Terminal de Aeroporto

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Drama, Comédia 128 min 2004 M/12 09/09/2004 EUA

Título Original

The Terminal

Sinopse

Viktor Navorski (Tom Hanks) é um cidadão de um país de Leste que vai a caminho de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Mas quando desembarca no aeroporto internacional JFK, descobre que rebentou uma guerra civil no seu país e houve um golpe de Estado. Viktor vê-se dessa forma sem pátria e sem um passaporte válido. Viktor começa então a improvisar os seus dias e as suas noites no terminal do aeroporto, um enorme complexo onde se cruzam todas as facetas da América.<br /> Realizado por Steven Spielberg, é inspirado num caso bem real: o de Merhan Karim Nasseri - ou Alfred, como é conhecido no Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris. Merhan é um cidadão iraniano, exilado político depois de se ter manifestado contra o Xá do Irão nos anos 70. Em 1988, não consegue entrar em Londres por ter apenas uma fotocópia do passaporte e é expulso para Paris, local onde embarcara. Aí, sucedem-se uma série de absurdos burocráticos e Merhan começa a aprender a viver no aeroporto, entre pilotos, hospedeiras, empregados de cafés e restaurantes. Em 1999, quando a Bélgica se interessa pelo seu caso e resolve dar-lhe um passaporte válido, Alfred já não quer sair do aeroporto. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Trânsitos sobremodernos

Augusto M. Seabra

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Mr. Navorski goes to New York

Mário Jorge Torres

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Terminal de Aeroporto

Kathleen Gomes

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Terminal de Aeroporto

Vasco Câmara

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Críticas dos leitores

Uma história simples

Gonçalo Sá - http://gonn1000.blogspot.com

Baseado num caso real, "Terminal de Aeroporto" ("The Terminal") narra a curiosa situação que envolve a chegada de Viktor Navorski (um convincente Tom Hanks), oriundo de um país do Leste Europeu, ao aeroporto JFK. Quando chega, Navorski apercebe-se que o seu país deixou de existir devido a uma conturbada guerra civil e, por isso, o seu passaporte é considerado inválido. Encontrando-se numa inusitada situação, o viajante é impedido de entrar nos EUA e acaba por se instalar, aos poucos, no terminal de aeroporto, fazendo desse espaço o seu novo lar improvisado. Embora se inspire numa experiência verídica, o filme de Spielberg está mais próximo de uma fábula urbana do que de um drama realista, expondo algumas das marcas registadas do realizador.<BR/><BR/>Apesar do caso de Navorski ser preocupante, o realizador opta sempre pelo optimismo e supremacia dos bons sentimentos, que permitem que o protagonista vá superando os entraves e adversidades. À medida que o filme decorre, essa vertente idealista (utópica?) e esperançosa intensifica-se cada vez mais, o que poderá causar arrepios aos espectadores mais cépticos (e encorajá-los a rotular, novamente, Spielberg como um cineasta "piegas" e "bem comportado"). Mesmo assim, "Terminal de Aeroporto" desenrola-se com considerável fluidez e raramente se torna cansativo, sendo um filme agradável de acompanhar e seguir.<BR/><BR/>Por detrás da aparente simplicidade e leveza do argumento - a história centra-se nas peripécias que Navorski vive ao tentar subsistir no terminal - há algumas chamadas de atenção para a contraproducente burocracia das sociedades contemporâneas, apelos à quebra da intolerância e da xenofobia e uma tentativa de caracterização dos EUA como nação aglutinadora de povos e culturas. Pelo meio, privilegiam-se valores nobres como a justiça e a amizade e há ainda espaço para reflexões acerca da figura paterna (elementos intrínsecos às obras do realizador). <BR/><BR/>O filme mistura drama e comédia (romântica), alternado momentos melancólicos - o desenraizamento e procura de um lar, a solidão ou as falhas de comunicação geradas pelas diferenças culturais - com episódios mais espirituosos e reluzentes - a construção de laços de amizade, as recompensas resultantes de boas acções e a (re)descoberta do amor.<BR/><BR/>Não sendo uma obra particularmente surpreendente, "Terminal de Aeroporto" oferece diversos bons momentos e destaca-se como uma das películas mais refrescantes e lúdicas do ano, conciliando o entretenimento escapista com a discussão de temáticas actuais e incontornáveis nos dias de hoje.<BR/><BR/>O filme possui aspectos pouco conseguidos (a demasiado rápida adaptação de Navorski, a vertente caricatural das personagens secundárias, a previsibilidade do final), mas compensa-os ao apresentar também alguns dos pontos fortes do realizador (excelente realização, boa direcção de actores, emotividade genuína ou a sólida banda sonora de John Williams).<BR/><BR/>Embora o cinismo tenha vontade de vir ao de cima a espaços, Spielberg proporciona uma bem-conseguida obra que consegue fazer-nos depositar alguma fé no "american dream". "Terminal de Aeroporto" não representa um regresso aos grandes momentos do cineasta - fica uns degraus abaixo da sua última obra-prima, "Relatório Minoritário" -, mas não deixa de ser um dos estimáveis títulos cinematográficos de 2004. Classificação: 3/5 - Bom.
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Spielberg falhou, Tom Hanks não

DelTango

Spielberg tentou fazer um filme próximo do "europeu" e mais afastado de "Hollywood". Falhou redondamente e despenhar-se-ia no solo, com grande estrondo, se não se tivesse amparado nos ombros de um gigante: Tom Hanks (embora este argumento, se for aceite, reverta em mérito também para o realizador). A "prova" disto é simples: quem viu ou vir o filme, consegue imaginar outro actor no papel principal sem lhe ocorrer a palavra "seca"?
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Absolutamente fantástico

Duda Dias

É incrivel a sensibilidade de Steven Spielberg, assim como é absolutamente incrível a participação de Tom Hanks. Mais uma vez, dá a relembrar (porque já sabiamos) que é um dos grandes actores da actualidade.
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Genial, como Spielberg nos habituou

André Fonseca

Uma fábula dos tempos modernos. De uma extrema sensibilidade no modo como os personagens se relacionam; de uma capacidade de realização fora do comum; somente Spielberg consegue transformar um filme completamente rodado num terminal de aeroporto num conto encantador. Também de uma inteligência fora do vulgar a maneira como são subtilmente tocados aspectos como a paranóia securitária que assolou os EUA desde o 11 de Setembro. Obrigado Spielberg por continuares a fazer pequenas maravilhas como esta.
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O passageiro da sala 67

Francisco Zuzarte

Não sei o que faria se me visse num aeroporto como o de Nova Iorque onde aparentemente a segurança funciona tão bem que até se descobrem japoneses cujo objectivo é ir à WorldDisney mas que afinal pretendem entrar nos Estados Unidos. São descobertos por um olhar atento de um chefe de segurança com aspirações a cargos mais altos que acha estranho o facto de nenum deles trazer consigo uma máquina fotográfica. Se passarmos da utilização da máquina fotográfica para a análise que se pode fazer pelo trabalho de uma câmara cinematográfica, algumas mensagens podem ser captadas, começando pela última.<BR/><br/>Quando Viktor Navorski, que passou seis meses num aeroporto, recebe a benção tácita de saída traduzida na colocação nas suas costas de um sobretudo usado pelo segurança que tenta medear situações extremas causadas pelo seu superior, sai desse aeroporto e o táxi que apanha é conduzido por um cidadão de um país de leste que lhe diz ter chegado na quinta-feira anterior. Ficção ou não, tivesse ou não chegado na quinta-feira anterior, o filme tem a capacidade de demonstrar as falhas de um sistema que se afirma como perfeito aos olhos do mundo mas que permite jogos de cartas onde não entra dinheiro, antes as lembranças que as pessoas vão deixando no aeroporto.<BR/><br/>Não sei também se teria a coragem de Viktor Navorski para de uma sala 67 fazer o seu lar e transformar a sua vida por forma a que no tempo que naquele aeroporto passou tivesse ganho a coragem e a força interior para transmitir as mensagens de amor que um transportador de comida pretendia fazer chegar a uma agente de alfândega, ou tentar salvar a vida uma hospedeira de bordo que, tal como ele, esperava ansiosamente pelo toque de um "pager". Mas até nesse aspecto o filme é inteligente porque se estivermos atentos, Viktor Navorski chega ao aeroporto de Nova Iorque com a barba por fazer, camisa aberta e é posto num conjunto de fitas onde de imediato faz a barba e muda radicalmente de figura, algo que acontece frequentemente ao longo do filme. <BR/><br/>Por outras palavras, nunca aquele ser humano perdeu em ocasião alguma a sua dignidade nem tão pouco a preciosa lata que trazia e que tanta confusão fazia ao controlador ... de monitores de passageiros. Em suma, "Terminal do Aeroporto" é um filme que embora destinado ao sucesso de bilheteira - daí algumas cenas levadas a consequências extremas como a do avião parado por um "fazedor de escorregadelas" - corre o risco de nem sempre a sua mensagem ser entendida, o que de forma alguma lhe tira a qualidade e o cuidado postos em todos os detalhes. Afinal, goste-se ou não, é um filme de Steven Spielberg. <BR/><br/>Um conselho apenas. Vão ver o filme com o espírito aberto pois desde uma boa gargalhada a uma lágrima contida que teimosamente escorrega pela cara, são dois dos extremos em que nos podemos situar nos 128 minutos que relatam seis meses de vida de um homem num terminal de aeroporto.
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Entre um tipo com dinheiro e um tipo com amor, qual escolherias?

Nuno Pinho

A chave do cinema de Spielberg está provavelmente na resposta a esta questão, adivinhada facilmente por quem já viu mais de três filmes do "movie brat". Gostar de "The Terminal" depende muito da importância (e da avaliação) que o espectador coloca na resposta. É que além de já ser um tipo com tendência para adocicar a realidade, Spielberg faz um filme cujo objectivo - nas suas palavras - é animar o povo americano numa altura de dificuldade e paranóia com a segurança. Lateralmente a esta questão, todo o filme respira cinema. Desde os grandes planos que nunca são fortuitos, passando pelos deliciosos truques de luz ou pela agilidade de uma câmara sempre à descoberta de ângulos originais, até à música envolvente, a qualidade é sempre altíssima. Junte-se a isto um Tom Hanks (num papel entre "Cast Away" e "Truman Show") em grande forma, e a 7ª arte acontece.<BR/><BR/>Obviamente que "The Terminal" é uma fantasia na premissa, nas personagens, nas soluções narrativas. Como dizia um espectador, estamos em pleno "Planeta Spielberg". De outra forma, onde é que alguém que se vê preso num aeroporto durante meses é ao mesmo tempo mantido lá e sobrevive com a simpatia mais que humana de almas caridosas e o seu engenho imbatível? Mas esta é uma fantasia que faz rir (mesmo quando as piadas são velhas) e que faz sentir bem, pela sua genuinidade e, de novo, pela qualidade envolvente. Alguns vão dizer que se trata de um Spielberg em modo automático. Provavelmente têm razão, mas não deixa de ser excelente, se a mood ajudar. Quatro estrelitas (Muito Bom). <BR/><BR/>PS: Ainda a falar de açúcar na película, notem como a cena da fonte é o equivalente à nota animada de "Catch me if you can".
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Uma película obrigatória

Renato Gomes

O nome de Spielberg é sinónimo de grandes e bons filmes e apenas raramente esta afirmação se encontra errada. Muito raramente. Cada filme que aparece nas salas com a marca deste fantástico realizador torna-se num clássico instantâneo e como não podia deixar de ser, "The Terminal" não foge à regra. Inspirado na real história de Merhan Nasseri, o actor Tom Hanks interpreta a personagem de Victor Navorski. Nos primeiros minutos de filme somos rapidamente apresentados à dita personagem e logo a partir daí o espectador cria uma forte relação com Victor. Pode-se dizer que esse objectivo é conseguido tanto devido ao excelente argumento como por causa da espectacular interpretação do próprio Tom Hanks. <br/><br/>Com o "alojamento" de Victor no aeroporto JFK, apercebemo-nos rapidamente que tanto ele como nós espectadores, somos desconhecidos num novo "mundo". Esta pode ser a maior ligação com "E.T. the Extra-Terrestrial", ou seja, tanto o alienígena como Victor partem à descoberta de um novo mundo, um local onde acabam por viver momentos inesquecíveis e marcantes nas suas vidas. Com o desenrolar da fita e as aproximações sucessivas de Victor ao quotidiano do aeroporto, assistimos a momentos do mais cómico que Spielberg nos deu até hoje, bem como a cenas de uma intensidade dramática simplesmente surpreendentes. Mas esses instantes resultam na perfeição devido à interacção dos actores. <br/><br/>Um deles, que não posso deixar de citar pelo seu desempenho, é Stanley Tucci, que interpreta Frank Dixon, o agente da alfândega. Para além de Tom Hanks e Catherine Zeta-Jones esta é a figura mais rica do argumento. Um homem comum que apenas tem como objectivo fazer cumprir o seu trabalho. Em certos momentos podemos achá-lo "mau", em outros "bom", e são por essas mesmas razões que se torna num personagem admiravelmente interessante. Para além do excelente "cast" escolhido a dedo por Spielberg, o filme conta ainda com diálogos competentes e do melhor que há.<BR/><BR/>Algo que não posso deixar de referir é o nome de John Williams. O compositor habitual dos filmes de Spielberg fez aqui, como em todos os filmes que trabalha, um excelente trabalho. Desde toques frios e dramáticos até músicas alegres e animadas, Williams concede à película um espírito ainda mais grandioso do que aquele que as imagens nos dão. E se Williams sucede perfeitamente no seu trabalho, também os argumentistas foram competentes ao delinearem um romance "comum" entre as personagens principais, dois indivíduos que se apaixonam devido aos sentimentos semelhantes que possuem e à necessidade que contêm de amar alguém. Na estrutura da narrativa é um caso que funciona bastante bem e que não diminui ou transtorna a evolução do próprio argumento.<BR/><BR/>Concluindo, "The Terminal" é uma película obrigatória. Vejam e revejam pois este é um daqueles filmes que nos deixa com um sentimento emocional animado e dá-nos a oportunidade de reviver aquilo que outrora grandes cineastas fizeram com os seus filmes. "The Terminal" refere-se essencialmente à espera de Victor. Uma espera que se adivinhava cruel mas que afinal lhe concede alegrias. Vale a pena esperar por algo? Mesmo que essa espera seja eterna? Óbvio que sim, pois afinal, todos esperamos por algo ou alguém. Estejamos onde estivermos. <BR/><BR/>http://requiem-for-a-dream.blog-city.com
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O terminal da vida

Romeu Tomás

Daqui a 50 anos, quando analisarem o percurso do cinema, será complicado para as gerações futuras entenderem como Steven Spielberg conseguiu fazer filmes tão diferentes entre si e ao mesmo tempo tão próximos como "AI - Inteligência Artificial" e "Relatório Minoritário" por um lado e "Apanha-me se puderes" e "Terminal de Aeroporto" por outro. A resposta será um qualquer de nós ainda sobrevivente explicar-lhes que Mr. Spielberg era um poeta de câmara ao ombro que como todos os geniais artistas das palavras e imagens criou, numa das viragens da sua carreira, um heterónimo capaz de continuar a fazer obras sensíveis, fantásticas e que continuam a apelar ao sonho sem utilizar para isso quaisquer efeitos especiais. Tal gestão de carreira se entende não só à luz do poder que Spielberg detém na indústria, mas também por ter sempre sido independente e contra corrente das teorias vigentes em Hollywood. <BR/><br/>Em "Terminal de Aeroporto", Spielberg assume novamente a faceta mais recente da sua carreira, utilizando como metáforas a riqueza narrativa das personagens em vez dos efeitos especiais. Para fazê-lo, rodeou-se do actor mais clássico do moderno cinema americano e Tom Hanks encanta mais uma vez num papel que foi feito à sua medida e única e exclusivamente para si. E o mais fascinante de todo o filme é que no seu final, mesmo não sabendo o nome de todas as personagens, podemos citar muitas pela pequena e decisiva participação que encerram em momentos decisivos do filme.<BR/><br/>É por isso que Spielberg será fundamental para explicar às gerações futuras como se foi retratando a vida ao longo dos tempos: através de espaços, lugares, histórias e, sobretudo, como o cineasta americano o tem feito ultimamente através de pessoas.
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Mais do mesmo…

Ricardo de Albuquerque

Mais uma decepção… Porque será que estes filmes são cada vez mais repetitivos e previsíveis? Esta é mais uma história de conto de fadas, carregada de estereótipos da cultura norte-americana, em que os estrangeiros são retratados como seres miseráveis, deslumbrados pela América e sempre um pouco tolos. Tom Hanks mais uma vez demonstra o seu génio como actor, desta vez numa espécie de Forrest Gump da Europa de Leste, mas mais inteligente que o original. Porquê aquela maneira de andar estranha, como numa comédia do tempo dos filmes mudos? Imagino que será um filme interessante para quem aprecie este tipo de estética e moral americanas, mas que não passa de mais um "filme de domingo à tarde", uma perda de tempo para quem está farto de "americanadas".
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Um dia todos os filmes serão assim...

Pedro Silva Maia

Um dia todos os filmes serão assim. Simples, feitos de pequenos gestos, muito pouca teatralidade, simples efeitos de câmara, nenhuns efeitos especiais, nenhuns truques de guião. Um dia todos os filmes terão Tom Hanks como actor principal. Este filme é o "Cast Away" com cadência. Passo a explicar: enquanto que em "Cast Away" Tom Hanks vai-se tornando mais e mais introspectivo, criando um mundo para si mesmo a partir da sua solidão, aqui Tom Hanks em vez de alinhar ramos, em vez de pescar peixes, em vez de testar o seu suicídio vai criando-se para fora, num mundo com o qual ele tem muito pouca capacidade de contacto, as quais vão crescendo. <br/><br/>Aquilo que era o aprofundamento do carácter da personagem pela frugalidade da representação, pela seriedade da cámara, pelo som ambiente contínuo aqui é feito por via do burlesco, do "gag", da generosidade dos personagens em submeterem-se a plastificações para fazer brotar de Viktor Navorski todo o seu coração, até o próprio personagem se tornar sinal de humanidade, um pouco como toda a última filmografia de Hanks e de Spielberg. <br/><br/>Esta é já a terceira colaboração directa entre Hanks e Spielberg, podendo nós falarmos de uma participação "ao estilo" Spielbergiano sempre que Hanks se cruza com Robert Zemeckis, este que deixa mais livre os seus actores do que o seu "mestre". Em todas elas Spielberg transcendeu Hanks e estámos muito longe se acabar o dinamismo da parelha. Se quisermos ser precisos, este é o primeiro filme em que Hanks fica entregue a si próprio como actor principal num filme de Spielberg pois em "O resgate do Soldado Ryan" era parte de um grupo e de um enquadramento histórico, habitante de uma gigantesca construção documental/exemplificativa da América e em "Apanha-me se puderes" usava todo o seu minimalismo para fazer transparecer a sede de viver e os dilemas paternais de DiCaprio. Assim, este é o primeiro filme em que os olhos de Spielberg repousam sobre uma personagem central tão poderosa. <br/><br/>O filme tem "gags" e apela ao burlesco, mas com grandes pausas onde deveria estar a implacável construção da cena seguinte. Aquilo que é mais surpreendente são os "travellings" do personagem de Hanks pelo aeroporto, entre pessoas para quem aquele aeroporto é ponto de passagem. A sua solidão vai-se fazendo notar mais e mais pela sua incapacidade em "realizar-se", e esta insatisfação vai levá-lo a procurar um destino verdadeiro naquela estrutura "passageira". Já devem ter percebido que gostei.
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