Os Sonhadores

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Drama 115 min 2003 M/16 06/05/1999 GB, FRA, ITA

Título Original

Sinopse

Deixados sozinhos em Paris enquanto os pais partem de férias, Isabelle (Eva Green) e o seu irmão Theo (Louis Garrel) convidam Matthew (Michael Pitt), um jovem norte-americano, a ficar no seu apartamento. Vão então estabelecer as suas próprias regras e experimentar emoções e sexualidade, dedicando-se a um sem-número de jogos mentais de grande exigência. Passado no turbulento palco político da França da Primavera de 1968, quando a voz da juventude reverberava pela Europa, o filme de Bernardo Bertolucci conta a história da auto-descoberta de três estudantes que se testam uns aos outros para ver até onde conseguem ir. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Alguma esperança...

Mário Jorge Torres

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Universal

Luís Miguel Oliveira

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Os Sonhadores

Kathleen Gomes

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Críticas dos leitores

Imagens que pensam

José Maria Belo

"A petition is a poem <BR/>and a poem is a petition"<BR/>Georges Fontaine, 1966<BR/><BR/>Algumas imagens:<BR/>- Matthew acorda aflito para mijar a meio da noite na casa desconhecida dos amigos irmãos Isabelle e Théo, procura por entre as muitas divisões e corredores estreitos (uma casa de <em>meandros</em>) a casa de banho tão desejada, encontra-a, abre a torneira do lavatório e começa o alívio. <BR/>Imagem de água e mijo a misturar-se e uma escova de dentes (a de Théo) que cai no líquido.<BR/>- Matthew e Isabelle fazem amor no chão da cozinha enquanto Théo faz ovos estrelados. Matthew não sabia que Isabelle era virgem e agarra-se a ela com intensa paixão.<BR/>- Banana vinda do lixo. Matthew tira a casca, retira um pedaço pequeno de cima e espeta o dedo por cima separando a banana em três partes perfeitas enquanto os outros o observam e depois comem.<BR/>- Banho conjunto dos três. Um espelho tripartido em que vemos a imagem de cada um deles. Uma câmara de filmar improvisada com um buraco na espuma.<BR/>- Remontam à infância com uma surpresa criada por Isabelle: uma tenda em que adormecem os três nús com velas acesas ao fundo. Acordam com uma pedra que partindo o vidro entra pela sala dentro - é o Maio de 68!<BR/>- Cenas de filmes antigos ao longo do filme que imaginamos serem os filmes preferidos da vida de Bertolucci e que ficamos com vontade de ver. <BR/><BR/>Gostei do filme, deixou-me a pensar: cinema, política, música, sexo e filosofia. A banda sonora é maravilhosa, a casa onde se mexem tem segredos a descobrir, as pessoas e as relações não são regras nelas mesmas: a história ainda está por escrever. Um filme fotografia em movimento em que me senti entrar e tenho gosto em recordar... de um erotismo tremendo.
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Já acordaram?

P. A.

Já li de tudo um pouco... burla, obra-prima, textos bonitos e anónimos... enfim, toda uma série de reacções que demonstram estarem já acordados. Eu, que adoro sonhar, aproveitei mais um bocadinho... Assim que saí do cinema, entorpecido por uma guitarra mágica, abandonei a rua, deixei para trás a manifestação e "regressei" ao fabuloso apartamento dos pais de Isabelle e Theo. Desde então, não me cansei de vaguear pelos seus labirintos, de apreciar as suas divisões... não pude deixar de me meter naquela banheira, não me cansei de olhar para Isabelle, para o seu corpo magnífico...repararam?! Por vezes, a história é não haver história ou, melhor ainda, ignorar a história. Que me interessam a mim os seus diálogos fúteis, os seus jogos despropositados, se tudo isso acontece num apartamento cheio de deliciosos pormenores! <BR/>Demoraram-se nos contrastes, de opulências e de "coxias"... no quarto que, quando se abria, quando se espreitava, se ouvia: " I'm a spy... in the house of love...", jantaram na cozinha? partilharam a banana?! O avô Bernardo resolveu oferecer-nos um quadro e embalar-nos com músicas que já não existem... queriam uma historinha? Não se acanhem, entrem e fiquem à vontade, disfrutem... Eu, acabei de bater a porta... mas hei-de cá voltar.
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Já acordaram?

P. A.

Já li de tudo um pouco... burla, obra-prima, textos bonitos e anónimos... enfim, toda uma série de reacções que demonstram estarem já acordados. Eu, que adoro sonhar, aproveitei mais um bocadinho... Assim que saí do cinema, entorpecido por uma guitarra mágica, abandonei a rua, deixei para trás a manifestação e "regressei" ao fabuloso apartamento dos pais de Isabelle e Theo. Desde então, não me cansei de vaguear pelos seus labirintos, de apreciar as suas divisões... não pude deixar de me meter naquela banheira, não me cansei de olhar para Isabelle, para o seu corpo magnífico...repararam?! Por vezes, a história é não haver história ou, melhor ainda, ignorar a história. Que me interessam a mim os seus diálogos fúteis, os seus jogos despropositados, se tudo isso acontece num apartamento cheio de deliciosos pormenores! <BR/>Demoraram-se nos contrastes, de opulências e de "coxias"... no quarto que, quando se abria, quando se espreitava, se ouvia: " I'm a spy... in the house of love...", jantaram na cozinha? partilharam a banana?! O avô Bernardo resolveu oferecer-nos um quadro e embalar-nos com músicas que já não existem... queriam uma historinha? Não se acanhem, entrem e fiquem à vontade, disfrutem... Eu, acabei de bater a porta... mas hei-de cá voltar.
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Porquê sonhadores?

Maria do Carmo

Não sou crítica de cinema, por assim dizer. Não sei dizer se este filme de Bertolucci é o seu melhor ou o seu pior, mas gosto de comentar aquilo que vejo e o que vi neste filme não me disse nada. É certo que não me identifico com a juventude da época em que o filme se passa, embora tenha passado parte da minha adolescência em Portugal antes de 1974. É certo que não sei avaliar o que é ser irmã gémea de alguém, embora saiba o que é ter um irmão com quem se partilham experiências de vida. Não consegui sequer perceber qual a verdadeira mensagem do filme. Acredito que o facto do filme se passar naquela época e naquele lugar, tivesse uma razão de ser. Eu é que não entendi qual era. Da mesma forma que não entendi o que é que isso tinha a ver com a história do "trio cinéfilo-amoroso". Decididamente, não devo fazer parte do público-alvo a quem este filme se dirige.
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Burla

su

Burlada. Burlada é o que me sinto. É pena que se vá ao cinema à procura de um filme passado no dito "turbulento palco político da França da Primavera de 1968" e se seja confrontada com cenas descontextualizadas de sexo explícito. Claro que a França da Primavera de 1968 estava presente, durante os primeiros 15 minutos de filme e quando a imagem se dirigia aos movimentos de rua que se viam da janela. De resto...
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Sonhar

Patrícia Franco

Gostei bastante do filme, em que três jovens apaixonados pelo cinema vivem juntos por um período de tempo. Enquanto decorre o mês de Maio de 68, eles estão algo alheados do que se passa à sua volTa, sonhando e partilhando ideias e experiências, e descobrindo-se uns aos outros. Pedaços de filmes antigos estão deliciosamente inseridos ao longo de "Os Sonhadores", título que diz tudo. É pena que as mentalidades mudem tão devagarinho e que este filme tenha chocado e enojado tanta gente...
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Poemas e petições

ananónima

Parece que Bertolucci continua colado a estética da carne fresca, o que mais uma vez acaba por funcionar no filme, que tresanda ao romantismo, de paris à leveza dos linhos erotizados das personagens, do sol dos braços em punho de Jean-Pierre Léaud x 2 à chuva filtrada pelas grades enferrujadas, filtradas pelo momento em que Matthew desvirgina fisicamente Isabelle enquanto Theo estrela ovos... O maio de 68 não chega a entrar em casa senão no final, através de uma pedra que parte o vidro e a morte pelo gas. Nem precisa porque a revolução já está por todo o lado; a do americano e não a dos gémeos cujo purismo exagerado os estagnou prisioneiros no país das maravilhas falsas. <BR/>Não é um filme intemporal, apesar da alusão eficiente às dezenas de preto e branco revividas pelos três antes dos joguinhos do tipo verdade ou consequência, mas também não é totalmente histórico, não sei porquê. Há uma presença constante de comparações cinematográficas, políticas, filosóficas, quase tudo ultrapassado pela consciência de uma harmonia cósmica que, no caso, aparece sobre a forma de um isqueiro cuja geometria se adapta aos quadrados da toalha da mesa da mesma maneira que ao nariz de Isabelle.<BR/>Agora, porque é que os pais se vão embora "pé ante pé" assim que assistem à exposição "soft porn", acolchoada pela inocência da tenda, é que não se consegue perceber. Ainda assim, é filme para rever uma quantidade de vezes quando a nostalgia do onírico, fraco demais para se fazer valer no futuro, nos renasce de certa maneira como uma espécie de cinzas do 25 de Abril ou coisa do género. Poemas em casa e petições na rua. A revolução em ambos os lados.
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Foi em 68...

F. J. Forte

Bertolucci, que brindou já a cinematografia mundial com alguns filmes inesquecíveis, presta agora tributo a uma geração de "soixante-huitards", da qual ele próprio terá feito parte, através de um filme desigual, com momentos muito interessantes e outros que reproduzem clichés universais. Clichés à parte, gostei dos actores, fisicamente exactos para os papéis que desempenham, e das homenagens a Greta Garbo, Marlene Dietrich, ícones cinematográficos mundiais e imagens sexuais inesquecíveis (já que de sexo também se trata no filme), a Chaplin e Keaton. Se bem que algumas das cenas sexuais possam roçar o mau gosto (como a cena do sangue após a desfloração e do sangue da menstruação no banho), fica a apologia(?) do revolucionário Bertolucci em relação à revolução quando, no final, os irmãos optam por lançar os "coktails" molotov contra a polícia. No final, enquadrando tudo, a canção de Piaf "Non, je ne regrette rien", como quem diz, não, não lamento, não me arrependo de nada.
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Uma visão decadente?

V. G.

Um Bertolucci é sempre um Bertolucci. Mas este mistura alguma pobreza cinematográfica com leituras políticas e eróticas de uma certa juventude das classes médias do Maio de 68. Êsses jovens estão mais empenhados numa vida de aparências, que a sua obsessão pelo cinema amplia, bem apoiados financeiramente pelo papá mesmo que este seja um poeta sonhador à procura de uma "outra sociedade". Tudo bem no conforto de uma antiga e bela casa - "et pour cause". As ideias pró-maoistas dos pequenos e as manifestações são desmontadas por um jovem americano, de passagem pela cidade-luz. <br/>Ele tem as respostas que, depois, a história provará estarem certas. Entretanto, uma história algo sórdida de incesto entre irmãos, que o jovem americano vai pôr completamente no são, para deleite do "voyeurismo" de Bertolucci (o"Ultimo Tango" é para crianças ao pé disto). Não chega a haver relações homo, mas está-se perto. Talvez para o próximo filme do mestre. Duas estrelas pelo filme,quatro estrelas pelo Curriculum...
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