Lisboetas

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Documentário 105 min 2004 M/12 20/04/2006 POR

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Lisboetas

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Sinopse

"Lisboetas" é um documentário político sobre a vaga de imigração que nos últimos anos mudou Portugal. O retrato acutilante e extraordinário de um momento único em que o país e a cidade entraram num processo de transformação irreversível.<br/> É uma janela secreta sobre novas realidades: modos de vida, mercado de trabalho, direitos, cultos religiosos, identidades. É uma viagem a uma cidade desconhecida, a lugares onde nunca se vai mas que estão lá. <br/> "Lisboetas" é um documentário de Sérgio Tréfaut e ganhou o Prémio de Melhor Filme Português na primeira edição do IndieLisboa. <p/>PUBLICO.PT

Críticas Ípsilon

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Vasco Câmara

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Luís Miguel Oliveira

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Mário Jorge Torres

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Jorge Mourinha

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Críticas dos leitores

Em Portugal tudo é bom menos a educação

Pedro Soares Lourenço - www.blogarcadia.blogspot.com

A esta hora já todos ouviram falar de “Lisboetas”, o documentário de Sérgio Tréfaut que ganhou o Prémio de Melhor Filme Português na primeira edição do IndieLisboa e está a causar um inusitado sucesso entre os lisboetas. Ninguém fica indiferente àquela frase dita de “cá para lá”, ao telefone, de forma seca e pragmática por uma imigrante do Leste Europeu enquanto as suas crianças constroem castelos de areia numa praia dos arrabaldes alfacinhas. “Lisboetas” é sem duvida um magnífico fresco filmado em super-8 por quem ama a nossa terra. A Lisboa que já foi Mourisca, a Lisboa que deu novos “Mundos ao Mundo”, a Lisboa dos perfumes das especiarias que chegavam do Oriente.<BR/><BR/>Mas hoje, quase sem querermos dar conta, esta Lisboa de outrora volta devagar por um “mágico” efeito "boomerang". A Mouraria a pouco e pouco volta a sê-lo (re-reconquistada?), os novos Mundos tomam o nosso Mundo, o ar volta a estar perfumado e isso nota-se até na nossa gastronomia. Daniel Oliveira, a quem sempre leio mas com quem raramente concordo, tem nas paredes do Nimas um fragmento de um texto seu, retirado da coluna semanal que assina no "Expresso". Cito duas frases de cor: “Bem lhes podem fechar a porta, eles entram pela janela” e “Devíamos ter aprendido com os americanos, para saber que o futuro será dos melhores”. Está tudo dito.<BR/><BR/>De “Lisboetas” só me apetece escrever mais uma nota. Há mais cinema naquele plano final (nem sequer me atrevo a escrever sobre toda a sequência...), onde o intenso brilho do olhar daquela mulher que acaba de dar à luz irrompe pelo escuro da sala e ilumina a nossa alma, do que nas mais de duas horas d’"O Código Da Vinci".
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O lado humano das fronteiras

Rita Almeida (http://cinerama.blogs.sapo.pt/)

Aos que “tradicionalmente” se consideram lisboetas, o filme “Lisboetas” não dá a conhecer nada de novo. As comunidades de africanos, brasileiros, russos, ucranianos e chineses que vieram para Lisboa à procura de melhores condições de vida fazem já parte do pano de fundo desta cidade. Mas o que este filme consegue é dar uma dimensão humana a essa realidade paralela, com a qual muitos de nós se cruzam, mas que raramente consideramos parte integrante da cidade, e sim como um anexo. Infelizmente, o tempo é escasso, e cada comunidade merecia um olhar mais atento e mais profundo. Ainda assim, os olhos ficam abertos, com uma nova atenção, que se espera ajude a criar a aceitação e inclusão desejadas. Sérgio Tréfaut documenta experiências, soterradas na burocracia do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, nos enganosos estratagemas de empreiteiros que fogem aos contratos, numa escola pouco integradora e na postura condescendente para quem não consegue comunicar na nossa língua.<BR/><BR/>A câmara passeia mais por rostos do que por espaços, numa abordagem personalizada e tocante. No entanto, Tréfaut cinge-se ao lado negativo, os casos de integração e de sucesso são esquecidos, aí reside o grande desequilíbrio desta obra.<BR/><BR/>Lisboa continua a mudar, num processo quase orgânico, onde diferentes culturas, religiões e identidades se juntam, mas a maior parte das vezes sem se misturar. Estou certa de que todos ganharíamos se percebéssemos, de uma vez por todas, que as fronteiras são elementos totalmente artificiais e que temos sempre algo a aprender com o outro, especialmente se esse outro for diferente de nós. Nota: 2,5/5.
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Bem-vindo a Lisboa!

jpt

Bem-vindos a um mundo novo. Um mundo que nenhum português sonhava, nem há dez anos, que pudesse vir a existir. E um mundo que, sito nos interstícios do nosso, nos é tão distante e desconhecido como os abismos do oceano: o dos imigrantes, com "i", que fazem (literalmente) a nova Lisboa. Transmitindo a beleza (as sequências do retábulo, do parto, da praia e dos repuxos...) e a dureza deste mundo, "Lisboetas" evita a tentação da reportagem e diverte, entristece, anima e faz pensar, como deve fazer o melhor cinema. Condenado a ser superficial, por muito que se demore com as personagens (pois cada uma delas dava um filme), "Lisboetas" (ou serão os novos lisboetas?) evita sempre a pieguice, salvo na música, o inevitável piano solitário cujo mero trinar solitário nos é suposto deprimir.<BR/><BR/>Outra limitação (ou será a realidade?) é a ausência dos portugueses, salvo no papel de burocratas invisíveis e de patos-bravos (que fabulosa criatura, aquela, por todos conhecida, mas que nenhum dos nossos argumentistas e actores alguma vez conseguirá reproduzir). Em suma, por uma vez, o dinheiro dos meus impostos não contribuiu para colossos de incompetência ou pretensão, mas para um belo filme que, efectivamente, acrescentou alguma coisa ao Cinema e a Portugal.
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A bidireccionalidade de um filme

Andreea Fernandes

Quando se vê um filme raramente se pensa no que foi feito nos bastidores... Vê-se o filme e pronto! No máximo fazemos a nossa própria interpretação acerca do filme. Quando se está no seu próprio país raramente se pensa na visão de um estrangeiro sobre esse país, mas sim na visão que se tem sobre os estrangeiros. Este filme conseguiu inverter o sentido dessa visão e mostrou de forma prática e muito suave o outro lado. Mostrou o que os imigrantes fazem no seu trabalho de bastidores, que raramente é notado mas que existe e que permite que Portugal seja um país mais bonito e produtivo. Eu tive um apreço especial por este filme, sendo que estou envolvida num trabalho voluntário onde vários portugueses aprenderam a língua romena para falar com romenos e moldavos acerca do futuro que um livro muito antigo há já muito tempo que cita (e que também foi citado no filme!)<BR/><BR/>Mas enquanto esse futuro não chega, é dada uma atenção personalizada a cada imigrante contactado. E quão bom é, ver que há mais pessoas a olhar para onde poucos prestam atenção. Porque nem sempre se "compra tempo" para tal. Mas, graças a Deus, a comunicação com Ele é bidireccional e Ele toma atenção a todos e não lhes é indiferente nem é parcial (Actos dos Apóstolos 10:35). Parabéns pelo excelente documentário!
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Antigo, antiquado, convencional, ideológico

Sérgio Nazar David

Um modo antigo de documentar, com sequências enormes, que nada dizem, este documentário não consegue fazer pensar sobre o tão complexo problema dos imigrantes que fogem da miséria e da falta de horizontes da vida nos seus países, e vêm viver numa sociedade também regida pelos imperativos do dinheiro. Trata os pobres como vítimas, e os portugueses não vão além da caridade ou do desprezo pelos outros.
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