Roubaix, Misericórdia

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Drama 119 min 2019 M/14 10/09/2020 FRA

Título Original

Roubaix, une Lumière

Sinopse

Arnaud Desplechin (“Reis e Rainha”, “Esther Khan”) atira-se ao género dos policiais baseados em crimes reais neste filme inspirado num documentário televisivo de 2007, “Roubaix comissariat central, affaires courrantes”, de Mosco Boucault. É a história, passada em Roubaix, uma cidade no norte de França, do violento homicídio de uma senhora mais velha e das duas vizinhas dela, mais novas, que são presas por suspeita de serem responsáveis. PÚBLICO

Críticas dos leitores

A realidade nua e crua de Roubaix

Raul Gomes

Da sua miséria, moral e financeira, da sobrevivência diária, que conduz ao crime, aliada à falta de perspectivas, que se traduz num barril de pólvora, pronto a explodir, nas suas mais diversas formas de crime. <br />Belíssimo filme, que nos abala e choca pela crueza dos acontecimentos, como se tudo se pudesse fazer, sempre, e impunemente.
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4 estrelas

José Miguel Costa

Roubaix, que faz fronteira com a Bélgica, é uma das mais carenciadas e problemáticas cidades francesas, em acelerado processo de decadência urbana/descaracterização, que vive das memórias de um passado próspero, sem esperança num futuro menos decadente, tal é a incidência de pobreza (quase endémica), desemprego, toxicodependência, emigração ilegal e criminalidade. <br />É a casa do realizador Arnaud Desplechin, e talvez por isso a trate como uma espécie de personagem (principal), em detrimento de um mero cenário povoado por "figurantes", no seu filme "Roubaix, Misericórdia". <br />Um outro protagonista é o solitário e enigmático comissário Daoud (Roschdy Zem), descendente de emigrantes argelinos, que comanda uma esquadra num dos bairros menos simpáticos, com um profissionalismo imaculado e sem grandes tensões com a população local, que conhece e respeita como nenhum outro (e, por isso, também é respeitado - e simultaneamente temido - mesmo pelos bad boys), por aí ter vivido desde petiz. As suas idiossincráticas caracterisficas de carácter e de ponderação/assertividade quase o transformam, inclusive junto dos colegas de profissão, numa omnipresente divindade pragmática/intuitiva, sempre disponível para o Outro (e, em simultâneo, um ser algo inacessível ao nivel das relações pessoais privadas). <br /> <br />O "romance" conturbado entre estes dois "amantes" decorre sob uma ambiência de filme policial minucioso e cru, impregnado de realismo social e humanismo (divergindo, desse modo, da perspectiva tradicional deste género cinematográfico que, por norma, expira adrelina e suspense), com uma narrativa centrada na investigação do assassinato de uma idosa isolada no seu domicilio (que no fundo serve de mote para escrutinar, sem panfletismos politicos e/ou sociológicos, as cicatrizes da cidade).
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