Uma História de Violência

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Drama, Thriller 96 min 2005 M/16 16/03/2006 EUA

Título Original

Sinopse

Tom Stall (Viggo Mortensen) vive calmamente com a mulher advogada (Maria Bello) e os dois filhos numa pequena e pacata cidade no Indiana. Mas, uma noite, a sua idílica existência é perturbada quando impede um roubo na sua cafetaria e salva os seus clientes e amigos matando os dois criminosos. O acontecimento atrai de imediato todos os meios de comunicação social e Tom é considerado um herói, mas todo este circo mediático deixa-o desconfortável. Ele e a família tentam a todo o custo voltar à normalidade. Mas é então que um misterioso e ameaçador estranho chega à cidade.
Realizado por David Cronenberg ("eXistenZ", "Spider"), o "thriller" dramático baseia-se na novela gráfica homónima de John Wagner e Lince Locke. Foi nomeado para dois Óscares: Melhor Actor Secundário (William Hurt) e Melhor Argumento Adaptado (Josh Olson).

PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Uma História de Violência

Luís Miguel Oliveira

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As aparências iludem

Jorge Mourinha

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Uma História de Violência

Vasco Câmara

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A sangue-frio

Mário Jorge Torres

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Críticas dos leitores

Uma história de violência

Fernando Oliveira

Como em muitos dos melhores filmes de Cronenberg, em "Uma História de Violência" o tema é o Mal a emergir, a explodir do "ele", personagem (s) do filme. <br />Nesta história de Tom Stall; pacato dono de um restaurante na pequena cidade de Millbrook, Indiana, casado com a advogada local, e pai de dois filhos com os problemas próprios da idade; que durante uma tentativa de assalto no seu restaurante, reage de forma violenta e mortal contra os dois criminosos, tornando-se um herói e um exemplo para as cadeias de televisão nacionais; e que depois, tendo sido reconhecido, tem de lidar, numa espiral de violência, com o seu sangrento passado, e quem, desse, o persegue. <br />Cronenberg filma da forma que nos habituou, genialmente, desde a primeira sequência, de antologia e de uma crueldade extrema; e depois mostrando-nos as alterações que os acontecimentos e as revelações vão produzindo naquela família à medida que o medo e o descontrolo vão tomando conta deles e o mal vai emergindo de Tom que na luta para preservar o seu presente vai destruir quem o persegue do passado. A violência é filmada sem cedências e atinge-nos como um murro no estômago, sem artifícios e de forma seca, tanto nas cenas de luta, como na vivência daquela família, que ao ser contaminada (outra palavra que tem tudo a ver com Cronenberg) pela dúvida, vai reagindo num crescendo de descontrolo emocional. Exemplo perfeito é a diferença entre as duas cenas de sexo entre Tom e Edie, a esposa: a primeira uma brincadeira ingénua entre duas pessoas que se amam, a segunda é quase uma violação a que Edie se entrega de forma também brutal. <br />Viggo Mortensen é perfeito no papel de Tom, um homem que confrontado com a violência sabe que lhe é superior, é quase sinistra a forma calma com que vai reagindo ao que lhe acontece. Ed Harris e William Hurt deslumbram nos pequenos papéis que lhes cabem; mas a grande surpresa é Maria Bello, a representar Edie, a fazer lembrar por vezes Deborah K. Unger em "Crash", outra obra-prima de Cronenberg. <br />Um filme maior no Cinema dos últimos anos. <br />(em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.pt")
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Um história bem contada - ATENÇÃO: SPOILERS

Nazaré

Joey, um sobrevivente do mundo do crime em Filadélfia, decidiu um dia retirar-se e levar uma vida normal, com família e trabalho honesto. Foi acolhido por Tom, homem pacato e respeitado, dono dum café e em cuja família se cultiva a não-violência. Até que um dia, ao fim de muitos anos, Joey tem de intervir para proteger Tom e a sua clientela dum pequeno "gang" de meia-tijela que calhou aparecer no café. A partir daí torna-se muito difícil para Tom continuar a ocultar Joey, e este sai da toca para resolver os problemas que o perseguem desde o berço. A famíla de Tom, que não sabia da existência de Joey, acabará por ser providencial: primeiro o filho, que em plena adolescência descobre o que há de Joey dentro de si; depois a mulher, uma advogada feita testemunha que se deixará possuir por Joey; e finalmente a filhota que sonha com monstros no escuro da noite, que dá as boas vindas a Joey no seu regresso.<BR/><BR/>Fita excelente, filmada um pouco na linha estética de "Mystic River", onde a direcção de actores é sublime e a concisão narrativa primorosa. Viggo Mortensen foi uma excelente escolha para protagonista, com aquele olho clarinho de anjo farsola. No restante elenco gostava de destacar Ashton Holmes no papel do filho de Tom. Um dos melhores filmes de Cronenberg (talvez o melhor até agora), e a merecer de quem não costuma gostar deste autor algo variável o benefício da dúvida.
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Como é possível este filme ser recomendado pelo Cinecartaz?

Miguel G.

Já há muito que não via um filme tão mau, com uma história (muito) pouco apelativa e tão pouco imaginativa e com partes tão fracas como as duas cenas finais. Sinceramente não entendo como é possível alguém recomendar este filme!
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Violência ma non troppo

Cristina Almeida

A violência aparece aqui como inevitável, no seu estado mais puro e mais primário. Mesmo que se desenhe nos nossos corações pequeninos já civilizados (poderei dizer cristianizados?) a ideia do mal e do bem. Mesmo que estejamos sempre à espera de um milagre, do milagre do bem, o mal ocorre, a morte, sem ser por nada de especial, ou para defender a própria vida. Esta é a grande singularidade de Cronenberg, que nos coloca ao lado de um predador sem prejuízo da nossa condição supostamente superior. William Hurt na sua (infelizmente) tão breve aparição sublinha um humor que nos faz voltar a respirar. Alguém consegue culpar um leão quando este investe para defender a sua família ou para caçar? Nao percam o filme.
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Razoável

Fernando Fernandes

Essa é uma das típicas obras em que o "trailer" é melhor que o filme. David Cronenberg eventualmente acerta mão ao lançar novas luzes sobre os conflitos humanos. Mas não foi o que aconteceu nesse filme. A história em si é pobre e deixa a desejar. As cenas de sexo estão deslocadas. Muito mais deslocada está a estória paralela do filho da personagem principal, pois falhou ao querer incutir no público uma falsa reprovação psicológica do julgamento do filho sobre as atitudes do pai. Enfim, é apenas mais um filme. Daqueles que, para o bem ou para o mal, não nos lembramos após sairmos do cinema.
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O título assenta-lhe bem

João Salvado

Pessoalmente gostei mesmo muito deste filme. Claro que não ficará na memória como outros trabalhos de Cronenberg, mas é um filme que vale a pena e que tem partes bastante violentas e que mexem conosco. Como passar de simples desconhecido para a fama pode ser perigoso...
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Uma comédia humana orgulhosamente cínica

Hugo Quinta

Ao questionamento óbvio de que todos transportamos dentro de nós violência, Cronenberg oferece-nos não um drama sanguinário, mas uma historia simples, com sangue, mas sem maldade. Ou existirá maldade quando matamos instintivamente para nos protegermos ou defender os outros? É essa a linha que separa as duas personagens Joe e Tom. Um matou por dinheiro/prazer, o outro mata por amor. Mas quem mata uma vez pode matar para sempre? Devemos estar à alerta ou confiar em quem já matou? O motivo para matar pode fazer-nos ver o assassino de outro ângulo? Será que podemos matar quem nos quer matar? Cronenberg, servido por excelentes actores, onde se destacam Ed Harris, Maria Bello (injustamente esquecida nos Óscares) e William Hurt, provoca-nos.<BR/><BR/>Nenhum dos acontecimentos do filme nos choca, ou nos põe em contra do protagonista. Estamos com e a favor dele. E pomos-lhe o prato na mesa e servimos-lhe a comida e perdoamos tudo, porque ele é aquilo que não podemos ser. Porque ele faz aquilo que gostaríamos de por breves segundos fazer. Mas quem será que perdoamos? Joe ou Tom? E quem somos realmente? Joe ou Tom?
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Uma história um bocadinho aborrecida

f@bio

Não sei, mas acho que devia ter mais acção, mais alguma coisa que puxasse a atenção. Não valia a pena porem partes que só chateiam... É bom, dá para entreter, mas é melhor ver em casa, porque qualquer um acaba por adormecer e só desperta a atenção em algumas cenas de acção...
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Honestidade

miguel

Um bom filme sobre a culpa, a coragem e o perdão.
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A violenta condição humana

Rita Almeida (http://cinerama.blogs.sapo.pt/)

Tom Stall (Viggo Mortensen) é dono de um pequeno restaurante na pacata vila de Millbrook, Indiana. A mulher de Tom (Maria Bello) e os seus filhos Jack (Ashton Holmes) e Sarah (Heidi Hayes), bem como a restante Millbrook conhecem Tom como um homem pacífico. Mas ao defender-se de uma tentativa de assalto, Tom mata dois homens, tornando-se o herói do momento. Até ao dia em que surge Carl Fogarty (Ed Harris) que afirma conhecer Tom de Philadelphia, onde ele daria pelo nome de Joey, irmão do criminoso Richie Cusack (William Hurt). Após o assalto, o filme retoma uma certa paz quotidiana. Mas, a partir desse momento, esta calma oculta uma crescente tensão, à medida que se vai entrando numa espiral de agressividade (jornalística, psicológica e física).<BR/><BR/>Bastante mais convencional que "Spider" (2002) e numa linha mais "mainstream", "A History of Violence", baseado na banda desenhada de 1997 de Vince Locke e John Wagner, ainda mantém alguma da profunda e perturbante exploração do humano tão característica de Cronenberg, abordando questões de identidade e a linha ténue entre realidade e fantasia. "A History of Violence" beneficia de um conjunto de grandes interpretações, marcadas por fortes mudanças emocionais. Viggo Mortensen está totalmente à altura deste papel, modulando toda a sua complexidade com extremo cuidado. E o mesmo acontece com Maria Bello. Mas a minha preferência é monopolizada por um demente William Hurt, seguido de um arrepiante e ameaçador Ed Harris. A cena final termina em silêncio. Mas Cronenberg é tão exímio em dar vida a estes seres, que conseguimos ouvir cada palavra não dita.<BR/><BR/>Face à BD, as grandes diferenças residem no nome das personagens e na geografia. As cenas de sexo são também uma novidade. Contestadas pelos puristas, são para mim essenciais na caracterização da relação entre o Tom e Edie. E desculpem os mais púdicos, mas o 69 entre Viggo Mortensen e Maria Bello é de uma intimidade quase comovente. Cronenberg mistura sexo e violência, compaixão e raiva, vingança e perdão. O argumento de Josh Olson está muito bem escrito e Cronenberg filma a violência com uma tal arte e beleza que é impossível não fazer a analogia com a dualidade de atracção-aversão que a violência exerce sobre todos nós. Até os momentos mais "pacíficos" estão repletos de sentimentos violentos (o amor incluído).<BR/><BR/>Cronenberg joga com isso e levanta questões: a violência pode ser justificada, ou apenas gera mais violência? Como responder à violência quotidiana que enfrentamos nas nossas vidas, seja na escola, na rua, ou numa relação? Como lidar com a agressividade que reside em cada um de nós, ainda que adormecida? Por muito que nos custe, a violência faz parte da condição humana. E por muito que a reneguemos há algo na nossa natureza que se regozija perante visões de agressividade e sangue. Cada um de nós alberga um monstro. Felizmente, a maioria de nós não o alimenta. Nota: 9/10.
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