Licorice Pizza

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Comédia Dramática 133 min 2021 M/12 30/12/2021

Título Original

Licorice Pizza

Sinopse

No início dos anos 1970, Gary é um miúdo de 15 anos do Vale de São Fernando, uma zona de Los Angeles adjacente à indústria do entretenimento, com um espírito para o negócio. No dia de tirar fotografias para a escola, conhece Alana, uma rapariga muito mais velha, e desenvolve uma paixão por ela. Ao início irritada, ela começa a desenvolver uma amizade e parceria com ele, por negócios como a venda de camas de água e um salão de jogos. Juntos, cruzam-se com violência policial, um lendário actor mais velho, um produtor agressivo, uma viagem a Nova Iorque, uma campanha política e todo um conjunto de peripécias inspiradas na vida real de Gary Goetzman, produtor de Hollywood.
Um filme escrito e realizado por Paul Thomas Anderson que marca o seu regresso ao Vale de São Fernando e aos anos 1970 que tinha capturado em filmes como “Jogos de Prazer” ou “Vício Intrínseco”. Com Cooper Hoffman, filho do defunto Philip Seymour Hoffman, como Gary, e Alana Haim, das HAIM, como Alana, ambos na sua estreia no cinema. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

A insustentável felicidade do ser (jovem)

Jorge Mourinha

Nostálgico, mas não trôpego, Licorice Pizza é uma espantosa celebração da esperança, do futuro, do amor, da amizade — de tudo aquilo que faz uma vida. Perfeito para fechar 2021 e abrir 2022.

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Críticas dos leitores

Essência de Amor

Pedro Brás Marques

O Amor. Não há tema mais presente em toda a História da criação artística. Ensaios, romances e poemas, estátuas, fotografias, filmes, quadros, canções e discos, tudo já serviu de base para concretizar o sentimento mais extraordinário que pode unir dois seres humanos. Felizmente, o filão é inesgotável e há sempre mais um espaço disponível em qualquer coração apaixonado. Como para este delicioso “Licorice Pizza”.
Estamos em 1973, no vale de São Bernardino, um subúrbio de Los Angeles. No liceu local, organiza-se a sessão de fotos para o livro de finalistas. Na fila, Gary aguarda a sua vez, enquanto, a receber os alunos, está Alana. A química é imediata mas só ele tem coragem para avançar, propondo-lhe encontrarem-se no restaurante favorito dele. Ela acaba por aceitar, mesmo sabendo que ele tem 15 anos e, ela, 25. A partir dali a relação, nunca assumida e ainda menos consumada, vai evoluindo entre avanços e recuos, aventuras e desventuras até ao desenlace.
Gary é bem disposto, extremamente confiante, empreendedor e precocemente racional. Não há obstáculo que o consiga travar, seja ao nível empresarial, onde revela qualidades inatas, ou amoroso, jamais desistindo daquela que, mal a viu, logo concluiu que iria ser a mulher da sua vida. E não é por a ver com outros namorados que Gary desiste. A sua determinação move montanhas e nada o fará parar. Já Alana é emocional, reage impulsivamente e está algo perdida, gastando a sua inteligência, e o seu potencial, em empregos ocasionais e sem futuro. Sabe que sente qualquer por Gary mas a sua verde maturidade impede-a de dar o passo final. Ou seja, temos um jovem que actua como adulto e uma adulta com a insegurança dos jovens. E depois temos adultos que são completamente crianças, como o produtor Jon Peters (Bradley Cooper) ou o actor Jack Holden (Sean Penn), personagens secundárias que servem de contraponto às do par principal. Gary é interpretado por Cooper Hoffman e Alana por Alana Haim. São estreantes absolutos. E estão perfeitos. O primeiro é filho do saudoso e extraordinário Philip Seymour Hoffman e herdou do pai aquele poder impactante da sua presença física. Ela é Alana Haim, da banda indie Haim e aparece com toda a sua família: as irmãs e os pais da personagem são os da vida real. Ou seja, Paul Thomas Anderson, como todos os grandes realizadores, acaba por trabalhar com o que se pode chamar de “família de actores”, aqui levado à literalidade. Se não temos o pai, temos o filho, contámos com a verdadeira família Haim, temos John C Cooper, temos Sasha Spielberg e George DiCaprio cujos apelidos dispensam explicações e nos evocam, respectivamente, os trabalhos de “familiares” em especial na zona temporal entre “Encontros imediatos do 3º Grau” e “ET” para a primeira, “Once Upon a Time in Hollywood”, para o segundo. Ah, claro, não podemos esquecer a Los Angeles dos anos 70 em “Boogie Nights”…
Mas ao contrário dos melhores filmes de Anderson, negros, arrastados e violentos, como “Magnolia”, “There Will Be Blood” ou “The Master”, “Licorice Pizza” está cheio de luz, de esperança e de movimento. O realizador optou, e muito bem, por captar cinematograficamente a velocidade da juventude. Gary e Alana correm imenso, dum lado para o outro, por vezes um para o outro. A câmara, em vez de os deixar evoluir no plano, opta por os acompanhar, tornando-nos companheiros da sua viagem (a literal e a simbólica, claro). Aliás, a metáfora estende-se às viagens rodoviárias, com o alerta, subtil, de que as viaturas não se mexem se não tiveram combustível. Daí que seja preciso “alimentá-las”…
Gary e Alana são dois grãos de poeira em constante movimento, aguardando, eles e nós, que os deuses promovam a sua união. E Paul Thomas Anderson gere esta tensão dinâmica entre os dois, de forma sapiente, jamais permitindo que o amor se transformasse em sexo. Porque o que está em causa é a natureza profunda do sentimento, onde ainda não há compromisso nem se evoluiu para a partilha física. Uma outra armadilha de que Anderson soube escapar foi a do revivalismo que hoje se verifica relativamente ao imaginário dos anos 70/80, como no citado filme de Tarantino e em séries como “Stranger Things” ou “Home Before Dark”. O realizador não as rejeita, mas coloca-as no local certo, na “feira da ciência” da escola, qual museu. Porque o fundamental não é a forma que é efémera, mas a essência, que é intemporal.

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Licorice Piza

Maria Ascenso

Uma perda de tempo e ainda mais tempo teria perdido se tivesse visto o filme ate ao fim. De comédia nada tem, de drama também não, cenas soltas que se tocam aqui e ali. Bom para dormir.

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Licorice Pizza

Fernando Oliveira

Há filmes assim, filmes que nos deixam felizes, que nos contagiam com a sua suave inocência. A sua história enleia-nos, querermos seguir as personagens que a habitam. Paul Thomas Anderson abandona as histórias de homens que se deixam perder no poder que têm e na complexidade que os define, e dá-nos um filme assim: “Licorice Pizza” é abraço nostálgico a um lugar, e a uma época (San Fernando Valley, onde o realizador cresceu, na segunda metade de 1973), sobre a euforia mas também as angústias da descoberta do amor entre um rapaz de quinze anos e uma mulher dez anos mais velha, que vão aprender a conhecer-se um ao outro e também a si próprios.

Anderson volta a Encino (o mesmo bairro aonde nos é contado “Boogie nights”), Gary está no liceu, é um rapaz que encara a vida com alegria, tem uma carreira modesta como actor de televisão e publicidade, e uma confiança inabalável nas suas escolhas. Alana não sabe bem o que quer da vida, esta insegurança impede-a de “abandonar” a adolescência. Quando a vê pela primeira vez, Gary diz-lhe (e diz-nos) que ela será a mulher da sua vida, desenrascado, convida-a para ir ter com ele mais tarde beber um copo. Ela acha-lhe graça e vai.

A estória dos dois vai andando devagar, suavemente, passos à frente e passos atrás; os dois tornam-se sócios num negócio de venda de colchões de água, namoriscam um com um outro, namoriscam outras pessoas; ele é um adolescente que procura ser adulto, ela é uma mulher que muitas vezes “foge” para a adolescência (é ver a cena em que ele lhe pede para ver os seios, ela deixa-o, volta atrás e desaperta a blusa e depois esbofeteia-o quando ele lhe pergunta se pode tocar neles). A crise petrolífera que quase paralisou o Mundo nesse ano acaba com o negócio dos colchões, ela começa a trabalhar como voluntária na campanha de um político local, e ele abre uma casa de flippers.

Anderson olha para os dois com uma enorme generosidade, não os torna complicados, “dançam” um com o outro, existem apenas para o presente. São duas personagens absolutamente maravilhosas. E é tão bonito ver que quando a vida os puxa para lados diferentes, quando Gary se descobre sozinho no meio da multidão, e Alana se apercebe o desencanto que chega com a vida a adulta, abandonam tudo e correm para os braços um do outro. Há quanto tempo não víamos um final assim?

Anderson gosta de histórias que o fascinem e intriguem. De filmar lugares que conhece (Licorice Pizza foi uma loja de discos que nunca é mencionada e, julgo, nunca é mostrada no filme), de pôr na narrativa memórias ou coisas que lhe contaram sobre as pessoas desses lugares. E é notável neste filme o amor que sente pelos seus dois personagens e pelos actores que os interpretam. Na sua estreia, Cooper Hoffman e Alana Haim são extraordinários na sua naturalidade (Anderson diz que quando se filma dois rostos como o de Cooper e Alana aquilo que o realizador deve fazer é mostrar simplesmente o que acontece entre eles, deixar os actores confundirem-se com as suas personagens). E depois Cooper é muito parecido fisicamente com o pai (o falecido Philip Seymour Hoffman que representou em muitos dos filmes do realizador); e Alana é Alana Haim, das Haim que têm vários videoclips realizados por Anderson, e que viu toda a sua família convidada para interpretar a sua família no filme (usando o mesmo primeiro nome, só mudando o apelido). Tudo isto nos emociona, tudo isto é muito bonito.
Um filme inteligente que nos toca, e que nos encanta. O mais belo filme do ano passado.
(em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.pt")

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Os anos 70 nos EUA

Orion

O realizador faz retratos profundos sobre o país onde vive. O que eles, EUA, andaram para aqui chegar - os anos 70 foram de viragem, começou a esmorecer o longo período de crescimento económico. Os choques petrolíferos sucederam-se e Nixon aparece na TV a comentar a escassez de combustíveis nos abastecimentos. Rigorosos os decors -uma reconstituição desses anos adjacente à realidade. Como se dizia - o país com o PIB mais elevado e mal repartido. Nada mau este filme, embora já tenha visto coisas de Anderson com mais fôlego.

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Pura perda de tempo e dinheiro!!!

Maria não vai com as Outras

Este filme é o exemplo perfeito de como uma publicidade enganosa e como umas classificações intelectualizadas captam espectadores para perderem o seu tempo e dinheiro! Filme desconchavado, cenas cosidas a retalho, mau de mais para descrever…. Apesar de me encher de toda a paciência, não consegui vê-lo até ao fim! Quem não acreditar, no final saberá do que estou a falar!!!

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Happy Valentine

Raul Gomes

Feliz começo de ano com o filme de PTA.
Magnifica captura de uma época, com uma presença íman de Hoffman, cujos genes não desmerecem a carreira do pai.
Bom augúrio, num filme agradável de se ver.

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4 estrelas

José Miguel Costa

"Licorice Pizza" é uma espécie de comédia romântica light de género coming-of-age que nos transporta (qual máquina do tempo) até ao mitico Valley (Califórnia) dos idos anos do inicio da década de 1970, inserindo-nos no seio de um contexto juvenil que transborda de alegria e energia contangiantes (ou seja, a antitese de toda a anterior cinematografia do mestre Paul Thomas Anderson - e para o corroborarmos basta recordarmos duas das suas obras primas, "Magnólia" e "Haverá Sangue").
A história (com um enredo linear) de um vivaço miúdo de 15 anos que se apaixona, sem pudores, por uma mulher 10 anos mais velha, poderá, desse modo, configurar-se como uma obra menor deste argumentista e cineasta (e, se calhar, até é, mas isso não interessa nada).
Todavia, acabamos por questionar tal pensamento quase herege ao vibrarmos com o seu genuino e mágico (duas designações que parecem antagónicas) retrato de época (o guarda-roupa e os cenários - desenhados a rigor - são magnificos), bem como por nos deixarmos arrebatar pela performance sensivel e visceral da dupla de protagonistas estreantes, Alana Haim e Cooper Hoffman (que comentem a proeza de empurrar para segundo plano os aclamados Sean Penn, Bradley Cooper e Tom Waits).

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