A Pereira Brava

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Drama 188 min 2018 M/14 28/03/2019 Bósnia, ALE, Macedónia, FRA, Turquia, SUE

Título Original

Ahlat Agaci

Sinopse

Apaixonado por literatura, Sinan está disposto a fazer o que estiver ao seu alcance para ser um escritor de sucesso. Quando, após terminar o curso universitário, regressa à pequena cidade turca onde nasceu, decide que será ali que o seu sonho se tornará realidade. Porém, para pagar uma dívida do pai, destruído pelo vício do jogo, vai ver o seu sonho adiado uma vez mais.
Em competição no Festival de Cinema de Cannes, um drama familiar da autoria do turco Nuri Bilge Ceylan, cujo currículo em Cannes é assinalável: Grande Prémio em 2003 e em 2011 por "Uzak" e "Era Uma Vez na Anatólia", respectivamente; Prémio de Realização em 2008 por "Os Três Macacos"; e Palma de Ouro em 2014 por "Sono de Inverno". PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Um jovem turco de agora

Luís Miguel Oliveira

A Pereira Brava é um filme composto por momentos bonitos e por momentos desnecessários, e para se aceder a uns tem que se aceitar os outros.

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Críticas dos leitores

Em modo Cineclube. Mesmo assim...

J.F. Vieira Pinto

Nuri Bilge Ceylan adquiriu o estatuto de cineasta “autor”, para se dar ao luxo de realizar esta “excelente” montagem deste “aceitável” – estou a ser otimista - filme. <br /> <br />Sejamos realistas. Em tudo que fazemos nesta vida, temos coisas boas e coisas menos boas. Em Cinema, é exatamente a mesma coisa. O cineasta faz filmes bons e outros menos bons. Agora, termos complacência com este “A Pereira Brava” não! <br /> <br />Cento e oitenta e oito minutos de vulgaridades que mesmo para espetadores de “cineclubes”, habituados a grandes “injeções”, não conseguem aguentar. <br /> <br />Recomenda-se “Sono de Inverno” e “Era Uma Vez na Anatólia” para “limpar” a imagem secante deste entediante filme, com uma excelente “montagem” ,e uma fotografia apenas “boa” nos dez minutos finais. <br /> <br />E é graças à montagem admirável, que passamos o tempo a “marinar” na espectativa de algo “completamente diferente” - como diriam os Monty Python, - que acabará por nunca chegar. <br /> Muito pouco para um cineasta, cuja obra admiramos que tem aqui um trabalho (bem) menor (**)
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Domar impulsos

Pedro Brás Marques

A árvore é um símbolo clássico de ligação entre o mundo material e o espiritual. Quando a planta é “brava”, isso quer dizer que é de geração espontânea e indiferente às “regras” do mundo em que se situa. É o que acontece a Sinan, um jovem que regressa da Universidade, depois de terminar o curso. No seu meio rural, pobre e cheio de problemas, ele quer sair da rotina e do destino que parece traçado, só que a sua natureza “selvagem” precisa de ser domada… <br /> <br />Sinan, o que quer mesmo é ser escritor. Já tem um livro, de contos, confessional, pelo que se acha um eleito. Discute de forma arrogante com escritores e com os que o rodeiam, não percebe a beleza das coisas simples da vida, como o Amor declarado por uma paixão de juventude e trata displicentemente o exame de acesso à carreira docente. Talvez tenha alguma alergia ao pai, professor, dividido entre as suas ilusões de negócios de sucesso e o vício do jogo, que tudo perturba na ordem familiar. Portanto, Sinan quer ser diferente e sente-se melhor que os demais, pelo que tenta publicar o seu livro, o farol que lhe vai iluminar a vida, mas ninguém está interessado, desde o presidente da Câmara até ao grande empresário local. Tempos depois, consegue o desiderato, apenas para constatar que ninguém o comprou nas livrarias ou sequer a sua família o leu. Mas esta porta que se fecha, abre-lhe uma outra, cheia de luz, de confiança, de renascimento... <br /> <br />Nuri Bilge Ceylan autor do belíssimo “Era uma vez na Anatólia” (2011), está de regresso depois da obra-prima que foi o fabuloso “Sono de Inverno”, há quatro anos, que lhe valeu, então, a Palma de Ouro de Cannes. Em “A Pereira Brava”, o realizador turco volta a colocar os seus personagens em diálogos longos, debatendo temas tão incomuns como o sentido profundo da literatura ou a relação (im)possível entre religião e modernidade. E fazem-no não parados ou sentados, mas andando, como se a discussão fosse um caminho em direção ao esclarecimento. São momentos ímpares de cinema, em que uma hábil montagem e uma escrita inteligente impedem que as cenas se tornem monótonas, embora fiquem algo aquém do brilhantismo daquele inesquecível diálogo de cerca de quarenta minutos entre marido e mulher em “Sono de Inverno”. Outra imagem de marca de Nuri Bilge Ceylan é a abundância de planos fabulosos, mesmo em cenas de interiores, que se nota terem sido meticulosamente compostos, como se dum quadro clássico se tratasse, conjugados com a fotografia, sempre maravilhosa, do seu eterno colaborador, Gokhan Tiryaki. Tanta excelência quase faz esquecer o único pecado do filme, a mediania das interpretações, em especial a de Dogu Demirkol que dá vida a Sinan, com um dos rostos mais inexpressivos dos últimos tempos. <br /> <br />Num tempo onde a velocidade e os efeitos especiais tomaram de assalto o altar sagrado do cinema, é com um enorme prazer, quase deslumbramento, que se vê um filme como “A Pereira Brava”, onde há tempo para pensar, para apreciar, para degustar a arte cinematográfica em toda a sua excelência. Uma lição de cinema de três horas que, afinal, é uma poderosa lição de vida.
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Gostei

Maria Vale

Gostei imenso dos diálogos! Encontrei-os representativos da personalidade e vivência da personagem principal. Bela imagem e bons desempenhos.
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A Pereira Brava

Caetano Brandão

É pena as conversas extensas de mais, com 3 penadas conseguia-se melhor efeito sem entediar o espectador e sem dizer coisas inúteis. O filme fica a perder pois tem boa musica e fotografia e até o enredo é interessante.
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3 estrelas

José Miguel Costa

Quem conhece a obra do cineasta turco Nuri Bilge Ceylan já sabe ao que vai se, porven(a)tura, decidir dirigir-se a uma sala de cinema para visionar o seu mais recente filme, "A Pereira Brava". <br /> E sim, ele continua contemplativo em demasia, mas sem aborrecer, pois, como é seu apanágio, consegue manter-nos cativos através da introdução amiúde de pequenos apontamentos de grande humanismo, bem como pelo romantismo com que a sua câmara sorve a poesia melancólica do ambiente rural decadente (apesar disso, em definitivo, não havia necessidade de distender-se ao longo de 188 minutos). <br /> <br />O filme, que tenta seguir uma estrutura romanesca (acompanhando o retorno de um pouco empático e ambivalente jovem recém licenciado - deliciosamente indefinível - à subdesenvolvida vila natal que abomina, e consequentemente ao seio familiar que menospreza, sem grandes perspectivas de futuro devido à "hereditariedade do ciclo da pobreza"), no fundo revela-se como uma espécie de manifesto sobre o "estado da nação". <br /> De facto, o realizador não perde uma oportunidade (por vezes, "introduzida à "papo seco") para colocar o seu protagonista a dissertar filosoficamente (e sempre sob uma perspectiva critica e desencantada), com aqueles com que se cruza alietoriamente, sobre as mais diversas temáticas (nomeadamente, politica, religião, educação e arte). Todavia, tal densidade narrativa, excessivamente retórica e algo anti-natura para o contexto em que decorre a acção, vai-nos criando a sensação de que "não bate a bota com a perdigota". <br /> Independentemente destes excessos e desequlibrios, é impossivel não valorizar este filme no seu todo (como resistir, por exemplo, à divinal cena de encerramento?). E, sob esta perspectiva, ninguém o caracteriza melhor que o critico Luis Miguel Oliveira "é composto por momentos bonitos e por momentos desnecessários, e para se aceder a uns tem que se aceitar os outros".
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Hipnotizante

Raul Gomes

Não conseguimos desviar o olhar do ecrã, tanto do ponto de vista visual, como da narrativa e dos diálogos. <br />A realidade turca está lá, por vezes visível, outras vezes encapotada nas suas discrepâncias religiosas ou intelectuais. <br />Filme muito interessante e intelectualmente motivador, para percebermos a história do país que o realizador nos quer contar, ou que nos induz para a reflexão daquilo que não nos mostra, ou que por vezes indicia.
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Demasiado longo e egocentrico

Manuel

A vidinha do Sinan não é muito interessante. Apesar de ter concluido a licenciatura ainda é dependente da mãe e afectado pelo pai que tem o vicio do jogo. Tem conversas filosoficas, chatas e longas sobre a literatura e sobre o Islão. Escreve um livro que ninguem lê, como muitos aspirantes a autor de livros. Repito: a vidinha do Sinan não é muito interessante!
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