A directora de fotografia britânica Molly Manning Walker (30 anos) arrasou, enquanto realizadora e argumentista, na sua primeira longa-metragem ("How To Have Sex), ao vencer a secção Un Certain Regard no Festival de Cannes e ao receber rasgados elogios por parte da generalidade da critica especializada.

No entanto, não entendo minimamente a quase unanimidade em torno deste drama coming-of-age (com pretensões de produto cinéfilo de cariz realista e didático) que incide sobre os excessos comportamentais de um grupo de adolescentes inglesas "ocos" durante uma viagem de finalistas à Grécia.

Efectivamente, na minha modesta opinião, esta obra (algo feminista) limita-se a explorar, de um modo superficial e vácuo (embora "bem embrulhada" em apelativas imagens com altos contrastes de saturação de cor), os habituais clichés da pressão/manipulação grupal, a estigmatização da virgindade e o (não) consentimento sexual. Destaque-se a excelente performance da jovem Mia McKenna, que lhe valeu um Prémio Revelação dos European Film Awards.