A Infância de Um Líder

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Drama, Terror 115 min 2015 M/12 24/11/2016 GB, HUN, FRA

Título Original

The Childhood of a Leader

Sinopse

<div>França, 1918. Uma criança, filha de um alto representante do Governo norte-americano, vive com os pais nos arredores de Paris, durante o período da criação do Tratado de Versalhes, o acordo de paz assinado pelas potências europeias que encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial. O principal ponto do tratado determina que a Alemanha aceitasse as responsabilidades por causar a guerra e que fizesse reparações a um certo número de nações. Os encargos suportados pela Alemanha são frequentemente considerados a grande causa do fim da República de Weimar – o governo republicano criado na Alemanha logo após a Primeira Guerra Mundial, que durou até ao início do regime nazi, em 1933. Aquilo a que este rapaz assiste, ao longo do processo, vai moldar a sua personalidade. Aos poucos, sem que ninguém se aperceba, as crises de génio, tão comuns à sua faixa etária, vão transformar-se em algo mais enraizado: surge uma personalidade que, apesar de doentia, revela um enorme poder de liderança, tão característica de um ditador…</div> <div>Inspirado no conto com o mesmo nome do filósofo Jean-Paul Sartre e no romance "The Magus", de John Robert Fowles, uma reflexão sobre as origens do Mal. Marca a estreia na realização do actor Brady Corbet – conhecido pelos seus papéis em "Brincadeiras Perigosas", "Martha Marcy May Marlene" ou "Melancolia" –, que também escreve o argumento em parceria com Mona Fastvold, sua companheira. No Festival de Cinema de Veneza, onde esteve em competição, "A Infância de Um Líder" recebeu o prémio de Melhor Realizador e Melhor Primeiro Filme. O elenco conta com as actuações de Robert Pattinson, Stacy Martin, Bérénice Bejo e Liam Cunningham, entre muitos outros. PÚBLICO</div> <div> </div>

Críticas Ípsilon

O filho tirano

Jorge Mourinha

A Infância de um Líder é um filme singular e confrontacional, entre Carax, Kubrick e Von Trier, que parece mais interessado em impressionar do que em convencer.

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Críticas dos leitores

2 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

Diz que "A Infância de Um Lider", primeira experiência do jovem actor Brady Corbert do outro lado da câmara, é uma espécie de alegoria sobre a ascenção do fascismo no século XX. Se assim o afirmam, quem sou eu para o contrariar, todavia, por qualquer handicap cognitivo de que eventualmente padeça, apenas me limitei a assistir a três episódios de birras (divididos em três actos) por parte de um abastado miúdo americano (isolado e perturbado a nível psicológico) que se encontra a residir há pouco tempo em França, dado o seu pai (que mantém uma relação distante com a sua - fria - jovem mulher) estar a trabalhar, ao serviço do governo dos EUA, na elaboração do tratado de Versalhes (com o objectivo de colocar um ponto final na I Guerra Mundial). Mas ao que parece, apesar de não se basear em qualquer biografia especifica, e apenas retratar um espaço temporal limitadissimo, é-nos vendido como sendo um "retrato realista da emergência do mal". <br /> <br />Na minha humilde opinião, não passa de um filme opressivo/claustrofóbico (devido à excessiva negritude da sua fotografia), hermético e dotado de uma narrativa linear (que a "olho nu" não denota quaisquer análises de âmbito sociológico, politico e/ou antropológico) que se arrasta desnecessariamente. Safa-se a angustiante trilha sonora, que, na verdade, até soa descolacada das imagens e temática abordada.
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O Ovo da Serpente

Smoke One

Antes de assistir, desconhecia a obra homônima do Sartre na qual esse filme foi inspirado. Mesmo assim - e mais interessado pelo livro - pude observar alguns pormenores e suscitar algumas reflexões. A meu ver, esta obra - semelhante a “Fita Branca” do Michael Haneke - pode conduzir a uma boa reflexão acerca de como o fascismo e, consequentemente, a tirania tomam forma. Sobretudo num contexto abastado onde a empatia é praticamente nula, a educação familiar é negligenciada e terceirizada fazendo com que a ética do consequencialismo vigore. <p> A trilha sonora angustiante que introduz a obra carrega o suspense característico dos momentos onde - considerando as angústias - não sabemos o que o ser humano será capaz de fazer ou no que irá se transformar. A revolta do pequeno Prescott contra a crença religiosa e seus representantes dá o tom inicial à bomba relógio que vai se formando no decorrer da narrativa. A pressão familiar e social sobre o tamanho de seu cabelo, o desejo mal explicado e o ciúmes da professora, entre outras angústias, corroboram para que a frieza se instale e o infante se isole, se dedicando exclusivamente aos estudos e a negação da família. Sobretudo após ter uma das únicas manifestações afetuosas solapada de sua breve existência quando sua empregada é dispensada por quebrar as regras da desumanização construída através da privação da comida e da liberdade do pequeno infante. </p><p> Sem deixar de mencionar a violência como corretivo adotada pelo pai e a desilusão da mãe que casou por pressão, engravidou e viu seus objetivos escorrerem pelo ralo. Ocorrências de grande significância para ajudar a compreender o tratamento que ela desfere ao filho. Em suma - sem deixar de considerar todo o pano de fundo político no qual o pai está intimamente envolvido - tudo o que observei reforça o pensamento acerca de como um ambiente extremamente racional e consequencialista pode produzir fascistas dotados de frieza e deficientes de empatia. Características encontradas em muitos líderes que cometeram grandes crimes contra a humanidade. Contudo, a trilha angustiante que finaliza a obra alude à introdução e - mesclada ao rodopiar da câmera - traz a mesma sensação angustiante acerca do desfecho que um ser humano criado sob todas as circunstâncias supracitadas pode proporcionar. Pois como o próprio título da obra sugere, a infância de um líder pode explicar muito sobre a falta de empatia e humanidade em seus atos quando adulto. Recomendo! </p>
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