As Horas

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Drama 114 min 2002 M/12 14/03/2003 EUA

Título Original

Sinopse

“As Horas” é a história de três mulheres à procura de vidas com mais sentido. Cada uma delas vive numa época e num local diferente, mas as suas vidas interligam-se por pequenos fios de seda, jogos de correspondências, que só se revelarão no final. Virginia Woolf (Nicole Kidman), num subúrbio de Londres no início dos anos 20, combate a loucura enquanto começa a escrever o seu primeiro grande romance: “Mrs. Dalloway”. Laura Brown (Julianne Moore) é uma dona de casa que vive em Los Angeles, no final da II Guerra Mundial. Casada e com um filho chamado Richie, Laura começa a ler “Mrs. Dalloway” e a leitura torna-se tão reveladora que ameaça alterar de forma dramática a sua vida. Clarissa Vaughan (Meryl Streep), uma versão contemporânea da “Mrs. Dalloway” de Woolf, a quem os amigos tratam mesmo por Mrs. D., vive em Nova Iorque, nos anos 90. Richard (Ed Harris), amigo de toda a vida, poeta brilhante, está a morrer de Sida. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Caricatura de Nicole Kidman

Kathleen Gomes

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As Horas

Vasco Câmara

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Tentações do fácil

Mário Jorge Torres

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Por trás de cada grande mulher...

Luís Miguel Oliveira

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Críticas dos leitores

Uma Boa Leitura

Ricardo Pereira

Reza a tradição que adaptações literárias para o cinema tendem a ser, como o conceito aponta, mais literárias do que visuais. Nesse sentido, deve-se reconhecer que transpor “As Horas” para o cinema representou um risco dobrado. Explique-se: o filme baseia-se em “As Horas”, de Michael Cunningham, prémio Pullitzer de 1998, que por sua vez tem como inspiração um dos romances mais célebres da língua inglesa, “Mrs. Dalloway”, de Virginia Woolf, uma das criadoras da literatura moderna através de "fluxos de consciência” – textos introspectivos, subjectivos e, no caso, reveladores da sensibilidade feminina. No filme, a escritora, numa de suas últimas falas diz que "se deve encarar a vida de frente". Se mudarmos a palavra vida por desafio, obteremos a postura adoptada pelo realizador Stephen Daldry (de “Billy Elliott”) e pelo argumentista David Hare: encararam de frente a génese literária do projecto e transformaram-na na própria essência do filme em que livros são escritos, lidos, comentados, referenciados e, sobretudo, "vividos”. “As Horas” segue três mulheres em épocas e contextos bem diferentes ao longo de 24 horas. Virginia Woolf (Nicole Kidman) escreve “Mrs. Dalloway” no ano de 1923 nos arredores de Londres e revela-se incapaz de conciliar o mundo das ideias com as exigências do quotidiano. Laura Brown (Julianne Moore), casada, com um filho pequeno e grávida, vive na Los Angeles de 1951 e através da leitura de “Mrs. Dalloway” consegue evadir-se da sufocante vida doméstica. Já na Nova Iorque de hoje, Clarissa Vaughan (Meryl Streep), editora bem-sucedida, começa o dia comprando flores para uma festa em homenagem ao ex-namorado Richard (Ed Harris), um escritor em estado terminal de sida, e que a chama de “Mrs. Dalloway”. Afinal, Clarissa Dalloway é o nome da protagonista do livro de Virginia Woolf, que inicia sua jornada de 24 horas, prosaicamente, com a frase: "Mrs. Dalloway disse que ela própria iria comprar as flores". Virginia, como define sua irmã Vanessa (Miranda Richardson) vive duas vidas – a própria e a de seus personagens. Apesar de mostras de desequilíbrio, Virginia conta com o apoio do esposo Leonard (Stephen Dillane) e de médicos – e recusa ambos. Ela deixa a sua posição bem clara num doloroso embate conjugal numa estação de comboio. Virginia quer conduzir sua vida como bem entende – e decide por terminá-la em 1941 enchendo o bolso de pedras e afogando-se num rio com a mesma elegância e dignidade de seus textos, como mostra o prólogo do filme. Na ensolarada Califórnia, Laura Brown recusa a vida de dona de casa, esposa e mãe ao lado de um veterano da II Guerra Mundial (John C. Reilly, óptimo). Em seu lar, respira-se uma sufocante sensação de estranheza. Para ela, fazer um bolo é um desafio hercúleo. Uma vizinha sorridente Kitty (Toni Collette) logo deixa cair a máscara, provocando um gesto de genuína ternura de Laura. Apesar do carinho mecânico que devota ao filho pequeno, momentos de reconforto parecem vir somente da leitura de “Mrs. Dalloway”. A farsa do quotidiano feliz desmorona-se no fim da noite em diálogo de lancinante banalidade, enquanto o marido a espere deitado na cama e Laura chora copiosamente no banheiro. Das três mulheres, Clarissa aparenta ser a mais resolvida. Na América do século XXI, tabus sentidos por Virginia e Laura – sobretudo os ligados à sexualidade – são coisa do passado. Editora bem-sucedida, homossexual assumida e mãe solteira, Clarissa assume uma vida paralela ao cuidar, diariamente, do seu ex-namorado, também homossexual, Richard (Ed Erris). Clarissa, de forma vaga, sofre por um sentimento de nostalgia de um momento perfeito de felicidade vivido na juventude. Stephen Daldry, mais maduro neste sua segunda longa, envolve com delicadeza e elegância suas personagens numa mesma teia de vulnerabilidade diante do quotidiano, no qual emoções fogem ao controle e questionamentos geram mais angústias do que respostas. A bela música de Phillip Glass ocupa um lugar de honra na trama narrativa do filme – seja no início, quando tece uma rede sonora entre muitas cenas sem palavras, seja no desenvolvimento, quando se torna a voz das emoções de Virginia, Laura e Clarissa. Apesar de uma actuação realmente diferenciada, Nicole Kidman não faz nada a mais do que as outras protagonistas. Sua indicação – assim como sua premiação – ao Óscar de Melhor Actriz é apenas mais uma prova de que Hollywood funciona como um mercado financeiro e que quem está em alta hoje é Nicole Kidman.
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Virginia Woolf

Maria João G.

Acompanhamos a escrita da autora e todo o processo fascinante que a envolve e, simultaneamente, vemos o impacto dessa escrita em duas leitoras que vivem, uma na década de 40 e a outra em 2000. O que se afigura fascinante neste filme é este entretecer de ficção e de realidade, já que assistimos a dois 'fenómenos': a vida da autora que escreve e da autora a escrever, por um lado, e a vida da leitora que lê e da leitora a ler ou que já leu, por outro. Um filme de grande densidade dramática.
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Um filme a ver, só

Castro

Este filme até é interessante, mas penso que tem sido demasiado interpretado. Acho que o melhor é vê-lo descontraidamente, apreciar a música e a estória sem grandes extremismos. Quanto à parte da homo ou bi sexualidade, sim dá direito a risos nas salas, mas não a vejo como algo de escandaloso, ou mesmo divertido.. Acho até um pouco dramático em certo sentido. Pelo que tenho ouvido falar últimamente em relação a este filme, acho que a única coisa de que falam é da questão das orientações sexuais e da música... O filme não é só isso... É de facto depressivo, mas demonstra muitas pressões e frustrações a que estamos sujeitos muitas vezes...
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Sinceramente, vale bem a pena

IFL

É um filme emocionalmente complexo que lida com os sentimentos humanos em situações críticas que nem sempre são de fácil compreensão. Passa por várias épocas da história o que nos leva à confirmação de que há determinados sentimentos que não são exclusivos da actualidade. Os conflitos internos sempre existiram! Pena que haja pessoas que se choquem por tão pouco e que pensem que o filme foi feito utilizando como trunfo, para ganhar óscares, o que se considera serem minorias. Não é verdade! As tendências sexuais das personagens não são o importante, são acessórios para algo que se passa internamente e que é muito mais relevante. É um filme bem concebido, bem estruturado, em que as emoções, para quem as têm, afloram com facilidade. Deixa uma vontade enorme de ler o livro para quem é apreciador. As representações das actrizes principais envolvidas estão muito boas, qualquer uma delas, para mim nenhuma é francamente melhor do que as outras. Acho que realmente se destaca não a Nicole Kidman, vencedora do óscar por este filme, mas sim o Ed Harris que se ficou pela nomeação.
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Está lá tudo

R@llly

Um filmezinho feito para agradar e entrar directamente na corrida aos Óscares. Está lá tudo: a lésbica, o escritor coitadinho seropositivo, a mulher trintona insatisfeita, o suicídio (ou tentativa), etc, etc... Enfim, uma bandeira do politicamente correcto e dos temas que impressionam a nossa sociedade. Ou seja, uma treta em três actos dos quais só se safa, pela interpretação e caracterização de Nicole Kidman.
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Actores e cinematografia

v.guerra

Para mim, este é o melhor filme entre os candidatos aos Oscares. Excelente argumento e guião, servidos pela música fundamental de Philip Glass, suportam meia dúzia de actores de mão-cheia. Para aqueles que dizem que o cinema americano é o cinema dos milhões, aqui está a prova do valor da cinematografia americana, na recente e feliz articulação com os ingleses. Um exercício para o espírito...
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Quase perfeito. De qualquer forma, memorável

Pedro Gonçalo

Há quem diga que demasiado amor pode ser fatal, tal como não ter amor nenhum... Esta é a história de três mulheres que estiveram nesses dois extremos: simulateamente. Há quem diga que se trata de um filme de lésbicas infelizes e incompletas... é sim, a história de três seres humanos tão reais como qualquer um de nós. Não é um filme fácil. Não agradará a multidões... Certamente ouvir-se-ão risinhos nas salas em algumas cenas... mas para outros constituirá sem dúvida a leitura de um poema em forma de imagens... mais uma prova de que qualquer vida, em qualquer circunstância, mesmo que mergulhada num vazio, tem um grande significado... Para quem aprecia a música de Philip Glass, torna-se ainda uma experiência mais rica. Vale a pena nem que não seja pelos desempenhos seguros das três protagonistas. Mais frágil, no seu papel, fica Ed Harris, que constitui a meu ver o ponto fraco neste filme. Se não fosse isso...seria um filme perfeito...
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O grande desperdício...

Telmo Fernandes

Ter esta gente toda e uma história destas e fazer um filme assim tão sem sabor é como ter todos os ingredientes para um belo bolo e conseguir que ninguém peça uma segunda fatia... É este o cinema americano mais irritante, aquele que vem com a chancela 'de qualidade', de que todos devemos ficar gratos e devotos, enchendo com essa devoção a carteira das produtoras e distribuidoras. Mal por mal, prefiro o cinema de acção mais bacoco mas honesto. Atenção: o filme é fiel ao livro! Mas o que é que isso interessa? O livro é bom. O filme é mau. Só a Meryl Streep é que nos consegue arrancar ao sono e à tentativa de hipnose da música (omnipresente, sempre, sempre, sempre...é outro dos sinais de identificação deste cinema americano 'de qualidade'), o que não deixa de ser surpreendente para uma actriz que realmente não precisava de provar grande coisa: a mulher é brilhante (confesso que ultimamente já não a suportava, mas aqui e no Adaptation, temos actriz). A questão é: são falsos filmes como este que vão andar na boca de toda a gente nos próximos tempos, provavelmente ninguém vai ler o livro, apesar de imensa gente ficar a saber o nome do autor (o que dá sempre jeito numa conversa de bar), vai tudo ficar tão deslumbrado e ocupado que vai perder a oportunidade perder aquelas pequenas pérolas que nunca ninguém comenta mas que são genuina e descomprometidamente Arte, assim, com letra grande. A única coisa boa se calhar é pôr a malta toda a pensar na diversidade do ser humano, com aqueles três beijos lésbicos no cinema de primeira divisão. Mas esta é só a minha opinião...
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