Turno da Noite

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98 min 2020 M/14 09/06/2022 FRA, BEL, China

Título Original

Sinopse

Neste drama policial, acompanhamos Virginie, Erik e Aristide, três agentes da polícia de Paris que têm como missão escoltar um imigrante ilegal ao aeroporto, onde será posteriormente deportado para o seu país de origem. Tudo parece correr como o esperado até Virginie se dar conta de que este homem, assim que aterrar, será condenado à morte. Incapaz de o entregar à sua sorte, Virginie tenta convencer os colegas a deixá-lo escapar. Os três vêem-se assim arrastados para um terrível dilema que poderá colocar em causa as suas carreiras. 
Realizado por Anne Fontaine ("Como Matei o Meu Pai", "Coco Avant Chanel", "Paixões Proibidas" ou “Branca Como Neve”), que também escreve o argumento a quatro mãos com Claire Barré, este filme é a adaptação da novela homónima publicada, em 2016, por Hugo Boris. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Balada de polícias tristes

Luís Miguel Oliveira

A revolta é mansa e esboçada, o filme também.

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Críticas dos leitores

Police

Fernando Oliveira

É um filme assombrado pela imensa angústia, pela tristeza e desencanto que habitam os seus personagens. Anne Fontaine usa uma narrativa fragmentada e circular para contar a noite em que três polícias de Paris são encarregados de transportar um refugiado político tajique ao aeroporto para ser repatriado, porque por causa de um incêndio provocado no centro de acolhimento deixou de haver lugar para tantos. Fragmentado porque encena os pensamentos e as memórias dos três, o que permite à realizadora baralhar a narrativa contando os mesmos pequenos momentos daquele dia em planos diferentes. Este desassossego formal abre fendas na narrativa que sublinham a violência emocional dos três policias. São Virginie (Virginie Efira) com um casamento falhado, um filho com um ano que não a deixa de descansar e que está grávida de um colega, Aristide (Omar Sy), fanfarrão e machista, mas que despe a farda e conta até sessenta antes de entrar em casa, ele e Virginie gostam um do outro, mas ela decide abortar; Erik (Gregory Gadebois) é um homem antipático, também com um casamento a terminar. Vidas lixadas… . Quando Virginie percebe que o homem que transportam pode ser morto assim que chegar ao Tajiquistão uma outra brecha se abre, o desespero torna-se radical, as cicatrizes emocionais dos personagens confundem-se com a cicatriz que rasga a França, o racismo entranhado no país. O conflito torna-se num estremecimento diegético. O filme olha para os olhos dos personagens e os conflitos que lá vê torna-o angustiante. O filme é o olhar magoado sobre esses conflitos, um realismo triste e tenso, talvez trágico. No entanto talvez a felicidade esteja numa possibilidade, num dar de mãos, ou no som do mar… Um filme belo e triste ao mesmo tempo. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")

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3 estrelas

José Miguel Costa

O filme " Turno da Noite - Police", da realizadora francesa Anne Fontaine, mais que um policial é sobretudo uma drama humanista (algo inverossímil e romantizado) com pretensões sociológicas, que se foca no modus operandi de três policias parisienses (nem heróis nem vilões - ou, se calhar, por vezes, ambos), durante um dia de trabalho deles, para (tentar) "teorizar" (de um modo desarticulado e light/naif) sobre as temáticas do tratamento (hipócrita) prestado pelo Estado aos imigrantes requerentes de asilo e da precariedade laboral dos agentes de autoridade.

Num primeiro momento (o mais interessante e forte a nivel dramático) o trio de protagonistas (Omar Sy - num registo diferente daquele o celebrizou -, Virginie Efira e um surpreendente Grégory Gadebois), é-nos apresentado individualmente, e de forma breve, com o objectivo de colocar-nos a par das suas dinâmicas familiares, virtudes e fragilidades pessoais, bem como das suas frustrações e máculas psicológicas irreversíveis decorrentes do exercício da actividade laboral "invisivel".
E isto para que percebamos as diferentes reações comportamentais ao dilema moral que os acometerá num segundo momento (cumprir o dever profissional/lei ou agir de acordo com as convicções próprias de justiça social?), aquando do transporte de um imigrante ilegal para o aeroporto com vista ao seu repatriamento.

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