Michael Clayton - Uma Questão de Consciência

Votos do leitores
média de votos
Votos do leitores
média de votos
Drama, Thriller 119 min 2007 M/12 21/02/2008 EUA

Título Original

Michael Clayton

Sinopse

Michael Clayton (George Clooney) é o homem a quem todos recorrem num dos maiores escritórios de advogados de Nova Iorque, a Kenner, Bach & Ledeen (KBL), quando são precisos métodos pouco ortodoxos para tratar de um processo. <br/> Sob a alçada do co-fundador da firma, Marty Bach (Sydney Pollack), Clayton faz o trabalho sujo e limpa os podres dos clientes da firma. Mas desta vez há um caso que ele talvez não seja capaz de resolver. A KBL está a gerir um processo multimilionário de uma empresa de agroquímica, a U/North, que parece encaminhar-se para um brilhante desfecho do qual depende o posto da consultora legal Karen Crowder. Mas o advogado de topo da KBL, Arthur Edens, tem um aparente esgotamento e começa a deitar tudo a perder, sabotando provas. Clayton é então enviado para gerir o processo, mas quanto mais tenta resolver as coisas, mais tudo se vira contra ele, colocando em risco até a sua própria vida. O filme foi nomeado para sete Óscares arrecadando apenas um: Tilda Swinton, Óscar de melhor actriz secundária. <p/>PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Michael Clayton

Luís Miguel Oliveira

Ler mais

A Garbo em Clooney

Vasco Câmara

Ler mais

Críticas dos leitores

“O Advogado de Deus” – sugestão para um subtítulo

António Mercês

“Michael Clayton” fala-nos da capacidade que nós, humanos, temos em literal e metaforicamente “vendermos a alma ao diabo”, bem como de termos a opção de o fazermos ou não – livre arbítrio para tal, portanto.<BR/><BR/>Por “vendermos a alma ao diabo” entenda-se a tentação de cometermos um acto que, por muito ilícito e/ou imoral (logo, condenável) que seja, acabamos por vacilar na dúvida da incerteza de o concretizarmos ou não. Independentemente de essa hesitação ser suscitada e/ou condicionada por necessidade económica, capricho, ganância ou, pura e simplesmente, a curiosidade em se realizar uma “diabrura”. Tal como reza a velha e sapiente filosofia popular, “o fruto proibido é o mais apetecido”…<BR/><BR/>Neste caso concreto, Michael Clayton (George Clooney) opta pelo Bem. Opta por desmascarar uma trama corrupta e hipócrita de uma empresa multinacional de herbicidas que procura, por um lado, transmitir a imagem de grande fomentadora e promotora da valorização e aproveitamento da terra/solo para cultivo e, por outro lado, não tem escrúpulos nem olha a meios para obter lucro através daquilo que promove. Isto inclui, como seria de se esperar, colocar seriamente em risco a vida de populações adjacentes aos seus campos de cultivo, os quais são a sua fonte de exploração e lucro, através da exposição prolongada a químicos altamente cancerígenos. Aqui é colocada a máquina jurídica em acção, de modo a que, através da figura da conceituada empresa de advocacia, se procure de forma ávida e eficaz lançar o espectro da dúvida sobre os depoimentos de eventuais queixosos/lesados. <BR/><BR/>Os fins acabam por justificar os meios na lógica desta conjuntura de se evitar a todo o custo que a verdade transborde para a opinião pública e os meios de comunicação social. Neste campo, no qual a máquina jurídica se começa a voltar contra o seu patrocinador (logo, minando-a a partir do seu próprio interior), são accionadas medidas extremas, as quais contemplam já o assassinato premeditado a sangue-frio mascarado a contornos de suicídio. Ou, em última instância em que dificilmente se consegue disfarçar o desespero, o assassinato/atentado deliberado à bomba – qual forma prática e eficaz de purgação (alguma analogia válida com a noção de “fogo redentor”? Sugestões aceitam-se…)<BR/><BR/>Não se tratando de uma temática nova, a qual já havia sido explorada com considerável sucesso em filmes como “Erin Brockovich” ou “O Advogado do Diabo” (nunca a expressão idiomática, per se, fez tanto sentido como aquele que Al Pacino lhe conferiu no ecrã!), Michael Clayton não deixa de ser um bom registo. Um protagonista aparentemente seco, que apenas procura uma solução para os seus problemas, particularmente de natureza financeira. Este advogado poderia perfeitamente ceder à tentação de se vender, transformando-se em mais um ínfimo elo da cadeia que constitui e suporta o sistema da corrupção. Aliás, os problemas que o atormentam dão a entender qual será a sua escolha natural. No entanto, desta feita temos o “advogado de Deus” em acção, o qual, guiado por princípios de ética e justiça faz tudo aquilo que se encontra ao seu alcance (recorrendo inclusive a astuciosos ardis) de modo a expor e desmascarar uma trama de imundice que não respeita a saúde pública nem a vida dos seus semelhantes.<BR/>
Continuar a ler

Envie-nos a sua crítica

Preencha todos os dados

Submissão feita com sucesso!