê casas inacabadas em frente, também elas despojos da crise, a arderem na pira da raiva; A arquitectura dos espaços, onde os moradores transitórios se eternizam e que passam sempre à porta uns dos outros e, assim, os utilizadores de uma noite cedem o lugar aos vizinhos que se vigiam, para o bem e para o mal; <br /> A ausência de um espaço comum de refeições, de convívio ou de conforto, empurrando os convívios para a piscina, a lavandaria ou a caixa de escadas; <br /> Um espaço de (não) ligação entre os motéis-habitação social que se olham reciprocamente, com ruas sem saída e atravessamentos pelos campos, com animais perdidos no espaço intermédio, que se torna um lugar de aventuras, com chuva e árvores e um quase safari; as televisões ligadas o tempo todo e os ganapos entediados com a comida a que falta o fogo da casa, valendo-lhes os gelados que marcam o verão; <br /> Mas, acima de tudo, um grupo de mulheres com os seus filhos, tolhidas por todas as precariedades - a casa, o trabalho, a comida, o dinheiro, os afectos. <br /> E a pergunta que fica a apertar a garganta: Mooney era uma criança em festa permanente com a mãe ou era uma criança em perigo? Fica, dias a fio, a corrida das duas ganapas a fugirem com toda a pressa do mundo, com a urgência de quem foge da realidade que não é um conto de fadas, em direcção ao castelo de uma princesa da Disney qualquer - aquele choro e aquela fuga não têm par e, como a ferrugem, corroem sempre, nunca dormem. Cinema é isto.
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Homeless/O outro lado do paraíso

Raul Gomes

Agradável filme, muito à custa da interpretações das crianças, em especial de revelação Brooklinn Prince, e do comovente/revelador talento na interpretação do actor mais multifacetado, das últimas décadas, a par de Woody Harrelson, Harry Dean Stanton e de Phelip Seymour Hoffman , estes dois últimos desaparecidos o ano passado. Segurança na realização do filme, apesar dos abruptos cortes na montagem e importante papel de guardião/anjo Dafoe, protector das crianças no "seu" paraíso, que o descobrem finalmente no frame final. Fabuloso.
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4 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

Depois de em 2014 ter-nos surpreendido com "Tangerine" (filmado na íntegra em IPhone), Sean Baker regressa com "The Florida Project" (desta feita filmado em formato 35 mm). <br />Felizmente, continua desruptivo, insistindo em mostrar ao mundo a América esquecida que não se integra no "great again". Se no passado explorou a temática transgénero, na presente obra expõe-nos perante as histórias de (des)encantar dos excluídos da sociedade que (sobre)vivem no limiar da pobreza nas traseiras do "local mais feliz do mundo" (o parque de diversões da Disney), "emparedados" entre faustosos cartazes publicitários kitchs. E fá-lo com pureza/humanismo, realismo (ou melhor, "neo-realismo") e simplicidade (a narrativa "limita-se" a descrever, sem romantizações, o quotidiano/rotinas dos residentes - em constante trânsito - de um motel barato de beira de estrada, num híbrido de comédia de erros e drama social - recusando a adopção de clichés de "fazer chorar as pedras da calçada" e sem "ladainhas" miserabilistas ou sociológicas), recorrendo para o efeito a uma linguagem quase documental (que nos embrenha numa espécie de quase reality show, tal é o naturalismo dos seus diálogos - captados, múltiplas vezes, com uma frenética câmara de mão). <br />Sean Baker veicula também a sua mensagem através da "linguagem das cores", utilizando tonalidades contrastantes consoante filma cenas exteriores (com cores pastel garridas e recurso a lentes angulares e câmara estática, resultando em magníficos planos abertos) ou interiores (pouquíssimo iluminadas) - qual alegoria à América, que projecta para fora uma imagem que não corresponde à sua realidade interna. <br /> <br />Apesar de todos estes atributos, o filme seria muito "menor" se não contasse com as magníficas interpretações das crianças (que até parecem nem seguir qualquer guião), nomeadamente o furacão de 7 anos, Brookklynn Prince (onde é que ele foi desencantar aquela super miúda?!). E depois há ainda ... "aquele" final arrebatador!
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