As Coisas Que Dizemos, As Coisas Que Fazemos
Título Original
Les choses qu'on dit, les choses qu'on fait
Realizado por
Elenco
Sinopse
Críticas Ípsilon
Críticas dos leitores
As coisas que dizemos, as coisas que fazemos
Fernando Oliveira
Muito mais do que um filme sobre as coisas que dizemos, ou sobre as coisas que fazemos é um filme sobre como dizemos ou contamos as coisas que fizemos. É um filme que nos conta histórias pelas palavras com que os seus personagens as contam uns aos outros. Histórias sobre a a vida amorosa desses personagens; é portanto um comédia romântica, às vezes a deslizar para o drama, contada com aquela aparente simplicidade com que alguns cineastas franceses conseguem encenar textos muitíssimo literários. “As coisas que dizemos, as coisas que fizemos” foi realizado por Emmanuel Mouret em 2020 e é um filme sobre amores e desamores entre um pequeno grupo de personagens, que os vão contando uns aos outros, somando as histórias com as emoções e as dúvidas de quem as conta num mesmo movimento narrativo. Grávida, em repouso no campo, Daphné recebe a visita de Maxine, primo do namorado, François, que entretanto se tinha ausentado por motivos profissionais. Daphné desafia Maxine a contar-lhe sobre uma relação que terminou há pouco…. A partir daqui o filme é essas histórias contadas por Maxine sobre o relacionamento com a namorada Sandra; de Daphné sobre François; deste sobre Louise, a ex-mulher; num enleamento em crescendo, histórias que se complicam, elipses sentimentais deslumbrantes, as emoções são sempre caóticas. O que é magnifica nestes quadros sobre os “trabalhos” do amor é a justeza do tom que Mouret imprime no filme: a naturalidade e a sinceridade que “habitam” os personagens, a limpidez narrativa, a importância dada a cada gesto, a cada olhar, a cada palavra, o peso dramático quando é necessário. E Camélia Jordana, Niels Schneider, Vincent Macaigne, Jenna Thiam e Émilie Dequenne são extraordinários. Lembra Rohmer pela palavra, Hong pelos “ziguezagues”, Mizoguchi no olhar para as personagens femininas, até Lubitsch porque que termina com um sorriso. Mas é sim um belíssimo filme de Emmanuel Mouret. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")
Belo, irresistível, desconcertante
Martim Carneiro
Envie-nos a sua crítica
Submissão feita com sucesso!