Capote

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Drama 98 min 2005 M/12 23/02/2006 EUA, CAN

Título Original

Sinopse

Em Novembro de 1959, Truman Capote (Philip Seymour Hoffman, o grande favorito ao Óscar de Melhor Actor), o autor de "Breakfast at Tiffany''s", lê um artigo numa das últimas páginas do "New York Times" sobre o homicídio de quatro membros de uma família do Kansas. A história prende-lhe atenção, pois Capote acredita que nas mãos do escritor certo a realidade pode ser tão apaixonante como a ficção. Convence então a "New Yorker" a publicar a história e viaja para o Kansas para acompanhar a investigação. A sua voz fina, maneirismos e modo de vestir pouco convencional dão origem a hostilidade numa zona do país que ainda se vê como parte do Velho Oeste. Mas aos poucos, Capote consegue ganhar a confiança dos locais, sobretudo a do agente Alvin Dewey, que lidera a investigação e a caça aos assassinos. Apanhados em Las Vegas, os homicidas - Perry Smith e Dick Hickock- são devolvidos ao Estado do Kansas onde são julgados e condenados à morte. Capote visita-os na prisão. À medida que os vai conhecendo, descobre que aquilo que inicialmente tinha sido pensado como um artigo de revista cresceu e deu lugar a um livro - um livro que poderia tornar-se um dos mais importantes da literatura moderna. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Capote

Vasco Câmara

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O fascínio do escorpião

Alexandra Prado Coelho

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O escritor também é o assassino

Jorge Mourinha

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Capote

Mário Jorge Torres

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Capote

Luís Miguel Oliveira

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Críticas dos leitores

O Óscar que não deu hipóteses

Carlos Luís Ramalhão

Talvez muitos de nós desconhecéssemos a faceta cínica, prepotente e arrogante do escritor Truman Capote. Talvez muitos mesmo o desconhecessem por completo e ainda poucos associam o título português "Boneca de Luxo" a "Breakfast at Tiffany's". Mas nada disso está em causa. Quem está em causa é o indiscutivelmente premiado Seymour Hoffman, com uma actuação que deve ter deixado os outros nomeados para o Óscar a pensar: "Oh, boy! Ainda não é desta...". Pois não. Mas não havia nada a fazer. Se o homem já tinha mostrado ser mesmo bom em papéis secundários, desta vez arrasou... O filme é bom, demasiado bom para se ver em momentos de potencial distracção. Mas vale muito por esse grande senhor. "His name is Philip Seymour Hoffman..."
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Ufa

David

Um filme não é o desempenho virtuoso de um actor. Não emociona. Não excita. Não assusta. Uma seca que cola com Philip (esplêndido).
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Ambiguidade, ambiguidade, ambiguidade

Nazaré

Truman Capote crê ter inventado, com "In Cold Blood", o romance documental (no inglês original: "nonfictional novel"). E todo ele — o escritor — é "non": através do filme "Capote" se vê o protagonista em permanente negação, exímio praticante duma "mentira sincera" que não só lhe permite ser coqueluche no rarefeito nimbo da vanguarda literária nova-iorquina, mas também insinuar-se numa remota comunidade rural do Kansas, assim como na intimidade de um marginal esquizofrénico. O filme "Capote" mostra-nos insistentemente a teia de ambiguidades onde o protagonista vivia enredado para sobreviver. Típico produto de um mundo decadente que se alimenta da luz dos flashes fotográficos e outras formas de aplauso, e que não se atreve a sair para outros mundos, Truman Capote pagou alto preço por ter-se atrevido, e este filme mostra-o.<BR/><BR/>E é aqui, ao que parece muito mais do que na prosa "sincera" de "In Cold Blood", que se dá uma dimensão humana aos condenados, deixando-nos espreitar para lá das aparências para assim, mais uma vez, podermos lembrar que a pena de morte, consagrada na Lei, torna assassinos todos os que se julgam do lado do Bem. Especialmente quando transvestem a vingança, ou o final de um livro ambicioso, de justiça.<BR/><BR/>Ironicamente, o filme "Capote" é ele próprio um romance documental dos bastidores da escrita de "In Cold Blood". Como que "making of" a servir de pretexto para um estudo penetrante (nada apologético) da personalidade do escritor vivendo o momento culminante da sua vida, cinco anos e cinco meses cara a cara com o seu próprio destino, vividos para além da realidade. Esta vivência é o aspecto em comum entre todos os grandes criadores, no meio de todas as diferenças que os distinguem: Leonardo e a "Gioconda", Nijinskii e a "Sagração da Primavera", Fernando Pessoa e o díptico "O guardador de rebanhos"/"Ode triunfal", Chaplin e "O garoto de Charlot", Beethoven e a sinfonia "Heróica", Darwin e a viagem do Beagle...<BR/><BR/>Ressalve-se que, antes de Truman Capote ter inventado o romance documental, o mesmo já existia: pelo menos Hitchcock o tinha feito em cinema ("The Wrong Man" de 1956, com Henry Fonda, Vera Miles e Anthony Quayle), com muito menos alarido e sem ter queimado as asas no processo.<BR/><BR/>Os mais vivos aplausos para o transfigurado Philip Seymour Hoffman no protagonista, não esquecendo Clifton Collins Jr. no seu "alter-ego", o argumento (adaptado) e a realização.
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A sangue-frio

Afonso Nogueira (14 anos)

Eu defendo que o filme "Capote" é um filme brilhante. A personagem tem, como se pode facilmente verificar, uma personalidade fantástica e é muito bem interpretada. E este não é o unico bom actor no filme. São na sua generalidade bons actores que interpretam este filme. O filme tem, na minha opinião, uma única desvantagem: ser um pouco monótono e seca... contudo, é compreensivel visto ser uma história verídica. Truman Capote, a sangue-frio.
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O processo criativo

Joana Veiga

"Capote" é um filme sobre o egoísta processo criativo de Truman, no qual o autor tem poder máximo de ingerência na vida e na obra. É um filme que nos agarra pela inteligente desenvoltura que a trama tem, ganhando obviamente com o desempenho fortíssimo de Philip Seymour Hoffman. E como cereja em cima do bolo, o filme reproduz a essência da criação do livro e do estilo literário (a novela não ficcional), fazendo com que seja em si um processo de acompanhamento e desenvolvimento da história. Quando a criatividade e a literatura são moralmente mais fortes do que os crimes relatados na história, o escritor assume-se como um cínico semi-deus, fechado na sua obsessão de criador. Um bom filme.
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Decepcionado!

Bruno Miguel Barros Antunes

À parte da interpretação de Philip Seymour Hoffman (que não achei tão magnífica quanto fizeram parecer nos media, chegando a um ponto em que se torna um pouco patética e cansativa, se não tambem um pouco exagerada), o filme não passa de mais um filme sobre julgamentos e condenações que ja se tem feito "ao pontapé" nos EUA. O que me leva a achar que a selecção dos Óscares este ano foi muito pobre, e com Óscares mal atribuídos. Acho que o filme não corresponde a expectativa, não é muito envolvente, é um bocado enfadonho e não traz nada de novo ao mundo do cinema, embora não seja uma perda total ir ver ao cinema. Mas para os interessados que ainda não o viram, aconselho a não terem grandes espectativas sobre o filme.
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Óscares 2006

Ana Pires

Comentário aos Óscares. Só vou comentar as categorias principais. Actor Secundário: Não ganhou o melhor. George Clooney tem capacidade de expressão dramática, mas o actor tem mais espaço do que a personagem. Contudo esta categoria não tinha grandes desempenhos. Mas, e sem ter visto a interpretação do William Hurt, preferia que tivessem ganho o Matt Dillon ou Jake Gyllenhaal. Actriz Secundária: Gostei do desempenho da Rachel Weisz, não vi a Amy Adams e a Frances Macdormand, a Catherine Keener tem um desempenho apenas regular e deveria ter ganho a Michelle Williams (a dor por que a sua personagem passa sente-se). Não ganhou a melhor. Montagem: Os meus parcos conhecimentos sobre o efeito da montagem num filme dizem-me que o prémio deveria ter sido entregue ao "Fiel Jardineiro" ou ao "Munique". Já passou muito tempo desde que vi o "Cinderella Man", já não me lembro do efeito da montagem no filme. Não ganhou o melhor.<BR/><BR/>Fotografia: Não vi o "Novo Mundo". Mas já tive oportunidade de ver excertos e o prémio deveria ter sido entregue ao "Novo Mundo" ou ao "Brokeback Mountain". Mais uma vez não ganhou o melhor. Banda Sonora: Eu também teria dado o prémio ao "Brokeback Mountain". Não sei se é a melhor banda sonora. Mas foi a que mais me tocou. Tem uma sonoridade nostálgica que eu adoro e entranha-se. E é comovente. Canção: Podia ter ganho qualquer uma, porque as três serviam perfeitamente os filmes a que pertenciam. Não se trata de apreciar música, mas sim de apreciar o efeito da música no filme.<BR/><BR/>Argumento Original: O argumento do "Colisão" é bom. Não vi o "The Squid and The Whale". O argumento do "Match Point" também é muito bom. Entre "Colisão" e "Match Point" não me consigo decidir. Suponho que ganhou um dos dois melhores. Argumento adaptado: Este prémio é para quem adapta melhor a história original para filme. Portanto, não é um prémio à história original (ao contrário do que sucede com o Argumento Original). Com esta lógica em mente o trabalho mais difícil estava na passagem de "Brokeback Mountain" literário para "Brokeback Mountain" cinematográfico. Ganhou o melhor trabalho de passagem de literatura para cinema.<BR/><BR/>Longa Metragem de Animação: Ganhou o pior dos filmes. "O Castelo Andante" é magnífico. Eu não gosto de cinema de animação e, contudo, o filme cativou-me por completo. É emocionante e comovente. "Wallace e Gromit" é frio, superficial, nada emotivo. "Corpse Bride" é mais uma prova do génio de Tim Burton. O prémio deveria ter ido para o "Castelo Andante". Filme estrangeiro: Só vi o "Feliz Natal" (medíocre). Não posso comentar esta categoria.<BR/><BR/>Documentário: Só vi a "Marcha dos Pinguins" (razoável). Não posso comentar esta categoria.<BR/><BR/>Atriz Principal: Gostei do desempenho da Reese Witherspoon. Mas gostei muito mais da Felicity Huffman. Não vi a Judi Dench e a Charlize Theron. Vi três desempenhos e o melhor dos três pertence à Felicity Huffman. Não ganhou a melhor.<BR/> <BR/>Actor Principal: Esta era a melhor categoria da noite. Não vi o Terrence Howard. Mas vi quatro desempenhos fantásticos de quatro actores fantásticos. Prefiro a interpretação do Heath Ledger, porque ele criou a personagem que me comoveu mais. Não vi o actor, vi a personagem. Li numa crítica na Internet o seguinte a próposito da sua personagem: "I conected with him as I have conected with characters in novels. I miss him". Aconteceu o mesmo comigo. No entanto, apesar de preferir o Heath Ledger, não posso dizer que a vitória do Philip Seymour Hoffman foi injusta. O desempenho dele é de facto de alto nível. <BR/><BR/>Realizador: Bom trabalho de todos os realizadores. Mas prefiro o Ang Lee pela subtileza, sensibilidade e contenção do seu trabalho. O Bennett Miller também me agradou pela sobriedade. Há algum histerismo nas realizações do Steven Spielberg e do Paul Haggis. Há frieza no trabalho do George Clooney e por isso "Boa Noite, e Boa Sorte" nunca aquece. E o cinema não é apenas estilo e estética, também é emoção. Ganhou o melhor.<BR/><BR/>Filme: Gostei do "Colisão". Mas gostei mais do "Capote". E gostei muito mais do "Brokeback Mountain". Há uma contradição no prémio: o argumento, a realização e as interpretações são a cabeça, a alma e o coração de um filme. O resto são os adornos. "Brokeback Mountain" ganhou o prémio de argumento (tal como "Colisão"), mas ganhou também o prémio de realização e teve mais nomeações nas categorias de interpretação (3) do que "Colisão" (1). "Brokeback Mountain" é um filme mais sensível, menos estereotipado, mais subtil, mais contido, mais elegante e até mais arrojado do que "Colisão". E sobretudo, é um filme que fica com o espectador. Porque não fica tudo explicado (como acontece em "Colisão", onde tudo tem um desfecho). "Brokeback Mountain" não termina. Fica na nossa cabeça, como uma admirável nostalgia. Deveria ter ganho "Brokeback Mountain".
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Much ado about...

MateusMendonça

Utilizando uma palavra inglesa, o "fuss" (barulho, confusão) feito à volta deste filme era tanto que a minha expectativa era bastante alta. Os encómios à muito venerada e celebrada interpretação de Philipp Seymour Hoffman constituiam-se também como mais uma razão para ir ver o filme. Ao sair do cinema, senti que era tudo, como diria Shakespeare, "Much Ado about (almost) Nothing". É certo que a interpretação de Hoffman é muito boa (e não magnífica), mas acaba por cansar ao fim de algum tempo. Os actores secundários acabam por ser completamente abafados e a concentração de todo o peso do filme apenas na figura de Capote retira linearidade à narrativa que perde muitas vezes um fio condutor que nos leve a perceber o porquê dos crimes.<BR/><BR/>É verdade que se poderá dizer que o objectivo do realizador terá sido analisar a dicotomia entre a ambição desmedida de Capote e o seu complexo de culpa pelo aproveitamento que fez dos crimes em benefício próprio, mas o que acaba por acontecer é que em determinados momentos parece que o filme perde um pouco o seu rumo. Pessoalmente, não me parece que seja um filme merecedor de nomeação para melhor do ano numa corrida aos Óscares, mas isso á apenas a minha opinião. Nota final: 6 em 10.
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Para quem gosta de cinema

Carlos Alberto Sousa

Os silêncios escutam-se, as representações fluem com naturalidade, o ambiente é sempre sereno, dramático e obrigatoriamente expectante. Um bom filme. A recomendar a quem gosta de cinema, em que o importante é ter uma boa história, uma boa realização e manter sempre a expectativa de que é sempre possivel melhorar ainda mais. Um conjunto de factores que se conjugam por excelência e geram um resultado francamente bom. Vale pela excelente representação mas não só. É um conjunto de valores estéticos acima do quotidiano e assim vale bem a pena regressar sempre para se ver a harmonia que a qualidade cinematrográfica ainda alcança de vez em quando. Parabéns ao cinema!
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Obra-prima da representação

Luis Pinto Coelho

Uma verdadeira obra-prima da representação, Philip Seymour Hoffman faz o papel da sua vida, digno da nomeação para Óscar de melhor actor - digo mais, digno de o vencer. Uma história inquietante em que a ambiguidade dos sentimentos é posta à prova. Um bom filme a não perder.
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