Esplendor

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Drama, Romance 101 min 2017 M/12 14/06/2018 FRA, JAP

Título Original

Hikari

Sinopse

<div>A jovem Misako faz versões de filmes para pessoas com deficiência visuais. Ela esforça-se para transpor a beleza das imagens em palavras, para que todos os possam sentir verdadeiramente. Num dos seus trabalhos conhece Nakamori, outrora um fotógrafo conceituado, que está lentamente a perder a visão. Pelas circunstâncias, os dois tornam-se cúmplices. Mas à medida que Nakamori perde a sua principal forma de conexão com o mundo, vai também adquirindo novas formas de lidar com ele. E a relação que surge entre ambos vai levá-los a olhar as suas vidas sob uma perspectiva absolutamente diferente.</div><div>Nomeado para a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes - onde recebeu o Prémio Ecuménico -, um filme sobre a delicadeza dos sentidos assinado por Naomi Kawase, a realizadora japonesa responsável por “A Quietude da Água” (2014) e “Uma Pastelaria em Tóquio” (2015), entre outros. Os actores Ayame Misaki  e Masatoshi Nagase dão vida aos protagonistas. PÚBLICO</div>

Críticas Ípsilon

De olhos mal fechados

Luís Miguel Oliveira

É muito, muito entediante e, de forma ironicamente fiel à sua temática, um convite permanente a que fechemos os olhos.

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Críticas dos leitores

Esplendor

cdds

A controvérsia (filme para não ver vs. filme a não perder) atraiu-me para a sala de cinema e não dei o meu tempo por perdido. Sob o pretexto de uma história acerca da busca da maneira adequada de relatar um filme a pessoas com deficiência visual – os ensaios decorrem perante um grupo piloto de indivíduos com diferentes graus de capacidade visual – o que está em causa é a nossa maneira de interagir com os outros, quando comunicamos a nossa interpretação do que vemos. O choque entre o que julgamos, ou entendemos ver, e as expectativas e interpretações dos outros, é brutal. É um choque que conhecemos (entre pessoas que supostamente “vêem bem”), pelos conflitos e relacionamentos crispados do nosso quotidiano social e laboral. Senti o filme como uma metáfora poderosa que nos questiona. Como transmitir a um invisual aquilo que vejo e sinto e, desta forma, fazer com que sinta como se visse, é um excelente exercício para uma comunicação que ultrapasse a mera descrição básica e os relacionamentos expressos através de fórmulas vagas. Quando tal acontece, são possíveis descobertas que dão um novo sentido à vida.

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3 estrelas

José Miguel Costa

Naomi Kawase é uma realizadora aclamada para além das fronteiras do seu país (Japão), todavia, a sua nova obra ("Esplendor") defrauda muitas expectativas (efectivamente, trata-se de um "produto menor" quando comparado com trabalhos precedentes, como "Suzaco", "O Segredo das Águas" e "Uma Pastelaria em Tóquio" - mencionando apenas aqueles que visionei), numa espécie de cedência ao mainstream. Felizmente, fá-lo sem perder a alma na totalidade, afinal o intimismo, a sensibilidade e a delicadeza (a sua "marca registada") continuam bem presentes (embora, desta vez, de um modo algo excessivo - quase meloso), mas falta-lhe a costumeira "poesia" (que agora apenas se faz notar, esporadicamente, a nível estético - com melancólicas imagens turvas e uma aposta em constantes planos fechados, a servir de metáforas à cegueira).
Sentimo-nos, acima de tudo, órfãos da ausência de profundidade da narrativa (valendo-lhe, como compensação para este "handicap", a cândida prestação da dupla de protagonistas). E se na verdade, até parte de uma premissa base interessante (abordando as dificuldades inerentes à "tradução áudio" dos filmes destinados a invisuais - e daí tentando caminhar, com recurso a uma "filosofia pobre", em direcção a questões relacionadas com as memórias do passado), acaba por "subdesenvolvê-la", "dando à luz" uma película quase exclusivamente sensorial. No entanto, o interessante é só nos apercebermos desta atmosfera poética "postiça" no período pós- visualização, pois quando saímos da sala ainda vimos embebidos por aquilo que descobriremos mais tarde não ser mais que o "cair no engodo" de alguns truques básicos de sedução, disfarçados de lirismo - sendo exemplo disso, as orelhudas melodias lacrimejantes, os diálogos fofinhos declamados em tom agridoce e o romantismo clichê.

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