Ferro 3

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Romance, Drama 88 min 2004 M/12 17/11/2005 Coreia do Sul, JAP

Título Original

Bin-jip

Sinopse

Tae-suk vagueia na sua mota em busca de casas vazias onde possa ficar. Vai de porta em porta deixando folhetos em cada casa. Mais tarde, entra naquela em que o folheto não tenha sido retirado, partindo do princípio que o dono está fora. Fica aí a viver até que os donos regressem, mas nunca rouba ou estraga nada dentro de casa. Arranja objectos estragados e até lava a roupa e, quando se vai embora, volta a deixar tudo tal como antes. Vive assim até que, um dia, numa casa rica, encontra o seu destino - uma mulher casada chamada Sun-hwa que sofre tormentos às mãos do seu marido. Enquanto Tae-suk se esgueira pela casa, Sun-hwa esconde-se no escuro e espreita-o silenciosamente. No início, tem medo dele, mas, quando o vê a arranjar uma régua partida, percebe que ele não é um ladrão. Nessa noite, Tae-suk acorda petrificado quando descobre Sun-hwa a olhar para ele. Foge, mas o telefone toca de repente. É o marido de Sun-hwa. Tae-suk escuta a conversa deles e percebe que Sun-hwa leva um casamento miserável. Sun-hwa olha silenciosamente para ele como se lhe estivesse a pedir que a salvasse. Mas Tae-suk vira-se de costas e vai embora. Mas não consegue deixar de pensar nos olhos tristes e suplicantes de Sun-hwa. Quanto mais tenta esquecê-la, mais vívida se torna a sua imagem... Os dois acabam por se apaixonar, mas a sua felicidade têm os dias contados. "Ferro 3" é um filme de Kim Ki-duk, o realizador de "Primavera, Verão, Outono, Inverno... Primavera". <p/>PUBLICO.PT

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Críticas dos leitores

Um amor de silêncio

Helena F.

Está em exibição nos cinemas nacionais uma das mais bonitas histórias de amor que este ano cinematográfico nos trouxe: "Ferro 3" do realizador sul-coreano Kim Ki-Duk. Um jovem homem (Jae Hee) tem por hábito entrar às escondidas em casas de pessoas desconhecidas que se encontram fora. Na sua ausência arranja-lhes objectos avariados, lava-lhes a roupa, limpa a casa, etc., em troca de usufruir da sua cama, roupa e alimentação. Um dia entra numa casa que não estava completamente vazia... Sun-hwa (Lee Seung-yeon), uma mulher maltratada pelo marido, está recolhida em casa e, numa cumplicidade silenciosa, deixa alastrar um fascínio compreensivo pelo misterioso jovem.<BR/><BR/>Assim começa uma história de amor que resistirá a todo o tipo de provas emocionais. Num eterno silêncio cúmplice (a única palavra dita é o fabuloso "amo-te" já quase no final), os dois encontrarão a peça que faltava para preencher as suas vidas. Ao longo de todo o filme, um objecto parece ser motor de acções relevante: um taco de golfe nº3, o "ferro 3" do título internacional.<BR/><BR/>O filme está filmado de uma forma magistral, com planos lindíssimos como a cena em que Sun-hwa encurrala a sombra e revê o seu amado, ou quando o beija abraçando o marido (cena do "poster" português). Destaque para o uso cuidado do som, já que a relação dos dois protagonistas é dada apenas por expressões corporais, numa magnífica exposição sensorial: o toque, o olhar, a música (onde se destaca a música de influência árabe de Natasha Atlas). Num mundo cheio de palavras que os rodeia, eles encontram um infinito de significados naquilo que dizem em silêncio.<BR/><BR/>A frase final é o pico culminante de um filme belíssimo. Faz pensar o espectador até onde é capaz de sentir. Até onde foi capaz de se envolver. Uma proposta a considerar para uma ida ao cinema. Um filme maravilhoso que foi premiado em vários festivais!
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O poder da imagem

Íris Jordão

Do Oriente chega-nos um fabuloso filme, com interpretações fantásticas. De notar o elevado poder da imagem, no auge do simbolismo, o poder do toque, a ilusão, o pensamento. Diferente, original e muito bem realizado. Vale a pena.
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Hino ao amor

Duarte Costa

Já em "Primavera, Verão, Outono, Inverno... Primavera", Kim Ki-duk apresenta-nos uma história feita de silêncios comunicantes entres as personagens principais, onde mais que uma história de amor se constrói a relação mestre-discípulo (que passa por tantos altos e baixos como as montanhas que rodeiam o templo no lago). Em "Ferro 3", a primazia é dada à história dos dois amantes, tão silenciosamente cúmplices, tão próximos um do outro no seu universo de quotidianos "emprestados". O seu alheamento do resto do mundo é tal que deixam de nos chocar situações habitualmente macabras (por exemplo, a cerimónia fúnebre improvisada de um dos "senhorios" do casal). Parece tratar-se de duas crianças inocentes que brincam segundo as suas regras num mundo imaginário (como nos dá a entender no fim do filme a citação: "É dificil saber se a nossa vida é sonho ou realidade"), que aqui e ali vai chocando, um pouco ao ritmo das tacadas de golfe ou das cacetetadas, com o mundo real.<br/><br/>O seu compromisso é supremo e nada o abala, tavez por ser um compromisso de silêncio. No fundo, os amantes tentam atingir a felicidade em comum no seu mundo à parte, mesmo que tenham de jogar às escondidas com as personagens do mundo exterior, que invariavelmente nos parecem intrusas na sua felicidade. Mais uma bela obra do realizador coreano que consegue fascinar-nos com uma história de ausências e silêncios.
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2 = 0

kalash

Acção/reacção. A escolha/a consequência. 2 = 0. O equilíbrio. A complementação. Cinco estrelas.
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O íntimo sem palavras

Mena, pouco super

Não me lembro de ter alguma vez visto um filme com tanta profundidade de sentimentos, emoções e profundas vivências humanas como "Ferro 3". Um filme-poema em que a par da linguagem prática e informativa das personagens mais pragmáticas e menos densas e interessantes do filme, se revela uma outra linguagem, mais íntima e mais significante de "não-ditos", de poucos gestos e singulares palavras que, por isso mesmo adquirem, quando acontecem, toda a importância de uma revelação do mais íntimo ser. Poema belíssimo, onde tudo se conjuga na justa medida da quase-perfeição: age quem tem de agir, fala quem e quando tem de falar, as imagens e a música desvendam segredos daqueles que quanto mais se escondem de nós, mais nos revelam de si próprios. Um filme onde os silêncios são tão ou mais significantes que os ruídos.<BR/><BR/>Expõe a força do ser acima da força física, expõe os mundos interiores construídos à revelia de mundos exteriores cruéis e redutores, onde sai vitoriosa a nossa capacidade de reflectir sobre o ser humano, a sua resiliência e a sua aptidão para a mudança.
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