É um filme estranho. Mais do que isso, é um filme estranho vindo de Martin Scorsese. O cineasta da violência e da paranóia, o cinéfilo obsessivo e compulsivo, atraído pela trajectória de um garoto tibetano de seis anos subitamente investido como chefe espiritual e político de um país, como a 14ª reencarnação de Buda? Foi, no mínimo, surpreendente, este hino à espiritualidade, e os fãs do realizador não conseguiram digerir bem este passo do cineasta. Foi um dos clamorosos fracassos da sua carreira, mas é um gesto pessoal a que, mesmo pela recusa, não se pode ficar indiferente.<p/>PUBLICO.PT