O Adversário
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Durante quase duas décadas, Jean-Marc Faure (Daniel Auteuil) viveu uma mentira. Convenceu todos, amigos e família, de que era um médico da Organização Mundial da Saúde, sedeada em Genebra (Suíça). Todos os dias saía à mesma hora de casa e até tinha, de vez em quando, de se ausentar por dois ou três dias para assistir a congressos no estrangeiro. Mas a verdade é que Faure nunca chegou a terminar os estudos de medicina, não tendo por isso as qualificações necessárias para ser médico, nem tão pouco tinha qualquer emprego. Prestes a ser descoberto, Faure opta por matar a mulher, os dois filhos e os pais e, de seguida, tenta suicidar-se. Tudo para não lhes ter de explicar uma mentira de 20 anos. "L' Adversaire" foi realizado por Nicole Garcia (nomeada para a Palma de Ouro no Festival de Cannes) e o argumento foi adaptado por Frédéric Bélier-Garcia a partir do romance homónimo de Emmanuel Carrère que, por sua vez, retirou a ideia de uma notícia de jornal de 1993. A história, que à primeira vista parece demasiado macabra para ser verdade, é baseada na experiência real de Jean-Claude Romand, que acabou por ser condenado, em 1996, a 22 anos de prisão, sem direito a redução de pena.<p/>PUBLICO.PT
Críticas Ípsilon
Críticas dos leitores
O homem vazio
Miguel de Marruz
Um filme sobre um homem atravessado pela solidão, muito mais do que pela mentira, e que, ressequido e vazio, sacrifica tudo o que de real o consome. Sente-se pena quando é repulsa o que deveria ser sentido, mas é impossível aspirar à fria neutralidade apesar do esforço que foi feito nesse sentido pelo realizador.
<br/>A realização é muito boa, não tendo cedido à tentação de fazer juízos morais num argumento que seria facilmente transformado num drama de consciências omnipresentes. O silêncio impera onde outros optariam por julgar, porque o personagem é isso mesmo: um imenso silêncio interior. O que nos choca mais é a nossa incapacidade para explicar o sucedido... muito mais que a crueza dos factos e, neste sentido, o filme cumpre os seus desígnios.
<br/>Vale a pena ir ver e já agora reler "O homem que via passar os comboios" de Simenon. Pode ter-se decifrado o genoma humano, mas a condição humana permanece um enigma.
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O homem vazio
Miguel de Marruz
Um filme sobre um homem atravessado pela solidão, muito mais do que pela mentira, e que, ressequido e vazio, sacrifica tudo o que de real o consome. Sente-se pena quando é repulsa o que deveria ser sentido, mas é impossível aspirar à fria neutralidade apesar do esforço que foi feito nesse sentido pelo realizador.
<br/>A realização é muito boa, não tendo cedido à tentação de fazer juízos morais num argumento que seria facilmente transformado num drama de consciências omnipresentes. O silêncio impera onde outros optariam por julgar, porque o personagem é isso mesmo: um imenso silêncio interior. O que nos choca mais é a nossa incapacidade para explicar o sucedido... muito mais que a crueza dos factos e, neste sentido, o filme cumpre os seus desígnios.
<br/>Vale a pena ir ver e já agora reler "O homem que via passar os comboios" de Simenon. Pode ter-se decifrado o genoma humano, mas a condição humana permanece um enigma.
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