Rifkin's Festival

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Comédia Romântica 88 min 2020 M/12 23/09/2021 EUA, ESP, GB

Título Original

Rifkin's Festival

Sinopse

Mort Rifkin, crítico de cinema nova-iorquino, decide acompanhar Sue, a mulher, ao Festival de Cinema de San Sebastian (Espanha), onde ela faz assessoria de imprensa. Lá, ele apercebe-se de um excesso de cumplicidade de Sue com Philippe, um jovem, talentoso e muito atraente realizador francês, tido como um dos preferidos ao grande prémio do certame. Depois de um ataque de pânico, Mort conhece Dra. Jo Rojas, com quem imediatamente cria grande empatia e que, tal como ele, atravessa um mau momento no casamento. Ao mesmo tempo que Sue passa os dias com Philippe, a relação entre Mort e Jo aprofunda-se. E durante o tempo em que decorre o festival, enquanto vai revendo grandes clássicos do cinema, Mort vê-se a questionar a sua própria vida e tudo o que o levou até ali.
Com argumento e realização de Woody Allen, uma comédia romântica que conta com a participação de Wallace Shawn, Elena Anaya, Louis Garrel, Gina Gershon, Sergi López e Christoph Waltz. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

O sonho comanda o cinema

Jorge Mourinha

O “Woody Allen do ano” é tão sincero e melancólico como indiferente e preguiçoso.

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Críticas dos leitores

Viagem pelo cinema

Pedro Bras Marques

Para quem gosta de cinema, um filme como “Rifkin’s Festival” é um deleite, tal a quantidade presente de citações e referências da História da Sétima Arte. Infelizmente, esse tesouro enciclopédico não chega, mas sempre é mais rico e recreativo do que a maioria das propostas que vão surgindo semanalmente. <br />Desta vez, Woody Allen viajou até Espanha, mais concretamente até San Sebastian, centrando a narrativa no festival de cinema que ali decorre desde 1953. A personagem principal é Mort Rifkin e, daí, o título do filme que, como se verá, tem duplo sentido. Este antigo professor de cinema e actual crítico viaja até à cidade basca para acompanhar a mulher, Sue, uma assessora de imprensa de actores e realizadores. Uma vez ali, ela, mais nova e fogosa do que Mort, engraça-se com Philippe, um jovem e sexy realizador. Entretanto, Mort tem uma crise de pânico e recorre a uma cardiologista, a Dra. Jo Rojas, nascendo algo para lá da evidente cumplicidade entre os dois… <br />Mort Rifkin é um homem cujo vigor já passou por ele, se é que algum dia lá morou. Baixo, anafado e careca, com tendência para ser chato e aborrecido, parece condenado a uma existência ou solitária ou a reboque de Sue, a sua enérgica mulher. Mas algo nasce dentro de si quando conhece Jo. E como é Mort projecta e sonha a sua vida? Recorrendo a filmes clássicos, reinventando sequências onde, agora, ele é personagem. Por exemplo, é ele quem joga xadrez com a Morte, numa citação directa de “O Sétimo Selo”, de Ingmar Bergman. E Allen coloca-o em filmes de Orson Welles, Fellini, Godard, Truffaut, Kurosawa e, claro, estando em Espanha, de Luis Buñuel com o seu extraordinário “O Anjo Exterminador”. É este o “verdadeiro” Festival de Rifkin, o cinema como extensão da própria vida. Ou seja, inteligentemente, o realizador coloca o cinema clássico, personificado em Rifkin, em confronto com o novo, materializado em Philippe, que ele abomina. Em registo americano, “film” vs. “movie”. Os temas habituais de Allen marcam igualmente presença, como a insegurança masculina, os dramas da vida matrimonial e o judaísmo, entre outros. <br />“Rifkin’s Festival” é, evidentemente, um filme menor na carreira, quase sempre brilhante, do realizador de “Manhattan” e de “Match Point”. É uma homenagem ao cinema que ama, os tais “clássicos” que o enchem e que também preenchem Rifkin. O problema é que, para lá deste recurso narrativo (e das paisagens bascas…), pouco sobra. Uma história simples e linear, contada sem sobressaltos, numa atitude típica de quem está confortável e conformado com o seu percurso criativo. Assim seja.
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3 estrelas

José Miguel Costa

Há muito que a estreia de um filme do Woody Allen deixou de empolgar-me minimamente, aliás nos últimos anos apenas vou visitá-lo ao cinema quase por obrigação (devido àquilo que ele já representou no passado e, quiçá, com a ténue esperança de que "o que foi volte a ser"). <br />Portanto, o meu estado anímico para visionar a sua nova obra (Rifkin's Festival) não era propriamente exultante (embora desta vez tivesse um reforço suplementar para o efeito - um quase statement da minha parte -, furar o boicote excessivo do movimento #MeToo para com o Senhor), pelo que até fiquei agradavelmente surpreendido. <br /><br />Verdade que o enredo é fraquinho e "mais do mesmo", a lenga-lenga de um homem algo neurótico, entradote na idade, com múltiplas dúvidas existenciais (desta feita sob a forma de um escritor americano falhado que vai acompanhar a sua mulher ao festival de cinema de San Sebastian, só que esta encontra-se com o radar ligado para o cineasta que representa - pudera, afinal é "só" o feioso Louis Garrel!), mas possui boas piadas soltas à velho Woody Allen. <br />Para além de que é detentor de algumas cenas de excepção, referentes aos momentos em que o protagonista sonha (a dormir ou acordado), filmadas a preto e branco (e em modo remake), que se constituem como uma bela homenagem ao cinema clássico europeu.
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Rifkin`s Festival

Fernando Oliveira

É claro que é apenas mais um filme de Woody Allen. Mas um filme de um realizador que sabe tudo sobre a arte de contar histórias em filmes, histórias capazes de nos fazer rir ou chorar, de nos enternecer ou angustiar, sobre coisas ridículas ou coisas muito sérias. Um realizador cuja obra filmica lhe deu o direito de presumir que os seus espectadores conhecem a história do Cinema o suficiente para identificarem todos as cenas “roubadas” a clássicos desta arte que Allen recria muito livremente neste “Rifkin`s Festival”. <br />Mort Rifkin (uma interpretação espantosa de Wallace Shawn) foi professor de Cinema e agora é um escritor encalhado porque não admite escrever nada que não se compare às obras-primas da Literatura (e ele fala em Shakespeare, em Joyce, em Dostoiévski…); acompanha a mulher, Sue (Gina Gershon), assessora de imprensa (?) que acompanha um jovem realizador francês, Phillipe (Louis Garrel), que tem um filme a concurso no Festival de San Sebastian, no País Basco. Mort desconfia que a mulher e o realizador têm um caso, o que é verdade, mas se o provoca por causa do seu pedantismo, vai ao mesmo tempo afastando-se do festival e deambula pela cidade. Uma “dor” no coração fá-lo ir a consulta com a Drª Jo Rojas (Elena Anaya) e fica cativado por ela… <br />Ah! E a psicanálise? É um filme de Woody Allen, o filme começa e acaba no consultório de um psicanalista. <br />Muito bonito neste filme é a forma como Allen desenha um retrato cruel do pretensiosismo que grassa em quase todos os envolvidos no Festival, e ao mesmo tempo brinca o tempo todo com o “outro” festival que vai decorrendo na mente de Mort: porque ele sonha e delira com o que lhe vai acontecendo, com os seus medos e os seus desejos, recriando na sua mente cenas icónicas de alguns dos clássicos maiores do Cinema. Welles (“Citizen Kane”), Fellini (“8 ½”), Truffaut ("Jules e Jim”), Lelouch (“Um homem e uma mulher” – este é discutível), Godard (“O Acossado”), Bergman (“Morangos silvestres”, “Persona” e “O sétimo selo” – e o jogo de xadrez entre Mort e a Morte é um delirio magnifico) e Buñuel (“O anjo exterminador”) não são poupados pela veia cómica de Allen e descontruidos até à paródia para sublinharem os estados de espírito de Mort. <br />Se é verdade que os passeios na cidade derivam por vezes para o postal turístico (sabendo da dificuldade que nos últimos anos o realizador tem para arranjar financiamento para os seus filmes, provavelmente será uma obrigação contratual), mas o brilhantismo do argumento, a competência sem mácula de Allen, a fotografia sempre magnifica de Vittorio Storaro, o trabalho dos actores, tudo isto faz de “Rifkin`s Festival” um filme que não se alcandorando com um dos filmes mais importantes do realizador (longe disso), é interessante o suficiente para ficar na memória deste ano. <br />Mesmo muito bonito. <br />(em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.pt")
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Woody Allen para sempre

Raul Gomes

Filme fabuloso em diálogos que nos fazem repensar o nosso passado, as oportunidades perdidas, os filmes de uma vida, que nunca desgrudam de nós, e que nos transportam para uma realidade passada, e a qual muitas vezes nos revemos. <br />A mesma verve, a idiosincrasia, a hipocondria já habitual, aqui numa derivação manipulativa. <br />A escolha de Wallace Shaun é um prodígio de escolha no papel que habitualmente seria de Woody Allen, não fosse a idade deste, mas que a actuação de Wallace, quase nos faz esquecer, tamanha é a performance deste, fazendo-o um clone de Allen., na forma de falar e de actuar. <br />A não perder uma linha deste argumento.
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Woody Allen para sempre

Raul Gomes

Filme fabuloso em diálogos que nos fazem repensar o nosso passado, as oportunidades perdidas, os filmes de uma vida, que nunca desgrudam de nós, e que nos transportam para uma realidade passada, e a qual muitas vezes nos revemos. <br />A mesma verve, a idiosincrasia, a hipocondria já habitual, aqui numa derivação manipulativa. <br />A escolha de Wallace Shaun é um prodígio de escolha no papel que habitualmente seria de Woody Allen, não fosse a idade deste, mas que a actuação de Wallace, quase nos faz esquecer, tamanha é a performance deste, fazendo-o um clone de Allen., na forma de falar e de actuar. <br />A não perder uma linha deste argumento.
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