O Meu Tio

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Comédia 110 min 1958 M/12 19/04/2007 ITA, FRA

Título Original

Mon Oncle

Sinopse

O senhor e a senhora Arpel têm uma casa moderna num quarteirão asséptico. Eles têm tudo, conseguiram tudo, na casa deles é tudo novo: o jardim é novo, a casa é nova, os livros são novos. Neste universo tão confortável, tão "clean", tão "hich-tech", tão bem programado, o humor, os jogos e a sorte não têm lugar. E o filho Gérard aborrece-se de morte. É então que irrompe na sua vida o irmão da senhora Arpel, o tio, o Sr. Hulot (Jacques Tati). Personagem inadaptada, habituada ao seu mundo caloroso, vai, para delírio do sobrinho, virar tudo de pernas para o ar. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

O sr. Hulot chega à cidade

Luís Miguel Oliveira

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Críticas dos leitores

O Meu Tio

Patrícia Mingacho

O cinema continua a surpreender-me e os clássicos esses sim são, muitas vezes, a apoteose da sétima arte ou não fossem clássicos! <br />"O Meu Tio", um filme de Jacques Tati, é um filme soberbo! Desde os primeiros momentos do filme (o passeio dos cães é maravilhoso) que soube que não era por acaso que estava ali; por vezes, os críticos acertam nas estrelas que dão! <br />"O Meu Tio" é um filme para todas as idades, para todos os gostos e feitios, é um filme que nos faz bem! E entre a crítica a uma sociedade burguesa, vaidosa e frívola, há as crianças e as suas tropelias, o seu universo povoado de situações hilariantes! Trazer este filme connosco é transportar a leveza da vida, é soltar gargalhadas, é voarmos para o universo que deixámos quando os anos começaram a contar! E, para além de todas estas sensações que o filme nos transmite, há um rigor levado à exaustão: os cenários parecem ser pensados ao milímetro, nada ali está a mais e tudo flui à frente do nosso olhar. <br />Há filmes que merecem ser revisitados e este, sem dúvida, é um deles, acompanhados ou sozinhos, com sol ou com chuva, será sempre com um sorriso que chegaremos ao FIM...
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Mon Oncle

Jorge Augusto

<p>Em "Mon Oncle", terceira longa-metragem realizada, Jaques Tatischeff apresenta-nos novamente a sua personagem mais famigerada - o burlesco Monsieur Hulot. Reconhecido pela sua gabardine, chapéu e cachimbo, Hulot vive uma nova aventura tecnológica, oferecendo-nos um sem número de gags cómicos ao melhor estilo de Buster Keaton ou Charlie Chaplin. Sempre com o humor como base, Tati consegue criar excelentes sátiras à sociedade, como é este particular caso, onde a classe dos novos-ricos é altamente atingida.</p><p>Neste filme datado de 1958, facilmente salta à vista o jogo dicotómico que Tati constrói, opondo a simplicidade da (sua) vida à mais sofisticada e tecnológica forma de viver (da sua irmã e cunhado). De um lado, tudo o que a personagem preza: o sincero bom-dia com que presenteia os vizinhos, o chilrear de um pássaro ao sol, a amizade com o seu sobrinho. Do outro lado, tudo a que o casal Arpel parece dar importância: o intencional cumprimento que a sua irmã oferece aos curiosos (de forma a que eles possam admirar a sua novíssima casa...), as festas que organiza no seu jardim (a sequência da Garden Party é das mais hilariantes!), os mais variados utensílios que possuem na casa, todos com uma função bastante específica.</p><p>É neste contexto que a Villa Arpel, moradia do casal, se torna uma personagem essencial no filme, e, através dela, Tati personifica o modo de estar desta classe social: quanto mais se tiver melhor, quanto mais se mostrar melhor. As fabulosas cenas da fonte-peixe do jardim, cujo repuxo apenas é ligado quando alguém (importante) toca à campainha, espelham o retrato de uma sociedade que vive para as aparências. Tudo nesta casa faz confusão a Hulot, desde o singular abrir automático do portão, às extravagantes cadeiras. Contudo, este sentimento é recíproco, e a casa parece também não sentir muita empatia por Hulot, dada a forma desastrada dele se comportar dentro daquelas quatro paredes (fenomenal apontamento em que o Monsieur entra à noite no jardim para aparar umas plantas, e o casal põe-se a espreitar, cada um numa janela redonda da casa, dando a ilusão de serem os olhos da própria casa que seguem as peripécias do terno tio).</p><p>Mas, como já foi referido, "Mon Oncle" é também puro e inocente. Ao longo de toda a película, vão surgindo sequências de cenas em que podemos observar as ingénuas brincadeiras das crianças. Talvez o maior ataque de riso que temos, seja provocado, precisamente, devido a uma extraordinária cena, em que um grupo de meninos escondidos atrás de um muro, se regozija a distrair (com o barulho dos seus assobios) as pessoas que vão passando, de modo a que estas batam contra um poste. </p><p>É deste modo que a ligação entre Hulot e o seu sobrinho, Gérard Arpel, se vai tornando cada vez mais forte: apesar de viver num bairro sem mordomias como o seu, o tio vive uma vida bem menos monótona que a sua e dos seus pais, e isso fascina-o e leva-o a admirar Hulot (em detrimento do seu pai).</p><p>Um factor que não podemos deixar passar em claro, é a banda sonora que acompanha as imagens. Quase desprovido de diálogos, temos a felicidade de poder ouvir uma música que nos aquece o coração e nos acompanha durante grande parte do filme. Além disso, somos constantemente confrontados com um conjunto de sons reais, que tornam ainda mais autêntica esta obra-prima: o chilrar dos passáros, o assobio das crianças, o calçado a bater no chão, a água a sair em repuxo da fonte...</p><p>"Mon Oncle" continua a ser umas das mais maravilhosas comédias já feitas, com um tom alegre e um humor refinado. Infelizmente, a sua temática é, ainda hoje, bastante actual.</p><p>Afinal de contas, é o simples assobio do pai que vai conquistar o seu filho.</p>
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