A Lula e a Baleia

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Comédia Dramática 81 min 2005 M/16 15/06/2006 EUA

Título Original

The Squid and the Whale

Sinopse

Bernard Berkman (Jeff Daniels), académico e escritor, e a sua insatisfeita mulher Joan (Laura Linney), aspirante a escritora, desistiram do seu casamento. Os seus dois filhos, Walt, de 16 anos e Frank, de 12, lutam com os seus sentimentos confusos e conflituosos. Para um a passagem para a idade adulta é comovente, mas para o outro é dolorosamente prematura. <p/>PUBLICO.PT

Críticas Ípsilon

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Críticas dos leitores

A íntima crueldade

Rita Almeida (http://cinerama.blogs.sapo.pt/)

Após 16 anos de casamento, Bernard (Jeff Daniels) e Joan (Laura Linney) decidem separar-se. O seu casamento estava já esgotado, mas o fim é acelerado pela arrogância dele e pela infidelidade dela, ao mesmo tempo que o declínio da carreira literária de Bernard choca com o repentino sucesso de Joan. Entre outros, eles cometem o erro de estabelecer uma custódia conjunta, o que implica que os seus dois filhos Walt (Jesse Eisenberg), o adolescente, e Frank (Owen Cline), o mais novo, passem dias alternados com cada um dos pais. Walt e Frank tomam os seus partidos nesta disputa, e, cada um à sua maneira, expressa a sua revolta. O papel de “mau” é inicialmente feito por Bernard, ele é frio e amargo, mantendo-se arrogante perante a rejeição e dividindo o mundo entre intelectuais (que gostam de livros e filmes interessantes) e filisteus (que não).<BR/><BR/>Bernard é uma personagem da qual não se gosta totalmente nem se admira, mas Daniels é soberbo ao camuflar todo o seu sofrimento com uma maldade forjada. As falhas de Joan (mais uma boa prestação de Laura Linney) acabam por também vir à tona e a empatia pela falta de inteligência emocional que os caracteriza é inevitável.<BR/><BR/>“The Squid And The Whale” tem algo de auto-biográfico e isso nota-se. Noah Baumbach, co-argumentista de “The Life Aquatic With Steve Zissou” (2004), enche o filme de detalhes e diálogos impregnados de autenticidade, a crueldade (intencional e fortuita) de todas as personagens é demasiado íntima para não reflectir a feia verdade da vida familiar.<BR/><BR/>Além disso, Jeff Daniels usa roupa que pertenceu ao pai do realizador (o escritor Jonathan Baumbach; a mãe é Georgia Brown, crítica de cinema); muitos dos livros que aparecem nas estantes dos Berkman pertenciam aos pais de Baumbach, e este também foi um adolescente de Brooklyn no final da década de 80.<BR/><BR/>O título do filme refere-se a uma instalação no Museu de História Natural de Nova Iorque, onde uma lula luta com uma baleia, uma memória feliz da infância de Walt, e uma metáfora para a luta entre Bernard e Joan. Ou um piscar de olho aos documentários sobre a vida animal, afinal de contas também a natureza humana é digna de uma observação científica.<BR/><BR/>A fraqueza de “The Squid And The Whale” é o caminho melodramático que a angústia das personagens acaba por tomar sem que os seus problemas se resolvam. Apesar de momentos extremamente cómicos, “The Squid And The Whale” torna-se por vezes incómodo e perturbador, porque representa a queda das ilusões românticas (neste caso, dos "hippies" dos anos 60). O choque da realidade pode ser traumático em qualquer idade. Para Walt é perceber que o seu pai e a sua mãe, e por isso ele mesmo, são seres com falhas. Apenas humanos. Nota: 7/10.
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Retratos de família

Pepe

Por muito que se fale da universalidade dos sentimentos neste retrato de um casamento em frangalhos, a história de Noah Baumbach é muito particular e desconcertante. Sem deixar de emanar um amor pelos pais que lima as arestas mais traiçoeiras, "A Lula e a Baleia" tenta reencontrar o regaço materno e a reconciliação familiar colando memórias de disfuncionalidade que, em última análise, acabam por resultar cómicas e bastante ternurentas. O retrato que Jeff Daniels compõe do intelectual ressabiado procurando nos filhos a caução que já não tem no meio académico é tão realista que incomoda e a dona de casa com aspirações literárias de Laura Linney é exemplar no seu abandono e frustração, sem nunca deixar de ser a mãe-galinha e figura de estabilidade a quem os filhos recorrem, sem saberem exactamente porquê. Um filme de amores confusos mas intensos, uma demonstração de entrega dos actores e, acima de tudo, um exercício de escrita rico e subtil. A não perder.
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As lulas e o divórcio

António Cunha

Se não estranha que Jeff Daniels e Laura Linney se aprumem a cada novo filme, são os dois jovens actores, Jesse Eisenberg e Owen Kline (filho de Kevin) que conferem maior brilhantismo ao drama. Sem perder dinâmica ao longo dos seus oitenta e um minutos, “A Lula e a Baleia”, acaba por ser uma vitória pessoal para o realizador que, ao mesmo tempo que realiza um magnífico filme, também consegue abordar as suas feridas e memórias de adolescência. Uma forma deliciosamente rude de filmar – onde se nota o grão da imagem – remete para uma estética muito 70’s/80’s. “Hey You” dos Pink Floyd está, como sempre esteve, extremamente actual e aqui inserido nas complexas questões do divórcio. Noah Baumbach é, desde já, um jovem realizador muito promissor.<br/><BR/>Concordo absolutamente com João Lopes, distinto crítico do DN, que afirma que “The Squid and the Whale – A Lula e a Baleia” é um dos melhores filmes americanos de 2006. E este ano têm sido muitos e bons filmes americanos a melhor exibir a emoção da sétima arte. Por tudo isto, porque estará este filme em exibição somente em duas salas de Lisboa? Seria bom que a malta que acorreu massivamente ao código passasse por estas duas salinhas também... Nota: 3,5/5.
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