Dos Homens e dos Deuses

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Drama 122 min 2010 M/12 11/11/2010 FRA

Título Original

Des hommes et des dieux

Sinopse

Um mosteiro localizado no meio das montanhas da Argélia, na década de noventa. Oito monges católicos franceses vivem em harmonia com a população muçulmana, até que, progressivamente, a violência e o terror tomam conta da região. Apesar das ameaças, os religiosos decidem resistir ao terrorismo e ficar, conscientes do preço dessa escolha.<br/> Esta é a história verídica dos monges de Tibhirine, raptados e assassinados por um grupo de fundamentalistas islâmicos durante a guerra civil argelina, em 1996.<br/> Realizado pelo actor e realizador Xavier Beauvois, foi o filme vencedor do Prémio Especial do Júri em Cannes 2010 e foi o filme seleccionado para representar a França nos Óscares de 2011.<p/>PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Dos Homens e dos Deuses

Vasco Câmara

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A fé dos homens

Jorge Mourinha

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Críticas dos leitores

Testemunho de Fé

Jorge Sousa

Gostei imenso. É um tema bem atual, sobre o conflito do Estado Islâmico com o mundo ocidental e, em particular, contra os cristãos. <br /> Como católico e como homem, fez-me refletir sobre a vida e sobre a fé. Sobre a capacidade de homens amarem de tal modo a Deus que dão a sua própria vida, tal como Cristo, por amor.
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Um filme extraordinário sobre paz, fraternidade e tolerância

João Luz

Um filme extraordinário sobre paz, fraternidade e tolerância. Retrata a forma de vida de uma pequena comunidade de oito monges trapistas nas longínquas montanhas do Atlas, e do seu convívio com a comunidade árabe residente na proximidade. O episódio em que os monges rezam em conjunto com muçulmanos num baptizado, sublinha a mensagem de tolerância. Disruptiva é a ameaça terrorista que obriga a comunidade a equacionar a permanência ou a fuga. Segundo um frade a comunidade é como um bando de pássaros nos ramos de uma árvore que não decidiu se parte ou se fica. Segundo o patriarca da aldeia muçulmana, o mosteiro representa os ramos da árvore e a aldeia os pássaros, pois não subsistirão sem a comunidade religiosa. Não há heróis nem vilões. Os monges decidem ficar porque tal resulta naturalmente da sua escolha inicial. Os terroristas não são demónios. São pessoas. Os militares indignam-se quando um monge ora junto ao corpo de um terrorista que havia sido morto sob custódia. Não há julgamentos. Os monges desaparecem no filme como na vida real. Resta a falta de sentido das mortes. Dos monges e dos civis.
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Perante a visão do martírio

Nazaré

Eu prefiro ver neste filme a revelação de como estes homens se tornaram mais próximos da sua missão divina na terra, perante a possibilidade do martírio como parte da escolha de vida que haviam feito. Se há um apelo a sair da zona de conforto, aqui o vemos de maneira bem radical! A cena de reunião em que finalmente votam sobre ficar ou não no mosteiro do Atlas (argelino) dá ocasião a cada um de expressar o seu próprio percurso interior e é rematada por um discurso profundo sobre a dimensão espiritual da nossa existência. Filme invulgar e, para vê-lo, até faz pouca diferença ser-se crente ou não-crente.
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Dos Homens e dos Deuses

Fernando Costa

“Dos Homens e dos Deuses” chega ao circuito comercial português após em Maio último ter sido premiado com o Grande Prémio do Júri no festival de Cannes (o prémio mais apetecido após a Palma de Ouro) e ter recebido duas nomeações para os European Film Awards (Melhor Filme e Fotografia). O filme conta a história de um grupo de monges franceses que habitam um convento na Argélia, país em tumulto com governo e terroristas em estado de guerra. Cabe aos monges decidirem se permanecem ou saiam da Argélia e se regressam ao seu país de origem. “Dos Homens e dos Deuses” é uma reflexão sobre homens e fé e sobre os homens de fé. Xavier Beauvois, que participou na escrita do argumento, dirige este filme quase “imaculadamente” fazendo-nos sentir o quotidiano destes monges, as suas certezas e dúvidas mas sobretudo fazendo-nos sentir a sua fé – Beauvois é especialmente bem sucedido nas sequências de celebração religiosa dos 8 monges elevando-as ao estado de graça transmitindo uma poderosíssima força. Não podemos deixar também de chamar a atenção para a sequência perto do fim a que podemos chamar “A Última Ceia” - é deliciosa. “Dos Homens e dos Deuses” é um filme como há muito não se via para nos fazer reflectir sobre a fé. Não percam. **** (4/5)
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Um filme exemplar

Carlos Lopes

1. Já vi o filme aqui em Bruxelas, já comprei e li vários livros escritos pelos Monges que o filme tão bem retrata e li entrevistas dos principais actores e do realizador do filme; 2. O filme interpreta magistralmente a história real vivida pelos Monges, num cenário de sonho; 3. Registe-se que os actores antes das filmagens estiveram num Convento para apreende o "vécu" da vida monacal; 4. Sublinhe-se que o filme não aponta os fundamentalistas como executores do massacre. As autoridades militares francesas conhecem bem a operação que provocou a morte dos Monges, tal como a conhecia o Senhor Bispo de Orão, também ele assassinado. Basta ver quem foram as pessoas raptadas naquela zona na noite do rapto dos Monges para perceber rapidamente como foi desenhada a operação; 5. Qualquer pessoa moderada com Espiritualidade Religiosa e/ou Laica não pode deixar de ficar fascinada com este filme. Em França, já viram este filme cerca de 3.000.000 de pessoas e este filme já foi utilizado como abertura para debates entre Cristãos e Islamitas em vários Países Europeus; 6. Este filme é um dos filmes da minha vida. Nunca esquecerei as Lições de Humanismo, de Diálogo e de Fraternidade que ele contém exuberantemente. Este filme é uma lição de vida! Vida simples, despojada mas muito, muito bela!
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Quero ser frade

Raúl Reis

Num mosteiro na Argélia durante os anos 90 residiam oito frades católicos franceses. Os monges viviam uma plena integração e entendiam-se com os muçulmanos com a maior da naturalidade. Um ataque terrorista lançou o terror e a desconfiança na região. O exército propôs aos monges protecção mas eles recusaram. E decidiram continuar a viver na abadia apesar dos riscos que estavam cada vez mais presentes. O filme de Xavier Beauvois inspira-se com bastante liberdade da história dos monges de Tibhirine que foram massacrados em 1996. Revelar este elemento não estraga o prazer de ver o filme. É talvez importante sabê-lo já que aqueles homens tinham também consciência de que a sua presença naquele local era uma sentença de morte sem data marcada. O realizador, declaradamente ateu, optou por se afastar do documentário ou da crónica política. Nunca procura elucidar o mistério que até hoje conhece várias versões. Beauvois propõe as questões mais profundas, mais eternas e universais. “Dos Homens e dos Deuses” começa por partilhar o quotidiano dos frades: do cultivo das hortas às orações, passando pelas discussões teológicas e filosóficas entre eles ou com os moradores da região. Dá vontade de viver ali; naquela calma e naquelas paisagens. O realizador consegue criar um ambiente monacal e fazer assim um filme simples e sem adornos. Mas a calma não resiste. A aparição de um grupo fundamentalista islâmico cria uma perturbação na região e na vida dos frades. “Dos Homens e dos Deuses” entra na fase de confronto, colocando como protagonista a fractura religiosa que perturba a vida de todos. A vida de retiro passa a ser uma vida de interrogações. Os religiosos começam a discutir as razões da sua presença. Ficar e apoiar a população ou fugir ao sacrifício que parece inevitável? E a pergunta final é colocada por um deles: “que faria Deus nesta situação?”. Estes momentos são o coração de “Dos Homens e dos Deuses”. O debate vai agitar a pequena comunidade de frades e o realizador opta por mostrar absolutamente todos os pontos de vista. Chega-se a um ponto em que a questão se coloca também ao espectador. Que faria eu neste caso? Ficava? Fugia? “Dos Homens e dos Deuses” propõe magníficos momentos de cinema jogando com os contrastes do pacífico ambiente do mosteiro e um helicóptero que sobrevoa a região. Beauvois, em momentos de grande inspiração, hipnotiza com os cantos religiosos, as caminhadas dos frades no nevoeiro ou com uma “última ceia” que resume nos rostos dos actores todas as questões existenciais que a película coloca. Este trabalho de Xavier Beauvois é o melhor da sua cinematografia. Curiosamente, trata-se de um homem que passou anos a mostrar sexo, drogas e rock’n’roll e que aqui se afasta dos ambientes que melhor dominou para filmar um grupo de monges que não tem nada de sensual nem de atraente para o grande público. Contudo, “Dos Homens e dos Deuses” está a obter excepcionais resultados de bilheteira em França, país onde as qualidades deste filme raro e original não deixam de ser lembradas por toda a crítica. Infelizmente, Cannes – onde o trabalho de Beauvois esteve em competição - achou que histórias de macacos com olhos vermelhos vindos da Tailândia podiam ser mais universais e actuais que este trabalho extraordinário.
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