00:30 A Hora Negra

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Drama, Acção 157 min 2012 M/16 17/01/2013 EUA

Título Original

Sinopse

A 11 de Setembro de 2001, o mundo assistia em directo a um dos mais arrepiantes ataques terroristas de sempre. O acontecimento deu origem a uma época de instabilidade e medo sem precedentes e, por esse motivo, foram somados esforços para capturar Osama Bin Laden, o líder da Al Qaeda, organização responsável pelos ataques. Maya (Jessica Chastain), agente da CIA, é uma das responsáveis pela operação de mais de uma década, que levou militares americanos a entrar no Paquistão onde, em Maio de 2011, Bin Laden foi capturado e morto. O filme segue o seu trajecto.<br />Realizado por Kathryn Bigelow (Óscar de melhor realizadora por "Estado de Guerra"), um "thriller" de acção com argumento de Mark Boal que durante anos teve acesso privilegiado a informações relativas à luta antiterrorista dos EUA.<br />Apesar de muito elogiado pela crítica, o filme tem sido rodeado por polémica, especialmente após a carta aberta de Naomi Wolf a Kathryn Bigelow. Nela, a escritora definia o filme como "um anúncio publicitário de duas horas, muito bem filmado", destinado a manter fora da prisão os agentes dos serviços secretos que cometeram crimes em Guantánamo. Insinuava também que o financiamento da obra seria difícil sem a aprovação do sector militar e que, tal como Leni Riefenstahl legitimou e glorificou o regime nazi alemão, Bigelow subscreve as "mentiras do regime": a de que "esta brutalidade [a tortura] é de alguma forma necessária".<br />A título de curiosidade, "Zero Dark Thirty" - o título original do filme -, refere um termo usado pelos militares americanos para referir uma hora não especificada da madrugada. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

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Luís Miguel Oliveira

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Vasco Câmara

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CSI: CIA

Jorge Mourinha

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Críticas dos leitores

Zero Dark Thirty

Fernando Oliveira

“Zero dark thirty” de Kathryn Bigelow é essencialmente um filme sobre a obsessiva procura colectiva – de uma nação – e individual – de um personagem – por um apaziguamento de um estado de alma corroído pelo 11 de Setembro. O início do filme – as ultimas comunicações das vitimas dos atentados em fundo negro – diz-nos logo que o que os personagens procuram – e com elas todo um país – é um qualquer fim para um luto provocado por um acontecimento que ninguém julgava possível e que causou estragos tremendos na Ideia dos EUA como nação. E que tentou consegui-lo em guerras impossíveis de vencer…O que a realizadora conta no filme é a investigação levada a cabo pelos serviços secretos norte-americanos, durante os oito anos que acompanhamos a personagem principal, para encontrarem o refúgio de Osama Bin Laden. E da obstinação dessa investigadora – Maya, uma interpretação magnifica de Jessica Chastain – em seguir uma pista que acabaria por levar à morte do líder da Al-Qaeda. Bigelow tomou duas opções que tornam o filme num espantoso e inteligentíssimo objecto cinematográfico: num tom quase seco e duro conta-o quase como se fosse uma reportagem jornalística, não fosse o autor do argumento o jornalista Mark Boal, numa espécie de ficcionar um documentário, mas ao mesmo tempo contrapõe a esta descrição quase meticulosa dos acontecimentos dois olhares profundamente femininos, necessariamente o dela, que através de pequenos momentos da história e da definição dos personagens questiona o enquadramento moral e ético do que nos vai contando (extraordinário momento em que filma a esperança no rosto da colega de Maya, Jessica, à espera de uma pista definitiva, para depois tudo terminar numa explosão – e o quão terrível é o som da morte nos filmes de Bigelow); mas também o de Maya, uma personagem que na sua obsessão, mas também nas suas dúvidas é a projecção do sentir de uma nação, mas ao mesmo tempo, e por isto não serão nunca muitos os elogios à actriz, alguém que só é ela própria (não consigo explicar doutra maneira; mas basta reparar na sublime cena final no avião, quando lhe perguntam para onde quer ir, o desespero nas suas feições, a incapacidade para responder: ela, mas também nós todos, o mundo), uma mulher num mundo masculino, com todas as particularidades que um olhar de uma mulher sobre as coisas tem. Mas é preciso não esquecer, e será o mais importante, o espantoso filme que “Zero dark thirty” é… não pelo que conta, mas como conta. Kathryn Bigelow é (juntamente com Michael Mann, agora que McTiernan se reformou (?), e o ex-marido se dedica mais às evoluções tecnológicas do que ao Cinema) a grande autora do cinema de acção norte-americano. Filmes que vão às raízes do cinema clássico e que agarram no seu “esqueleto” e completam-no com aquilo que são “os ares do tempo”, a contemporaneidade, mas que não esquecem um valor fundamental desse cinema: mesmo no meio do mais movimentado ou intenso acontecimento são as pessoas, os personagens, o que mais interessa. No fundo aquilo que muito do cinema actual esqueceu. Basta ver a notável meia hora final para ver que Bigelow é uma extraordinária cineasta, uma crente de que a qualidade daquilo que quer mostrar depende não apenas daquilo que conta, mas como conta, no fundo que as emoções são tão importantes como a acção. Ou, como dizia o Fuller, complementam-se… <br />Um filme não apenas genial pelo que é, mas também muito importante por aquilo que conta. <br />ESCRITO NA ALTURA DA ESTREIA (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.pt")
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