Que Horas Ela Volta?

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Drama 112 min 2014 M/12 03/12/2015 BRA

Título Original

Que Horas Ela Volta?

Sinopse

<div>Val deixou Pernambuco (Brasil), para ir trabalhar como empregada doméstica em São Paulo. Para se sustentar e poder enviar dinheiro, deixou Jéssica, a filha ainda pequena, para ser criada com os avós. Durante 13 longos anos, ela vive afastada da família, dedicando-se totalmente a educar e criar Fabinho, o filho dos patrões. É então que Jéssica, já quase mulher, lhe pede para ir para São Paulo para fazer os exames para ingressar na universidade. Os patrões de Val, contentes com a notícia, insistem para que a rapariga fique em sua casa. Porém, a chegada dela vem pôr em risco o equilíbrio que até aí existiu entre a submissão cega da empregada e o poder do dinheiro…</div><div>Um filme dramático sobre a diferença de classes no Brasil que conta com realização e argumento da brasileira Anna Muylaert (“É Proibido Fumar”, “Chamada a Cobrar”). Depois da passagem pelo Festival de Cinema de Sundance (onde recebeu o Prémio do Júri) e pelo Festival de Berlim (onde arrecadou o Prémio do Público), “Que Horas Ela Volta?” é o candidato brasileiro à nomeação para a categoria de Melhor Filme Estrangeiro na 88.ª edição dos Óscares, agendada para o dia 28 de Fevereiro de 2016, em Los Angeles, EUA. O elenco conta com a actriz Regina Casé, Camila Márdila, Michel Joelsas, Karine Teles e Lourenço Mutarelli. PÚBLICO</div><div><br /></div>

Críticas Ípsilon

Diário de uma criada

Luís Miguel Oliveira

Falta perversidade, falta humor (eventualmente negro), falta mise en scène que crie um abismo no olhar sobre a “luta de classes”.

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Cenas da luta de classes no Morumbi

Jorge Mourinha

A brasileira Anna Muylaert põe o dedo na ferida das desigualdades sociais com um filme cuidadosamente desconfortável.

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Críticas dos leitores

Show de bola

Joao Vaz

Excelente filme, bom argumento, gente bonita e verosímil. O que se passa com os críticos do PÚBLICO que não gostam dos filmes alternativos?
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Que Horas Ela Volta?

Maria Luisa Beltrão

Excelente. A regina Casé dá um show!
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Regina Casé no meu melhor!

Maria Santos

Filme que retrata uma realidade que, infelizmente, existe. <br />A escolha da actriz Regina Casé para actriz principal foi um "golpe de génio", ela está no seu melhor e o filme deve muito a ela. <br />4 estrelas
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4 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

A ESCRAVA ISAURA DO SÉC. XXI ou ... a revolta das Jéssicas. <br /> <br />"Isso aí não é preciso explicar, não. A gente já nasce sabendo. O que é que pode, o que é que não pode." <br /> <br />"Que Horas Ela Volta?" é um drama social aparentemente trivial (que permite diversas leituras nas entrelinhas) e bem humorado ("a rir se dizem as verdades"), carregado de clichés (utilizados de forma inteligente e simbólica), com um certo odor a telenovela que ... encanta!! Talvez (e sobretudo) devido à prestação da actriz principal, Regina Casé - só por ela o filme já vale a pena -, que interpreta o papel de uma empregada doméstica interna que não questiona a ordem social estabelecida (sabe qual é o "seu lugar") e vê em cada gesto dos patrões (da esquerda caviar) para consigo, por mínimo que seja, um acto de benevolência (afinal, ela não passa de uma espécie de "cidadã de categoria inferior" e, mesmo assim, tratam-na como sendo da família, tanto que, para além de fazerem o favor de não a chicotearem, ainda lhe reservam um quartinho só para sí ... junto à casota do cão). Isto até ao dia em que a sua filha Jéssica (que já não via há 10 anos), com a mania da igualdade, vem quebrar a harmonia da lógica pré-estabelecida (e sem necessidade de recorrer a grande "espalhafato" ... bastou-lhe a ousadia de pretender entrar na faculdade) e, deste modo, a simpatiazinha para com os pobrezinhos queriduchos (essa cambada de ingratos) esvai-se num instantinho. <br /> <br />Um interessante auto-retrato critico e irónico sobre o grande fosso social que ainda existe no Brasil, apesar das múltiplas tentativas para "mascará-lo". 
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Um belo regresso aos nossos ecrãs do Cinema Brasileiro!

Egas Branco

O regresso do CINEMA BRASILEIRO, que tanto apreciamos, com uma excelente obra, dirigida com inteligência e qualidade ao grande público. <br />As relações entre patrões e criados nos meios da grande burguesia brasileira. O oposto do olhar falso e subserviente de "Upstairs Downstairs", da televisão britânica, que nos revoltava por querer fingir que esse era o "melhor dos mundos", numa visão completamente do lado dos ricos e poderosos. <br />Ao contrário, Anna Muylaert mostra a realidade e a consciencialização crescente dos mais jovens. <br />As entidades públicas brasileiras responsáveis já a escolheram para concorrer ao melhor filme em língua estrangeira dos Óscares, os prémios da academia norte-americana de cinema. <br />Vi e gostei muito. <br />Como eu gostaria que o cinema português para o grande público tivesse esta qualidade em vez de tomar esse público como atrasado e idiota como parece acontecer com algumas produções ultimamente estreadas, pretendendo copiar antigos sucessos. <br />NÃO PERCAM !
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O Amor não tem "classe"...

Pedro Brás Marques

Por vezes, deparamos com filmes aparentemente simples mas que nos acompanham bem depois de abandonarmos a sala de cinema. É o caso desta proposta brasileira, “Que horas ela volta?”, centrada na vida duma empregada doméstica a trabalhar na casa dum casal da alta sociedade de São Paulo. <br />Val trabalha com eles há 13 anos. Veio de Recife e nunca mais voltou. Criou o filho do casal, Fabinho, por quem tem um verdadeiro amor maternal, algo que os pais nunca lhe conseguiram dar. Aliás, o pai é um ex-artista plástico e actual profissional da preguiça e a mãe entretém-se no mundo do social… Val vive sozinha, no “quarto dos fundos” e deixou para trás a filha, Jessica, que nunca mais viu. Mas, um dia, ela anuncia a sua vinda à grande cidade para realizar os testes de acesso à Faculdade. Hospeda-se em casa dos patrões e pela sua confiança e consciência social, acaba por causar uma série de mudanças e transformações na vida rotineira da família. <br />O Brasil, já o sabemos, é um país onde o fosso social entre ricos e pobres é enorme. E isso, claro, reflecte-se no comportamento e no relacionamento entre pessoas de estratos sociais diferentes. Val é submissa e reverente para com os patrões, que a tratam “bem” mas com marcada condescendência. A chegada da filha, jovem mas já bastante madura, traz problemas a este paraíso hierárquico. Só que o filme não é sobre isso. Ou melhor, não é exactamente sobre isso, mas antes sobre as relações humanas, em última análise, sobre o Amor. Porque esse não tem preço, não tem cor, não tem escada social, nem precisa de laços de sangue. É algo que nasce entre dois seres humanos apenas porque o são. E é essa a grande lição deste “Que horas ela volta?”, onde o Amor é apresentado como o grande motor da acção humana. <br />Quase tudo se passa dentro da mansão dos patrões de Val, um microcosmos muito bem criado e ainda melhor gerido por Anna Muylaert, que assina a realização e o argumento. Ao nível das interpretações, o destaque vai todo para Regina Casé no papel de Val, algo perdida entre a reverência perante os patrões e o amor pela filha. <br />Longe das duas grandes colunas onde o cinema brasileiro mais recente tem assentado, a comédia desbragada e os “policiais de favela”, este filme é surpreendente até pelos meios escassos empregues e por recorrer a actores de segundo plano. Porventura, a necessidade aguçou o espírito e, se assim foi, ainda bem, porque “Que horas ela volta?” é um filme que nos remete para aquilo que o cinema tem de extraordinário: contar uma história itemporal, cuja localização é absolutamente irrelevante. Aliás, já é o segundo filme brasileiro a aparecer por cá, depois do surpreendentemente negro “O Lobo atrás da Porta”. E confirma-se que por terras de Vera Cruz está em germinação um cinema interessantíssimo, “novo” e a merecer toda a atenção.
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