Belfast

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Biografia, Histórico, Drama 98 min 2021 M/12 24/02/2022 GB

Título Original

Belfast

Sinopse

Finais da década de 1960. Buddy, de nove anos, pertence a uma família protestante que vive em Belfast, Irlanda do Norte. Com o irromper dos confrontos (também conhecido como “The Troubles”) entre católicos nacionalistas e protestantes unionistas, o pequeno vê o seu mundo tremer. Apesar de testemunhar diariamente o escalar da violência, Buddy, sempre protegido pelos pais e avós, vai vivendo o dia-a-dia sem nunca perder a leveza característica da infância. Enquanto isso, os adultos ao seu redor esforçam-se por encontrar o equilíbrio possível.
Nomeado para sete Óscares, entre eles os de melhor filme, realizador e argumento original, um drama histórico de cariz autobiográfico, escrito e realizado por Kenneth Branagh ("Sonho de Uma Noite de Inverno", "Hamlet", “Artemis Fowl”, “Um Crime no Expresso do Oriente”, “Morte no Nilo”), que se debruça sobre uma época particularmente conturbada na Irlanda do Norte, que se prolongou até 1998. O elenco conta com as actuações de Jude Hill, Caitríona Balfe, Judi Dench, Jamie Dornan, Ciarán Hinds e Colin Morgan. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Quando Kenneth Branagh se encontrou em tempos de Troubles

Luís Miguel Oliveira

De forma confessadamente autobiográfica, Belfast vem contar o último capítulo da infância norte-irlandesa de Branagh.

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Críticas dos leitores

Razoável

Maria

Não senti nada. <br />Esquecível...
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A armar ao pingarelho

Natividade Luis

Suportável, embora o filme ganhe outra dimensão quando KB pára as suas insuportáveis posições exóticas de câmara e a coloca, paradinha, à frente dos actores. O excerto de "O Comboio Apitou 3 Vezes" que colocou deveria tê-lo levado a perceber que a colocação da câmara não é puro artificialismo, como ele faz com os seus plongés e contra-plongés meramente artificiais, mas antes tem uma função dramática: a de sublinhar o perfeito isolamento do sheriff face a toda a cidade... Godard dizia que a escolha de cada "travelling" era uma mera questão de moral, e KB parece que ainda não percebeu isso...

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MasterPiece

Martim Carneiro

Que filme! Que Realização! Que Fotografia! Que Actores! Que Banda Sonora! Imperdível!

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Belfast

Vera Pereira Cabral Esquivel

Muito, muito fraco, valeu-se pela interpretação de Judi Dench, o argumento pobre, pouca profundidade histórica, muito limitada, sem grande veracidade (quando a mãe vai com o filho devolver à loja a caixa de detergente...!).  Diálogos que soam a dejá vu, um horror, sete Oscars? Gostei do chitty chitty bang bang, eu tinha oito anos quando vi no cinema.

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OMO lava mais branco

JR

Este filme tem três encantamentos que, só por si, justificam a sua visualização. A inocência, muito bem conseguida, do pequeno Buddy, a fotografia, num agradável preto e branco apenas polvilhado de cor no príncípio, no fim ou em breves frames, e uma espetacular banda sonora, toda da responsabilidade do enormíssimo músico, cantor e compositor Van Morrison. De resto, a história até é bem contada dispensando-se, no entanto, a perseguição final do pacote OMO nos braços do rapazito (pilhagem inocente mas heróica) num, por certo choroso patrocínio,das indústrias Lever lá do sítio.
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4 estrelas

José Miguel Costa

O filme "Belfast" é um afectivo drama histórico algo naif (e não o caracterizo deste modo com um intuito depreciativo, mas simplesmente por ter na sua génese a perspectiva de um evento sob o olhar de um menino alegre), inspirado nas próprias vivências do próprio realizador (Kenneth Branagh), que recua até à Irlanda do Norte de final da década de 1960, e mais concretamente a uma rua de um dos seus bairros operários, para expor-nos perante o eclodir de um conflito (a um nível micro) que irá colocar em lados opostos da barricada vizinhos católicos nacionalistas e protestantes unionistas, que até então privavam entre si de forma relativamente harmoniosa.

É uma obra desenhada para os óscares, com uma narrativa simples sem quaisquer ambições de índole analítica, que se destaca pela excelência da fotografia a preto e branco, bem como pelo humanismo emanado pelos personagens (nomeadamente o magnético rapaz e seus avós, encarnados, respectivamente, por Jude Hill, Ciáran Hinds e Judi Dench) e nostalgia impressa pela banda sonora de Van Morrisson.

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Muito bom

V. Guerra

Branagh consegue um excelente filme, com imagem a preto e branco do melhor na arte. A história apresenta uma visão do conflito, que foi /é supostamente religioso. Quanto aos personagens, uma mãe de família um pouco "pin up", mas um miúdo fabuloso.

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Belle & Fast

Pedro Brás Marques

Para a minha geração, Belfast é muito mais do que o nome da capital da Irlanda do Norte. Já vinha de trás, mas ali na esquina dos anos 70 e 80, o conflito entre unionistas e nacionalistas e respectivos braços armados, o IRA e o Exército Britânico, e religiosos, protestantes e católicos, sem esquecer as greves de fome como a de Bobby Sands, os atentados à bomba como o de Brighton, os incontáveis assassínios como o de Lord Mountbatten, tudo isto e muito mais era notícia diária no então solitário Telejornal. E depois ainda se escutavam ecos em canções, filmes e documentários que garantiam um misto de terror e admiração por ainda existir um conflito desta natureza não só na Europa como no final do século XX.

E é precisamente a meio da fase do conflito que viria a ser conhecida por “The Troubles” que se centra a trama de “Belfast”. O protagonista é Buddy, um miúdo de nove anos, que vive essencialmente com a mãe, numa casa que, quando se abre a porta, dá diretamente para o centro do furacão. Pelos seus olhos vemos as ameaças ao pai a favor da “causa”, o terror estampado nos olhos da mãe, as desconfianças, os preconceitos, os “petty crimes”, o ódio e a violência, muita violência, até de quem mais a deveria combater, o clero. A solução é sair dali, como pretendem os pais, mas não é fácil ir para a Inglaterra ou até para a Austrália. Mas nem tudo é mau. Buddy tem amigos, tem uns avós amorosos e uma mãe carinhosa, um verdadeiro anjo da guarda no meio daquele inferno.

Kenneth Branagh baseou este seu filme em notas autobiográficas. O realizador e argumentista nasceu em Belfast e ali viveu até aos nove anos, quando os pais fugiram para Inglaterra. A sua visão do conflito não é a de alguém recalcado, mas antes de quem já atingiu um nível de maturidade que o torna capaz de contar a história pelo lado das personagens e não das fações em confronto. Branagh faz isto duma forma que se pode rotular de “natural”, atendendo às circunstâncias, mostrando os conflitos muito mais nas faces, nas expressões e nos olhos dos protagonistas, do que na exposição manipuladora de actos de violência. Aqui, o destaque vai todo para o miúdo, Jude Hill, com uma expressividade absolutamente notável, entretido nas suas guerras de faz de conta… Caitriona Balfe, a inesquecível Claire de “Outlander”, espalha elegância, sensualidade e luz, em contraste com a escuridão e a sujidade que a rodeia. Fabulosa a cena da pilhagem, em especial pelo simbolismo, quando Buddy está a sair do supermercado com uma embalagem na mão, a mãe vê e obriga-o a devolvê-la – era uma caixa de… detergente! Outra fonte de calor é oferecida por Judi Dench e Ciarin Hinds, os adoráveis avós de Buddy. O preto e branco sublinha todas estas dualidades, incluindo uma invisível, entre passado e presente. Nesse sentido de registo cromático e autobiográfico, com referência à infância, é impossível, aqui, não recordar outro grande filme, “Roma”, de Alfonso Cuarón.

Mas Branagh vai mais longe na sua intenção de evocar o (seu) passado. Desde logo, a banda sonora, quase toda baseada no genial Van Morrison, outro nativo de Belfast, alguém que soube fazer a ponte entre o folk e a contemporaneidade, exemplo claro de que há quem tenha conseguido ser superior à eternização das quezílias locais. E claro, cinema, muito cinema, em especial na televisão, onde Buddy fica fascinado com clássicos dramáticos como “O Comboio Apitou Três Vezes” e “O Homem que Matou Liberty Valence” e musicais coloridos como “Chitty Chitty Bang Bang”. Ou seja, o cinema a ecoar os matizes da vida em Dublin. Ah! E depois há a maravilhosa cena da dança entre o pai e a mãe de Buddy, expressão máxima de que há algo que ultrapassa qualquer conflito: o Amor.

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