Dogville

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Drama, Thriller 177 min 2003 M/12 10/10/2003 DIN, SUE, FRA

Título Original

Dogville

Sinopse

Depois de "Ondas de Paixão" e "Dancer in the Dark", mais uma obra-prima de Lars Von Trier. Depois de Björk e Emily Watson, agora foi Nicole Kidman que se entregou nas mãos do realizador dinamarquês. Nicole é Grace, uma mulher que, nos anos 30, chega a Dogville - uma pequena cidade americana, nas Montanhas Rochosas - fugindo de um grupo de "gansters". Com a ajuda de Tom, o auto-nomeado porta-voz da aldeia, a pequena comunidade decide escondê-la e, em troca, ela aceita trabalhar para eles. No início ninguém lhe dá trabalho e a sua estadia fica posta em causa, mas depois começam a aparecer pequenos serviços. <br />Contudo, quando a população descobre que Grace é procurada, apercebe-se da importância da pessoa que escondem e exige um acordo mais rentável. Grace vai então descobrir da pior forma quão relativo é o conceito de bondade em Dogville. Mas ela também esconde um segredo muito perigoso, que fará Dogville arrepender-se das suas exigências.<br />Grace é uma heroína sacrificial mas, desta vez, a vingança também está presente num filme que apresenta um dispositivo cénico/cinematográfico minimal e arriscado e que pretende ser uma fusão entre o cinema, o teatro e a literatura. <p> </p>PUBLICO.PT

Críticas Ípsilon

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O pequeno teatro imaginado de Lars Von Trier

Vasco Câmara

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Críticas dos leitores

Até agora, o melhor filme do ano

Lélia Madeira

Se eu já era adepta do cinema de Von Trier, "Dogville" só veio fazer com que ficasse completamente rendida à sua obra! Simplesmente genial! Nunca vou conseguir expressar por palavras aquilo que senti ao ver este filme, talvez porque seja esse mesmo o objectivo do realizador: que apenas sintamos e reflictamos!
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A perfeição em cinema

Nuno Lopes

Nunca fui adepto do cinema de Von Trier, mas "Dogville" mudou a minha opinião sobre o realizador. O filme é perfeito, não há outra palavra. Vejam-no com atenção, paciência, curiosidade e inteligência.
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Um filme profundo e divinal!

Luthor

Um filme (ou devo dizer teatro filmado?) que levanta uma série de questões sobre a natureza humana... Sem coisas banais (como paredes nas casas), é um filme muito profundo, que merece ser desfrutado na versão longa e - eventualmente - revisitado. Excelente!
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Dies Irae

J.P. Tomás

Desde Europa, a veneração deste espectador por LVT vinha sendo rudemente testada, e a meio de "Dogville" era forte a vontade de sair da sala. Primeiro, foi o choque do cenário (ou melhor, da ausência do mesmo), depois, a voz "off" e os "inserts" a marcar os capítulos, a seguir, a inevitabilidade da violência e a crueza com que o palco e o olhar de repórter no-la ofereciam, finalmente a ameaça do regresso da Maria-que-expia-os-pecados-do-mundo de "Breaking the Waves" e de "Dancing in the Dark", numa versão Brechtiana. A certa altura, porém, pressenti o que viria a suceder nos últimos dez minutos (obviamente só me reporto a tal por presumir que qualquer alma que leia isto já viu o filme). Então, completamente absorto na trama, orei pela espada de Gabriel e - aleluia! - ela abateu-se sobre os iníquos: Dies Irae. Se um filme de tal modo desprovido de artifícios (ou será sobrecarregado de artifícios?) consegue instilar tais paixões, que horas e dias depois de tê-lo visto as pessoas se arranham a discutir a sua mensagem, é porque é um grande filme. Por isso, as imagens de miséria do genérico final são o seu remate perfeito. Mais um pretexto para discussão. Uns acham que são um libelo anti-americano, eu creio que aquela exposição dos limites de indignidade em que uns seres humanos (?) permitem que outros seres humanos vivam constituem a prova da Dogville que todos habitamos.
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Natureza humana ao rubro

Luís Palma Gomes

Mais uma vez Von Trier deixou-me colado à cadeira. A forma como trata a natureza bestial, muitas vezes escondida, dos seres humanos é muito forte. A sua índole parece-me marcada pelo reformismo religioso escandinavo, sobretudo porque nos leva da nossa vivência religiosa tão "light" para as profundezas da alma humana, para as exigências de uma religiosidade com um grau de exigência mais elevado. Não sei se Dogville é uma peça de teatro filmada ou um filme teatralizado, o que sei é que nos devolve a verdadeira expressão da tragédia, isto é, a reflexão sobre nós e os outros. Alguns realizadores(?) precisam de muito, às vezes, para produzirem tão pouco. Von Trier precisa apenas de alguns materias. Apesar da interpretação de Nicole Kidman ser neste fime um recurso de enorme dimensão.
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Valerá o esforço?

João Paulo

Penso que se o objectivo do realizador é realçar ao máximo o trabalho dos actores (como já parece ter mostrado noutros filmes), então devia pegar na sua S8 e ir filmar para os teatros. Porque entre teatro e cinema há imensas distinções, e quando escolho ir ao cinema, é à procura de uma emoção e sensações diferentes, provocadas, de forma mais evidente, pela banda sonora, pelos cenários, etc. Quem já viu "Gerry" deve entender o que quero dizer, pois um filme com três ou quatro diálogos deixou-me com vontade de rever. Para além das preferências estilísticas, a construção da história parece bastante banal, quase até ao fim. As personagens são aborrecidas. Será isto para mostrá-las vulneráveis? Para mostrar a sua "condição humana", de residentes numa aldeiazinha com passado pouco glorioso (ou practicamente desconhecido) e sem futuro? Bom, já se começa a chegar a algum lado. O facto de algumas cenas serem para mim irritantes significa certamente que o filme me está a afectar. No final, penso que pode resumir-se a uma ideia-chave simples: todas as pessoas reagem similarmente a determinadas situações, qualquer que seja a sua posição ou condição, variando apenas a acção, não o sentido da reação. Os últimos minutos do filme, mormente a partir da conversa pai/filha, mostram uma transformação de carácter que pode não distanciar/separar a "vítima" dos habitantes, como é pretendido, mas aproximar de uma forma até aí inesperada. Pode também tomar-se uma outra interpretação geral: é oferecida uma oportunidade aos desprezíveis habitantes da aldeia para serem "humanitários", com principios fortes, etc., mas no final a tentação vence. Tal como à "filha". Mas apesar de toda a riqueza das interpretações que se possam (ou queiram) ter do filme, será que valem a pena duas horas e meia de sofrimento, de paragem cerebral, para apenas quinze minutos de excitação/emoção/interrogação? Muito haveria a dizer, mas penso que esta é a questão principal...
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Eu queria dormir, mas não consegui...

SID

Dogville provocou-me sono, nostalgia dos "cowboys", fome, sono, ódio, nojo, humanidade, tonturas e um final grandioso. Orçamento: zero, conta-se que foi um palco de teatro, uns holofotes, e uns tipos da Suécia. Um filme que deixa no ar [para os grupinhos de discussão] algumas ideias: a desgraça humana; a desgraça americana e humana; o paradoxo: gentinha do campo vs gentinha da cidade; o homem é animal sempre; a educação é uma vitória, valorizada neste filme; a subjectividade do altruismo... E é aqui que quero focar: se um tipo perdoa todos e tudo, é porque: ou sabe o que faz, sente e pensa, ou é um grande parvo. Vou pelo primeiro palpite. Conhecem certamente aquele género de pessoas que gostam de tratar de amigos doentes, que têm um gozo especial em ajudar toda a gente, que oferecem tudo o que têm e que sofrem escondidos para não incomodarem ninguém. Isto, vivido intensamente, sem mais atitudes más que equilibrem a balança (porque o ser humano é um misto de caos e ordem) é desesperante. A isto chama-se superioridade de valores, ou seja, é um gajo superior a essa merdinha toda que ofusca o gozo pelas coisas... Quando um gajo é tão superior à ralé, quando leva uma chapada e dá a outra face (Jesus Cristo, ou um clone híbrido punk na Baixa, a pregar os mesmos valores), é um gajo moralmente superior (e não me ocorre mais nada). Estas pessoas, são arrogantes? (óptica do filme, por uma das personagens)... A superioridade é um extremo e, na mediocridade instalada, é arrogância. Arrogância por discutir o sistema (embora em silêncio), arrogância por não se adaptar à roda viva do vício, por se "adaptar" aos cancros instalados... E quem se adapta domina um contexto específico e passa a dominar, com o tempo, o contexto no qual se instala (como falar português, e falar inglês). E isso leva à inveja (com o tempo). E quando chicoteiam o "altruista", é um acto tão inferior que o "altruísta", lá no fundo, até gosta, porque está a ser superior, e sendo superior, tenta perceber... Tenta. Mas não age, deixa-se ir, porque os porcos não merecem pérolas, e tentar mudar algo seria uma pérola. Um gajo que prefere não discutir e prefere dar a batata frita ao rufia da contenda, é um gajo que sabe que tem razão, mas não quer "stresses", é um gajo que vive em paz de espírito e não quer confusão. Se esta prática for normal, todos os dias, a ignorar os atrasados mentais... E reparem, o mundo está cheio de atrasados mentais, e o mundo é o povo, e o povo é a RAZÂO, logo o que temos? Um povo que com incredulidade, inveja, ciúmes, etc, levará [não tão friamente como no seculos da inquisição] estes "altruistas" para a fogueira metafórica. Então é com razão, que se chama ALTRUISTA a estes sujeitos que fazem bem, porque nós, povo, não os entendemos. Uma engraçada visão subjectiva da realidade. Gostei do filme, o final é contagiante. E o genérico do fim ainda melhor. Lembra aquele livro de fotos, dos anos 50, censuradíssimo nos USA. E vocês o que acham?
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Filme fantástico mas...

Rui Silva

... porquê o genérico final? Este é um filme magnifico acerca das forças e das fraquezas humanas. E acerca dos limites das mesmas. Os habitantes de Dogville no início do filme (passada a desconfiança inicial) gostavam genuinamente da Grace, mas depois foram fracos... A Grace no final do filme queria genuinamente perdoar os habitantes de Dogville, mas foi fraca. O único homem sem virtudes é o "intelectual" por quem a Grace se apaixona. O "educador da classe operária", que queria "consciencializar as massas". Queria ser, em suma, a "vanguarda intelectual", queria fazer "engenharia das almas" (e promover-se pelo caminho.... porque os intelectuais no fundo são tão ambiciosos como o comum dos mortais, apenas são mais inteligentes!) e usou conscientemente a Grace desde o principio para conseguir esse objectivo. No final tem o que merece: uma bala na nuca. No parágrafo anterior uso expressões que têm mais a ver com o comunismo e o fascismo propositadamente porque penso que o filme tem um alcance muito mais universal do que o que é indicado no genérico final. O genérico final direcciona-nos para a América. Mas as grandes fantasias intelectuais do século XX (o comunismo, o fascismo e o nazismo) nunca lá tiveram grande impacto: foram muito mais universais! Pior do que isso, foram muito mais europeias! E fazer essa associação é redutor. Prejudica um filme que é excepcional a todos os níveis... mas que lamentavelmente morre no último minuto. É pena. Eu pego no aspecto politico do filme... mas há muitos mais: a originalidade extrema do cenário e da realização, a beleza extrema e inesperada de algumas cenas (quando a Grace abre as cortinas para a paisagem da janela da casa do cego). Pode-se pegar no aspecto do amor infinito que a Grace dedica ao "intelectual" que é depois desfeiteado. Pode-se pegar na fabulosa Nicole Kidman numa interpretação imortal! Há tanto por onde pegar que só temos vontade de esquecer o terrível e redutor genérico final.
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Uma treta em seis actos

Joao Morais

Antes de mais, uma profunda desonestidade, a de vender teatro como cinema. "Dogville" não é um filme, é uma peça de teatro apresentada no cinema!!! Depois, uma história banalíssima sobre a crueldade da natureza humana, grande novidade, grande descoberta, grande espanto. Sinceramente, chamar a isto uma obra-prima ... só comparando com o "Big Brother".
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O ser humano nu e cru

José Pité

A forma usada por Lars von Trier é muito apropriada à fenomenal dissecação do ser humano universal que neste filme se executa. Não se trata de olhar para o homem americano ou europeu ou da aldeia ou da mega-cidade. Não se trata de valorar este ou aquilo tipo de homem, mas o de se colocar TODOS os homens sob a cruel lupa que nos traz todos à realidade do nosso ser. Somos cobardes, miseráveis, mesquinhos e corruptos por essência. É isto que o filme nos diz e é, provavelmente, disto que muitos dos criticos não gostam. É que somos todos tão ou mais bandidos que os mais enrustidos mafiosos que todos os dias julgamos protegidos pela infinita arrogância de seres socialmente integrados.
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