Caixa de Memórias

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Drama 102 min 2021 M/14 17/02/2022 FRA, CAN, Líbano, Qatar

Título Original

Memory Box

Sinopse

Maia vive em Montreal (Canadá) com Alex, a filha adolescente. Nas vésperas de Natal, recebe pelo correio uma grande caixa que sabe conter muitas memórias e que, por isso mesmo, se recusa a abrir. Curiosa com o que ali estará contido, Alex abre a caixa às escondidas e descobre uma enorme quantidade de cadernos, cassetes e fotos que a mãe trocou ao longo de anos com uma amiga que fora viver para França quando ela ainda vivia em Beirute (Líbano). De uma maneira quase mágica, a adolescente viaja até à juventude da própria mãe, que coincidiu com os difíceis anos da Guerra Civil Libanesa. O que vai encontrar é uma jovem Maia totalmente desconhecida para si.
Co-produção canadiana, francesa e libanesa, este filme tem realização e argumento de Joana Hadjithomas e Khalil Joreige, a dupla responsável por “A Perfect Day” (2005) e “Eu Quero Ver” (2007), onde também abordam os conflitos armados ocorridos no Líbano. PÚBLICO

Críticas dos leitores

3 estrelas

José Miguel Costa

O filme “Caixa de Memórias”, uma coprodução canadiana/francesa/libanesa, com argumento e realização da dupla Joana Hadjithomas e Khalil Joreige, é um drama intimista e nostálgico, que retrata a relação intergeracional de três mulheres (avó, mãe e neta) imigrantes no Canadá (em cuja sociedade estão integradas), país no qual se refugiaram, no final da década de 1980, devido à eclosão da guerra civil no Líbano.

A adolescente Alex (já nascida no país de acolhimento) tem uma relação distante com a mãe (Maia), queixando-se constantemente às suas amigas (com as quais mantem contacto ininterrupto, através do WhatsApp) desta ser ausente, extremamente reservada, mentirosa e zelosa acerca de qualquer facto que envolva o seu passado. No entanto, na véspera de Natal ocorrerá um evento, aparentemente banal (a entrega de um caixote, via correio, endereçado à progenitora), que poderá alterar esta percepção e induzir um acréscimo no grau de intimidade entre ambas. Tal objecto foi enviado pelos familiares de uma antiga amiga, entretanto falecida, e no seu interior encontra-se uma enorme quantidade de diários, fotografias e cassetes de áudio e vídeo (que se revelam como memórias, com mais de 30 anos, que Maia se recusa a partilhar com a filha, escondendo-as, inclusive, na cave).
Como o fruto proibido é o mais apetecido, obviamente que Alex irá coscuvilhar o material em causa, tendo, desse modo, acesso ao passado recalcada da mãe e ao contexto sociopolítico que a condicionou.

A virtude desta obra encontra-se na forma engenhosa, e esteticamente “vistosa” (num estilo de linguagem quase pop), encontrada pelos cineastas para construir/relatar a História (abstendo-se de maniqueísmos ideológicos), tendo exclusivamente por base os fragmentos de um “arquivo pessoal”.
Por consequência, a narrativa é, grosso, um enorme flasback da juventude de Maia, pelo que tal linearidade, “passada a novidade”, acabará por revelar-se algo monótona. Para além de que ao focar-se excessivamente no passado não explora, com a eficácia desejada, as consequências do mesmo sobre as dinâmicas relacionais/comportamentais das personagens no presente (cingindo-se a uma abordagem sobretudo “descritiva”)

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