Minari

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Drama 115 min 2020 M/12 13/05/2021 EUA

Título Original

Minari

Sinopse

<p>Década de 1980. David, de sete anos, muda-se com os pais, imigrantes sul-coreanos, para uma zona rural do Arkansas. A vida ali é difícil e os pais arriscam todas as poupanças ao tentar criar uma quinta em solo inexplorado. Perante tanta imprevisibilidade, será a chegada da avó Soonja, uma pessoa muito peculiar, a ajudar David a adaptar-se àquele lugar. <br />Um drama semibiográfico sobre o “sonho americano”, escrito e realizado pelo americano de ascendência coreana Lee Isaac Chung (“Munyurangabo”, “Lucky Life”, “Abigail Harm”). Estreado no Festival de Cinema de Sundance, onde recebeu o Grande Prémio do Júri e o Prémio do Público, foi o vencedor do Globo de Ouro para melhor filme estrangeiro. “Minari” foi também nomeado para os BAFTA nas categorias de melhor filme em língua estrangeira, realizador, actor secundário (Alan S. Kim), banda sonora original e elenco, arrecadando o de actriz secundária (Yuh-Jung Youn). Com seis nomeações para os Óscares, mereceu o de melhor actriz secundária (novamente Youn). Pelo seu papel como David, Alan Kim, de oito anos, foi também distinguido pelo Critics’ Choice Awards com o Prémio de Melhor Jovem Actor. PÚBLICO</p>

Críticas Ípsilon

Uma casa coreana na pradaria americana

Luís Miguel Oliveira

É um óptimo filme, inteligente, subtil, quase sem drama, quase sem “tema”, que nos deixa — e vai sendo uma raridade — a sós com o cinema.

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Críticas dos leitores

Cinema na sua plenitude

Raul Gomes

Drama familiar à procura do sonho americano, que se transforma quase num pesadelo, que só a união consegue superar as dificuldades. <br />Eles vão descobrindo aos poucos, com a ajuda da avô, uma inegável resiliência, que os transforma numa família unida, ou seja, um lar. <br />Um filme tocante na sua simplicidade, mas que nos toca profundamente, tanto que desejamos que tudo corra bem, mas nem sempre a vida tem um final feliz, mas que por vezes deixa uma janela entreaberta de esperança...
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Família

Pedro Brás Marques

“Minari” é uma belíssima homenagem a uma instituição milenar, a família. Lee Isaac Chung, o realizador americano de origem coreana, teve a capacidade e o génio de a apresentar nas suas diversas vertentes imateriais, desde quem se considera ser os seus elementos, os efeitos da passagem do tempo, a herança intangível chamada sabedoria e que forma uma cadeia invisível de apoio e, claro, a massa que tudo une, o amor. <br /> <br />O cenário é a América rural, onde chega uma família de emigrantes coreana, constituída pelo casal Jacob e Monica e pelos dois filhos, Anne e David. Vieram da Califórnia e foram parar ao meio do Arkansas, a uma ‘smalltown’ idêntica a tantas outras, porque Jacob persegue o seu sonho de ser agricultor, produzindo para os milhares de coreanos que, anualmente, chegam à “Promised Land” à procura do sonho americano, tal como eles. A família sente-se algo arrastada, mas aceita e apoia-o. Para sobreviverem, trabalham numa fábrica ligada à pecuária, onde executam um serviço algo peculiar: separam os pintos fêmeas dos machos, enviando estes para o extermínio, porque a sua carne não é tão boa para ser vendida… Envolvem-se na comunidade, até vão à Igreja e as coisas lá vão correndo. Até que chega a avó dos miúdos, Soonja. Brincalhona, irreverente, sem tento na língua, provoca uma alteração nas águas pacíficas da família, enquanto constrói uma ligação muito especial com os netos, especialmente com David, a quem vai ensinar a plantar ‘minari’, uma espécie de salsa ou aipo de origem coreana. Um gesto inócuo, mas de consequências extraordinárias. <br /> <br />Esta é uma história de superação, de conquista e, principalmente, de epifania familiar, sabiamente enriquecida com episódios duma extraordinária carga simbólica, evocando outros que fazem parte da nossa memória colectiva. Vejamos: desde logo, o nome do protagonista, Jacob sinónimo de Israel e pai de família prolífico. Depois, esta família personifica milhões de outras, as que tentam singrar fora do lar, num país que não é o seu, onde falam uma língua que não a sua e onde são julgados pela sua aparência física. Depois, há o episódio da “solução final” dos pintainhos, com ecos terríveis sobre o que uma raça pode fazer a outra… Não é à toa que Paul, o ajudante de Jacob, carrega uma cruz no seu tempo livre, como que ilustrando o calvário desta família ou que a plantação de ‘minari’ seja feita junto a um rio de águas cristalinas… Mas, lá está, se há dúvidas sobre se de fora poderá vir alguma ajuda para a família, elas desaparecem no seio familiar. Entre irritações, lágrimas e sorrisos, vitórias e derrotas, é no seio da família que os seus elementos se refugiam, como se dum castelo inexpugnável se tratasse. <br /> <br />Lee Isaac Chung conta-nos mais esta outra “história simples”, com uma suavidade e uma naturalidade encantadoras. Estamos longe, muito longe, do aparato tecnológico que continua a infectar uma parte substancial do actual cinema norte-americano. A matéria-prima são as pessoas, os seus sentimentos e a sua condição. Há tempo para partilharmos dos seus estados de alma e dos seus silêncios. Despido de virtuosismo visual, Chung ilustra este drama familiar, de contornos autobiográficos, com a mesma singeleza com que David Lynch filmou “A Simple Story” ou com que a chinesa Chloe Zhao pintou “Nomadland”, sem esquecer os ecos distantes de “It’s a Wonderful Life”, de Frank Capra. Rostos, olhos, emoções e muitos grandes planos exigem, natualmente, actores acima da média. Felizmente, acertou nas escolhas, em especial em Steven Yeun enquanto jacob, Will Patton no papel do “louco” Paul e na veterana Youn Yuh-jung, a adorável avozinha Soonja. Aliás, o actor que deu vida ao inesquecível Glenn, de “The Walking Dead”, é o centro emocional e dinamizador do filme, conseguindo espelhar na sua face uma dualidade digna de Jano: a ambição em alcançar o seu objectivo e o peso da responsabilidade familiar. <br /> <br />Num ano em que o cinema atravessou uma crise inaudita, é gratificante notar este “back to basics” de Hollywood, ilustrado por filmes como este ou como “Nomadlands”. Mesmo que o destino não seja a grandiosidade da sala de cinema mas antes o conforto da sala de estar, é indiscutível que filmes como estes são os que cumprem com o conceito de “cinema”.
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3 estrelas

José Miguel Costa

O filme "Minari", escrito e realizado por Lee Isaac Chung, tendo por base a sua própria história pessoal, é um drama algo light e pouco original ao nível do conteúdo (mas intimista no modo como o expressa), detentor de um tom naturalista e (quase) coming-of-age, que recua até à década de 1980, para relatar-nos as experiências vivenciadas (sob a perspectiva de uma criança - o que lhe confere uma interessante subjectividade) por uma família coreana após a sua mudança de uma grande metrópole dos USA para o Arkansas (onde havia adquirido um terreno agricola), em busca da concretização do sonho americano. <br /> <br />É uma obra que opta por cativar-nos sobretudo através da candura dos personagens (como resistiir à empatia emanada por aquela criança?) e pela beleza da sua fotografia (impregnada de luminosidade e cores fortes), em detrimento da tensão dramática. Estratégia que parece ter colhido os seus frutos, a julgar pela receptividade calorosa por parte de alguma critica cinematográfica especializada. No entanto, pessoalmente, não me empolgou, achei-o (apenas) "fofinho".
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