Colete de Forças

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Thriller 102 min 2005 M/12 05/05/2005 ALE, EUA, GB

Título Original

The Jacket

Sinopse

Depois de recuperar de um tiro na cabeça, o veterano de guerra Jack Starks (Adrien Brody) volta à cidade onde cresceu - Vermont, onde já não tem família. No entanto, a recuperação não foi completa e Jack tem lapsos de memória. Depois de uma acusação de assassínio e de ser declarado louco, Starks é internado numa instituição mental e entregue aos cuidados do Dr. Becker (Kris Kristofferson). O médico vai submetê-lo a um controverso tratamento no qual Starks é injectado com drogas experimentais, preso num casaco e fechado numa gaveta de morgue durante períodos de tempo incertos. Neste estado desorientado, a mente de Starks vai projectar-se no futuro, onde conhece Jackie (Keira Knightley) e descobre que vai morrer... dentro de quatro dias. Só lhe falta descobrir se a mulher que ele conheceu no futuro o poderá salvar no presente.<p/>PUBLICO.PT

Críticas dos leitores

Os dias depois de amanhã

Gonçalo Sá - http://gonn1000.blogspot.com

Uma curiosa mistura de "thriller", drama psicológico e fantástico, "Colete de Forças" ("The Jacket") segue as peripécias de Jack Starks (Adrien Brody), um veterano da Guerra do Golfo que sofre de problemas de amnésia e que é acusado de homicídio, embora alegue não se recordar de ter cometido tal crime. Starks é internado numa instituição para doentes mentais e alvo de um tratamento peculiar, onde o paciente é injectado com drogas, preso com uma camisa de forças e colocado na gaveta de uma morgue, de forma a que os seus instintos mais primários e agressivos sejam eliminados. John Maybury apresenta uma obra que percorre ambientes de estranheza não muito distantes de "Estrada Perdida", de David Lynch; "O Maquinista", de Brad Anderson; ou "Memento", de Chris Nolan; onde os limites entre o real e o onírico são muito ténues e as memórias nem sempre são as mais fidedignas.<BR/><BR/>Durante o tempo que passa na morgue, o protagonista estabelece contactos com um mundo futuro - a uma distância temporal de 15 anos -, onde inicia um relacionamento com Jackie (Keira Knightley), uma jovem que Starks já conhecia antes de ser internado mas que, nessa altura, era ainda uma criança. A dupla, que sempre partilhou uma invulgar cumplicidade, tenta então resolver os mistérios que envolvem a vida de Starks e as suas intrigantes viagens temporais, originando uma espiral de enigmas e revelações.<BR/><BR/>"Colete de Forças" é um filme ousado e envolvente, mas Maybury não consegue oferecer um argumento suficientemente coeso, gerando uma película irregular e cujos acontecimentos seguem uma lógica demasiado aleatória e até incongruente. A premissa é uma variação interessante dos pontos de partida de "Regresso ao Futuro", de Robert Zemeckis, e "Efeito Borboleta", de Eric Bress e J. Mackye Gruber, mas a sua execução é, infelizmente, demasiado desequilibrada.<BR/><BR/>Embora desigual, "Colete de Forças" conta com uma sólida direcção de actores, e tanto os protagonistas (Adrien Brody e Keira Knightley) como os secundários (Kris Kristofferson e Jennifer Jason Leigh, sobretudo) expõem eficácia e consistência. John Maybury assinala um competente trabalho de realização, capaz de auxiliar a construção de atmosferas negras, dementes e inquietantes, ainda que o argumento não esteja à altura. <BR/><BR/>No geral, "Colete de Forças" é uma experiência cinematográfica entusiasmante, mas que poderia ter ido mais longe. Recomendável, mesmo assim, para os adeptos do género. 2,5/5 - Razoável.
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Viagem no tempo e pelo bom cinema

Pedro Ramos

Raramente um filme sobre viagens no tempo consegue deixar de se enredar no seu próprio enredo. Neste caso, é diferente. O filme guarda a coerência na óptica das "vidas paralelas", todas aquelas que deixámos de viver em decorrência das opções que vamos tomando ao longo da nossa existência. Nesta perspectiva, a nossa vida é, no fundo, apenas uma de uma infinitude de vidas que podemos viver. Assim como o presente é resultado das escolhas do passado, o futuro é resultado das escolhas presentes. E é a partir daqui que a viagem no tempo, neste filme, se torna "possível".<br/><br/>Numa linha que lembra a concepção filosófico-cinetífica do "multiverso", acaba por se afirmar assim o poder da liberdade humana! Mas o filme versa muito mais do que as viagens no tempo: é também um excelente romance, para além de um "thriller". A actuação irrepreensível de Adrien Brody é igualmente digna de nota, para já não falar da beleza de Keira Knightley que, só por si, faz-nos sair agradavelmente surpreendidos da sala de cinema!
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Abençoado seja o King Card

Nuno Miguel Pais

Confesso que se não fosse este bendito cartão eu renunciaria a maioria dos filmes em exibição. De facto, dar 4 ou 5 euros para ver esta nova vaga hollywoodana de meia-tigela sai caro ao bolso da maioria dos portugueses, estes que, já não sei se feliz ou infelizmente, se divertem muito mais a ver 22 homens à pantufada em qualquer café de esquina ou a ler literatura trash. Abençoado pois seja o King Card, motivo pelo qual fui de ânimo leve ver este filme, cuja apresentação me pareceu um kitsch, manipulação fantástica para camuflar um filme básico e sem conteúdo. E acertei.<br/><br/>É sem dúvida um filme que não traz nada de novo aos amantes de cinema, um filme que tenta confundir a mente atenta do espectador com uma historieta de lapsos de memória e mortes em cascata da mesma pessoa para no fim se resumir à léria banal de um homem que vai ao futuro e regressa ao presente para mudar no presente o que não quer que aconteça no futuro, aliado ao facto de (atente-se à novidade e espante-se quem quiser!!) morrer apenas uma única vez, num dia de neve, depois de no futuro se fazer passar por sobrinho de si mesmo e de se envolver amorosamente com uma mulher que ajudou aquando miúda, ao ponto de lhe mudar a vida. Trivial como o filme é também a mensagem: o amanhã depende do dia de hoje e, por acréscimo, a palavra existência continua pesada depois da partida, primeira e única, de cada pessoa. Lili Caneças imortalizou-se com "o contrário de estar morto é estar vivo", Adrien Brody terá certamente lugar na Quinta da Baracha quando um dia afirmar nos Razzies que o contrário de estar morto é vestir um colete de forças...
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