Raiva

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Drama 84 min 2018 01/11/2018 FRA, BRA, POR

Título Original

Raiva

Sinopse

<div>Década de 1950. A vida no Alentejo é difícil. Os trabalhadores rurais, sob o domínio dos grandes proprietários, trabalham de sol a sol e o que ganham muitas vezes não é suficiente para alimentar as suas famílias. Uma noite, depois de ser vítima de uma grande injustiça, um homem perde a razão e transforma-se num assassino…</div> <div>Com realização de Sérgio Tréfaut, “Raiva” é um filme a preto e branco que adapta ao grande ecrã a obra “Seara de Vento” (1958), de Manuel da Fonseca, um clássico do neo-realismo português sobre a pobreza, a opressão e as injustiças sociais que se inspirou num evento verídico acontecido em Beja, em 1930. O elenco, de luxo, conta com Hugo Bentes,  Sergi López, Catarina Wallenstein, Rogério Samora, Adriano Luz, Leonor Silveira, Lia Gama, Isabel Ruth, Diogo Dória e Luís Miguel Cintra, entre outros. PÚBLICO</div>

Críticas Ípsilon

A paz, o pão, a habitação

Jorge Mourinha

Raiva é um extraordinário tour de force formalista e cinéfilo, depurando uma tragédia rural até atingir algo de místico e ancestral

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Críticas dos leitores

Desilusão

Rui Pedro Gonçalves

Acabei de ver o filme no Centro Cultural do Cartaxo. Gostei muito da fotografia mas penso que foi a parte mais bela, apesar de tudo muito irreal. No Alentejo havia asseio impresso na cal e a história de um povo oprimido não aparece devidamente retratada; o que aparece é a história de um bandido que nunca se percebeu se foi, ou não foi, um homem honrado. <br />O filme está cheio de detalhes que não pertencem a essa época, mas isso nem é o mais importante. A pobreza alentejana não tinha aquelas cores.
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Porcaria

António

Raiva pela discurso do costume. Parece propaganda política feita por gente desconhecedora.
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Raiva

Manuel Silva

Vi ontem o filme no El Corte Inglês. <br />Bela, bela, só a fotografia. <br />Alguns pormenores descuidados; <br />- A fala, sotaque e termos usados não pertencem ao Alentejo. <br />- A forma do pão, no Alentejo fazia-se o pão de cabeça. <br />- A higiene (falta dela), não havia daquilo, havia muita pobreza, sim, mas os Alentejanos sempre foram exímios em a disfarçar, pobres mas asseados e honrados. <br />- A mercearia, não havia daquilo, é demasiado pobre, enxuta demais. <br />- Os aramados ao longo da estrada no percurso do carro do latifundiário, não havia disso nos anos 50 (muito menos em 1932, ano em que se passou a história), surgiram nos anos 60, com a proliferação das coutadas. <br />As marcas das rodas do tractor na seara. Não havia disso, os tractores apareceram, significativamente, por meados dos anos 60. Até aí, as sementeiras eram feitas, esmagadoramente, por parelhas de muares, cavalos, até bois. <br />- Em pinceladas do filme retrata-se, magistralmente, a miséria gerada pela falta de trabalho, a opressão da GNR, o mando dos latifundiários sobre ela e sobre o poder político na região, situação social que se manteve até à emigração em massa dos anos 60 (para a Europa e arredores de Lisboa). <br /> <br />P. S. A história original, de 1932, passou-se numa pequena aldeia perto de Beja - Cantinho da Ribeira - perto da aldeia do meu pai (Trindade). A minha mãe contava a história, mas era bastante diferente desta. Não sei qual das duas é a verdadeira, ou se nenhuma corresponde ao que se passou.
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Pouco vi da seara, mal me apercebi do vento

JR

Não chega misturar os ingredientes (um pouco de Manuel de Oliveira, mais um tanto de João César das Neves, um tudo nada de Pasolini)  expor as miserabilidades com uma exagerada crueza, pulular pelos tiques estereotipados de certo radicalismo, cortar avaramente nos diálogos e embrulhar tudo numa maravilhosa fotografia, para se fazer um bom filme. Há que não cair em tentações simplicistas, há que ter cuidado com certos detalhes (um Herman a fazer de padre foi um verdadeiro descuido pois toda a sua figura, modos faciais e tom de voz nos remete para uma comicidade que era de todo evitar) o formato do pão, a higiene (aqui a falta dela) que, mesmo na pobreza extrema, o alentejano preza, a ausência de adereços... enfim talvez seja mais compensador voltar a reler as páginas do imortal romance de Manuel da Fonseca, "A Seara e o Vento".
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Belissimo , belissimo!

Maria Manuel

Sente-se tanto o nosso Alentejo. O sol tão baixo, a terra tão seca. Ótima escolha na forma de retratar a vida dura, a fome, a injustiça, o crescer da raiva que se viveram nesses anos, ao geral dos espetadores que já não conheceram esses tempos. Belíssimo. Sérgio Tréfault gosta dos atores! Que bem dirigidos. Que bem que representaram.
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3 estrelas

José Miguel Costa

O nome de Sérgio Tréfaut (que se tornou conhecido do "grande público" gracas à sua obra "Lisboetas"), por norma, é associado no imediato ao cinema documental. Todavia, com o recente "Raiva" (a adaptação de um dos mais importantes romances do neorrealismo português - "Seara de Vento" de Manuel da Fonseca -, publicado em 1958 e banido pelo regime salazarista até 1974) ingressa no mundo da ficção (pela segunda vez - já o havia feito em "Viagem a Portugal"), para transportar-nos até às trevas do Alentejo da década de 50 do século XX - uma terra povoada por "sombras de pessoas" consumidas pela fome e pela opressão/exploração dos grandes latifundiários. <br /> Fá-lo recorrendo a um notável classicismo formal e austero (anti-naturalista), "pincelando" (divinamente) com múltiplas gradações de cinza, branco e preto as paisagens melancólicas e os rostos expressionistas do elenco de luxo (do qual fazem parte as sempre excepcionais Isabel Ruth e Leonor Silveira - embora o principal destaque até caiba ao protagonista, Hugo Bentes, um carismático, enigmático e cinematográfico "não actor"). <br /> <br />Grosso modo, o filme é inqualificavelmente belo (quase poético) a nível estético, no entanto, a sua narrativa circular ("começa pelo fim" com um tiroteio "à la western", durante o qual um camponês executa sumariamente dois "patrões", barricando-se à posteriori no seu casebre - ponto a partir do qual o Tréfaut opta por um flashback para nos dar conta dos eventos que levaram até este momento dramático) não se encontra no mesmo plano de excelência. Revela-se demasiado "seca" (atendendo ao seu "conteúdo pesado" - e sublinhe-se que até é de louvar o não apelo ao lacrimejante drama de "faca e alguidar" e/ou à politização simplista, mas "nem tanto ao mar nem tanto à terra") e a excessiva solenidade/teatralização também não ajuda a dissipar tal "impressão". <br /> É pena, pois se a "coisa" tivesse sido bem doseada poderíamos estar perante um clássico do cinema português.
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E nós?

Helena

É uma pena não ser exibido em Setúbal, em Almada, ou no Montijo. Enfim.. na margem sul.
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Raiva

Manuel Leitão

Uma grande oportunidade perdida, pois o argumento baseia-se numa obra extraordinária e a fotografia é excelente. Falta o principal, infelizmente: a intensidade dramática...
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Maravilhoso e urgente

Pedro

O comentário vai igual ao título: um filme belo e muito oportuno - ainda que, objectivamente, retratando outra época e, na aparência, realidades tão diferentes das actuais, o fundo permanece o mesmo. Um "senão" quase pitoresco mas quanto a mim relevante: qualquer actor comum brasileiro é capaz de imitar o sotaque nordestino ou do pantanal se necessário - sem quo o facto pese grandemente no balanço final do filme, ouvir alentejanos "profundos" dos anos 50 com sotaque lisboeta (ainda que razoavelmente neutro) rouba um pouco de verosimilhança a desempenhos que, no restante, me pareceram excelentes.
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Raiva

Helder Costa Almeida

Acabo de ver o filme: sóbrio q.b., belíssimo, excelentes actores. Que bom ver e rever Isabel Ruth e Lia Gama (há tantos anos!!!...) Leonor Silveira e...Hugo Bentes, uma revelação: não precisa falar, o seu rosto revela toda a "Raiva" que lhe vai na alma. Uma escolha feliz do excelente realizador Sérgio Tréfaut. E aquele Hino dos Mineiros de Aljustrel?
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