Os Cavaleiros

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Aventura, Western 119 min 1959 M/12 03/09/1999 EUA

Título Original

The Horses Soldiers

Sinopse

De certo modo, "The Horses Soldiers" é o “quarto mosqueteiro” da trilogia da Cavalaria ("Fort Apache", "She Wore a Yellow Ribbon", "Rio Grande"), por isso mais aguerrido e espectacular. Recuando no tempo, "The Horses Soldiers" tem por cenário a Guerra entre os Estados, e conta um perigoso raid que um coronel unionista (Wayne) realiza em território confederado, com alguns dos momentos mais antológicos da obra de Ford: o ataque dos jovens cadetes da Academia e a carga de cavalaria final.

Texto: Cinemateca Portuguesa

Críticas dos leitores

Os cavaleiros

Fernando Oliveira

Nos seus últimos filmes habitados ainda pela ideia lendária do Oeste, os westerns, Ford mostra-nos apenas a desilusão com esse espaço e com esse tempo que ele ajudou a erguer como um lugar fundador da América moderna. Um profundo desencanto e até pessimismo encharca estas histórias. Em “Os cavaleiros” , realizado em 1959, como depois “Two rode together” e “O homem que matou Liberty Valance”, olha para os seus personagens de uma forma quase amarga, há uma tristeza e uma decepção que enevoa esse olhar. “Deus, Pátria e Família” estão ausentes deste filme. <br />É o último dos seus “filmes de Cavalaria”, decorre durante a Guerra da Secessão, e conta a incursão da Cavalaria nortista em território confederado para destruir uma estação ferroviária estratégica para o abastecimento dos exércitos do Sul. E se Ford continua a semear na história muitos momentos da habitual balburdia quase burlesca que usa em quase todos os seus filmes (“A taberna do irlandês” realizada quatro anos depois será disto o exemplo maior; em “Os cavaleiros” há até uma divertida citação a “To catch a thief” de Hitchcock – “Qual é a sua preferência? A perna… ou o peito?”, do frango, claro), o filme é essencialmente um olhar profundamente triste e trágico sobre o absurdo da guerra (haverá algo mais trágico e absurdo, terrível, que a marcha dos cadetes, crianças ainda, para a guerra?), espelhado no confronto entre o coronel John Marlowe (John Wayne), homem obcecado pela missão e o major Henry Kendall (William Holden), médico. No passado a mulher de Marlowe tinha morrido devido a um erro médico e a desconfiança instala-se entre eles. E há uma mulher, uma proprietária rural, Hannah Hunter (Constance Towers), que eles têm de levar com eles para não serem denunciados, e cujo olhar nos vai reflectindo o horror da guerra e da maldade dos Homens. No fim em fuga do exercito do Sul, Kendall fica para trás para cuidar dos feridos que Marlowe abandona, e abandona também a mulher por quem entretanto se tinha apaixonado - até no olhar quase cínico de “Two rode together”, Ford deixa o homem e a mulher serem felizes na imensidão dos espaços do Oeste, aqui não. Mas há um momento final que acrescenta um sopro de humanidade ao filme: o comandante das forças confederadas oferece ajuda médica a Kendall para cuidar dos feridos inimigos. Para Ford a América redime-se neste gesto? <br />(em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.pt")
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