Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo

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Aventura 115 min 2010 M/12 27/05/2010 EUA

Título Original

Prince of Persia: The Sands of Time

Sinopse

Império Persa, século VI. O destino de Dastan (William Foster em criança / Jake Gyllenhaal em adulto) era tornar-se príncipe, mesmo que as suas origens não o fizessem prever. Sem família, sozinho e abandonado à sua sorte, vagueia pelas ruas sobrevivendo graças apenas à generosidade alheia. Para aquela criança, cada dia é uma aventura e sobreviver um enorme desafio. Quando um capitão do Exército o castiga severamente por defender um amigo que rouba uma maçã, Dastan é poupado e adoptado pelo rei Sharaman (Ronald Pickup), acabando por crescer de acordo com os nobres ensinamentos do seu pai adoptivo e do seu tio Nizam (Ben Kingsley), um homem cuja vida é exemplo de sabedoria e bondade.
Já adulto, Dastan, querendo provar o seu valor e demonstrar gratidão para com o rei que o tratou como filho, segue para Alamut, uma cidade aliada aos seus mais antigos inimigos. Mas Alamut encerra um antigo segredo: as lendárias areias do tempo. Quando o rei Sharaman é cruelmente assassinado e Dastan acusado do crime, ele encontra na princesa Tamina a única aliada para limpar o seu nome. Tamina ensinará o seu novo amigo a sobreviver a todos os perigos do deserto e os dois irão encontrar o segredo encerrado nas areias que, segundo a lenda, consegue reverter o tempo e dar, a quem o controlar, o poder de subjugar o passado e o presente.
Realizado por Mike Newell, é baseado nos jogos de vídeo "O Príncipe da Pérsia", criados em 1989 por Jordan Mechner, que fez parte da equipa de argumentistas e produtores.

PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Príncipe da Pérsia

Jorge Mourinha

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O ladrão de Alamut

Mário Jorge Torres

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Críticas dos leitores

Ó tempo volta p'a trás

Raúl Reis

Entrar numa sala de cinema para ver as aventuras do “Príncipe da Pérsia” foi um acto perigoso. Primeiro, porque foi o primeiro jogo de computador que me provocou um verdadeiro vício e, segundo, porque o filme me transportou até esses momentos de juventude em que jogava “Prince” até à exaustão e estes recuos até ao passado são, quase sempre, deprimentes. “É a minha vez”, gritava a minha irmã, reclamando porque eu me tinha apropriado do computador duas horas antes. “Ainda agora comecei a jogar”, explicava-lhe eu com total sinceridade. O Prince. Uau! Que jogo fantástico! O seu criador chama-se Jordan Mechner (na altura eu não sabia nem queria saber), mas este americano lançou a primeira versão do jogo em 1989 e conseguiu um feito fabuloso para a época: criar uma personagem que se movia praticamente como um ser humano. Mechner filmou e fotografou o seu irmão David a correr e a saltar e obteve assim os movimentos do “Prince”. Hoje em dia tudo isto parece fútil, mas no final dos anos 80 não havia sistemas de captura de movimento e a maioria dos trabalhos animação faziam-se com lápis e um papel. A primeira edição do jogo foi feita para os computadores Apple II mas seria rapidamente adaptada a todas as plataformas da época, incluindo as consolas de jogos. É por causa destas recordações que ver “Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo” se tornou num exercício de automutilação da alma. Que jovens que nós éramos quando dávamos vida a esta personagem tão vigorosa que saltava muralhas, agarrava-se a muros de forma improvável e só morria se a minha irmã me distraísse...Passaram mais de vinte anos desde o primeiro jogo e o “Prince” cresceu fazendo agora parte das grandes marcas do mundo das consolas. Mas a personagem do filme de Mike Newell, continua a fazer tudo o que o meu “Prince” conseguia incluindo recuar no tempo. “Eh pá, morri!”, dizia eu desesperado. Mas não havia razões para preocupações: “começa lá outra vez enquanto eu vou ali buscar qualquer coisa para beber”, respondia o meu primo. O “Prince” do filme faz a mesma coisa. Dastan carrega lá num botãozinho que tem na espada encantada e “Splingssssch”: “ó tempo volta p’a trás”. Não me recordo se o Prince tinha nome, mas chateia-me chamar-lhe Dastan, quando toda a gente sabe que ele é “O Prince” (o da Pérsia e não o das cantigas). Jake Gyllenhaal foi escolhido para este papel de enorme importância: musculou-se e desenvolveu um olhar quase tão assustado como quando teve a sua primeira experiência homossexual em “Brokeback Mountain”. Talvez seja por isso que transmite uma sensação de “ennui” que me custou a suportar. A sua compincha, Gemma Arterton, sofre de outros males mas o resultado é semelhante: a britânica cria a personagem de Tamina como se estivesse a posar para um anúncio de um creme hidratante. As câmaras lentas que aparecem em quase todas as cenas ajudam a esse efeito de... lentidão, mesmo antes de acções tão exageradamente aceleradas que não nos deixam acreditar em nada do que vemos. Quando eu jogava computador com a minha irmã, naquelas primeiras versões do “Prince”, afinal tudo era muito mais real do que nesta versão cinematográfica.
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Entretenimento

Fernando Costa

“Príncipe da Pérsia” é a adaptação cinematográfica do famoso jogo de computador, não fingindo ser algo que não pode ser e ao admiti-lo e aceitá-lo transforma-se num simpático filme de entretenimento. “Príncipe de Pérsia: As areias de Tempo”(PdP) é a adaptação ao grande ecrã do jogo de computador “Príncipe o Pérsia”, criado por Jordan Mechner (que é também responsável pela a história do filme) e segue Dastan, um orfão e menino da rua transformado em príncipe pelo rei Sharaman, regente do reino Persa num enredo que envolve o assalto à cidade sagrada de Alamut, que para além de outros segredos é o local de repouso de um punhal mágico capaz de transportar no tempo o seu portador (e que é guardado pela princesa Tamina) e uma história de traição familiar. Mike Newell prova outra vez a sua competência a dirigir películas grandes do orçamento (já tinha dirigido com sucesso o quarto filme da série Harry Potter). O realizador experiente compreende o que “Príncipe da Pérsia” pretende ser, bem como as suas limitações e dirige este filme tornando-o num agradável filme de entretenimento, e embora não seja muito mais que isso, é um filme que se vê com prazer. PdP toma a forma de um filme de aventuras que segue a fórmula de outros filmes de aventuras, incluindo no tipo de relação entre o protagonista masculino e femenino do filme que nos fazem lembrar duplas como Douglas/Turner em “Em Busca da Esmeralda Perdida” e na sua sequela, Chamberlain /Stone em “As Minas do Rei Salomão” e na sua sequela (desculpem-me esta referência mas não resisti) ou mais recentemente Frasier/Weisz em “A Múmia”. Isto não é novo, nós sabemos, mas funciona novamente. O que é novo neste PdP é a inclusão da unidade da família no filme de aventuras (o mal vem da família e é resolvido pela família). É certo que a mensagem que passa sobre a família é adequadamente positiva, não é nova e é de certo modo "easy listening" (pessoalmente acredito que a família pode ter tanto de benéfica como de maléfica) mas não deixa de ter algum fundo de verdade e ser passada com força. Estamos longe dos filmes de aventuras dos solitários exploradores/salteadores em busca de fortuna e fama, tão típico dos anos 80 e reciclado no filme "A Múmia". Jake Gyllenhall prova mais uma vez que tem tudo o que precisa para ser o protagonista, quer seja de um filme dramático quer, como aqui, de um “blockbuster”. Gyllenhall imprime à sua personagem a adequado insolência, humor e charme necessários para que funcione (não é uma interpretação brilhante mas a sua leveza ajuda o filme). Gema Arteton, que interpreta Tamina é sobretudo linda e suficientemente “orgulhosa” (e é isso que deve ser). A química como já dissemos funciona fazendo o filme e a história funcionar. Ben Kingsley, num papel que não exige muito, adapta o seu desempenho ao tipo de personagem e ao programa do filme. Alfred Molina consegue o humor necessário para o papel de Sheik Amar. Uma palavra sobre os efeitos especiais: são os adequados e sobretudo uma palavra de apreciação a quem não caiu na tentação de converter este filme para 3D – é que na verdade neste projecto a conversão não traria nada de novo e a exepriência é plenamente vivida num “simples” filme 2D. Isto só vem contribuir para a ideia que o 3D tem espaço no cinema mas em projectos bem escolhidos e seleccionados. Um argumento não totalmente desinspirado (mesmo que com alguns “buracos”) e a realização eficaz de Newell fazem do PdP um filme que entretém – vá ver e divirta-se. ** (2/5)
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