Mãe e Filho

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Drama 112 min 2013 M/12 27/03/2014 ROM

Título Original

Pozitia copilului

Sinopse

A relação entre Cornelia e Barbu, mãe e filho, é conflituosa e disfuncional. Barbu, já com 34 anos, odeia o círculo social dos pais, cujos amigos vivem da política ou de negócios pouco claros. Cornelia, que sempre investiu todo o amor e atenção no seu único filho, não se conforma com a sua constante rejeição. Quando Barbu atropela e mata um rapaz de 13 anos e corre o risco de ser preso por homicídio, a mãe usa todos os estratagemas para o ajudar. Mas, surpreendentemente, e apesar de todo o dinheiro e influência de que dispõe, Cornelia não consegue persuadir a única testemunha do acidente a mudar o seu depoimento. Assim, ela apenas pode tentar convencer toda a gente de que o seu filho é um homem de bem e que tudo não passou de um terrível infortúnio do destino…<br /> Vencedor do Urso de Ouro na edição de 2013 do Festival de Berlim, um filme escrito e realizado por Calin Peter Netzer ("Maria", "Medalia de Onoare") que, ao mesmo tempo que retrata a corrupção e o tráfico de influências da classe alta da Roménia dos dias de hoje, reflecte também sobre a fronteira entre o amor e a manipulação nas relações humanas. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Mãe há só uma

Jorge Mourinha

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Críticas dos leitores

4

JOSÉ MIGUEL COSTA

E a pequena grande cinematografia romena continua bem de saúde e recomenda-se, como o comprova mais este nobre produto pertencente à chamada "nova vaga do cinema romeno" (que já neste século colocou o país numa posição de algum destaque no pobrezinho "mapa da 7ª arte" da velha Europa, após brindar-nos com obras como, por ex. - e apenas menciono as que tive oportunidade de visionar -, "A Leste de Bucareste"", "A Morte do Senhor Lazarescu", "4 Semanas, 3 Meses, 2 Dias", "Além das Montanhas", "Contos da Era Dourada", "Quando a Noite Cai em Bucareste ou Metabolismo"). <p> Com "Mãe e Filho" voltamos (como é, quase sempre, apanágio) a ter contacto com um universo hiper-realista, e desta vez é-nos dada a conhecer a relação complexa e disfuncional entre dois membros de uma família de classe média-alta de Bucareste (mãe e filho, como facilmente se pode depreender) que não conseguiram cortar o "cordão umbilical" de modo natural e saudável (e que por esse mesmo motivo manifestam toda uma sintomatologia comportamental/social patológica - invisível a olho nu). É um filme (aparentemente) simples (quase documental), cru, recheado de diálogos secos, no qual as personagens vão sendo "despidas aos poucos" (e à medida que assimilamos as "suas verdades" damos connosco a reformular, não poucas vezes, os nossos juízos de valor sobre os intervenientes). Mas sendo este o "tema maior" a ser trabalhado pelo realizador, isso não o impede de ir dando umas (fortes) "alfinetadas" à situação socioeconómica do seu país de origem, nomeadamente, no que respeita existência de um grande fosso entre as diferentes classes sociais e à corrupção que mina quase todos os organismos estatais (e esta "interligação temática" é uma das suas grandes "mais-valias"). </p>
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Ser mãe

Pedro Brás Marques

«O homem e a mulher deixarão a sua casa e formarão família», proclama-se nos casamentos. Mas, infelizmente, muitas vezes não passam de meras palavras de circunstância, porque o progenitor e a cria não conseguem cortar o cordão umbilical emocional que os continua a agrilhetar. Às vezes, é porque não podem; outras, porque não conseguem. No caso deste «A Mãe o Filho» é porque um não consegue, o filho, e outra não quer, a mãe. <br />Barbu é um homem feito, com uma relação estável com a namorada. Um dia, na estrada, o destino atira-lhe uma criança para a frente do carro. Envolvido numa teia judicial que o pode levar à cadeia, vê a mãe tomar as rédeas da situação e a tentar salvá-lo de todas as formas e feitios. Ele, que tanto queria autonomia, não consegue fugir àquela poderosa força gravitacional que o parece puxar, de novo, para o sufoco uterino primordial. <br />A grande figura deste filme é, sem dúvida, Cornélia, arquétipo de mãe híper-protectora. Interpretada soberbamente por Luminita Gheorghiu, ela praticamente não sai do ecrã e dá tudo pelo homem da sua vida, Barbu. O marido é secundário, os amigos são secundários, ela só vê o filho. Por ele, ela vai manipular, vai corromper, vai sacrificar-se, para que o seu rebento possa germinar. E tudo ganha ainda mais peso quando se percebe que Cornelia se mexe numa classe social elevada, numa Roménia onde os fantasmas do passado comunista ainda estão longe de estarem exorcizados. <br />A ansiedade e a obsessão da personagem, sempre mostradas e vividas com alguma contenção, está a realização de Calin Peter Netzer que optou por usar uma câmara irrequieta, a meio caminho entre um registo ficcional e um documental. Todos os cenários, urbanos ou rurais, de interiores ou exteriores, sublinham esta perspectiva de se está a permitir ao espectador entrar em algo que será íntimo. Tudo junto, “Mãe e Filho” é um filme que nos remete para uma essência do cinema que se vai perdendo: a de contar uma história mostrando personagens que vivem angustiadas dentro de um turbilhão de sentimentos, alguns profundamente contraditórios. A coroar esta visão, há dois longos diálogos absolutamente magistrais: o primeiro, entre a “mãe” e a “nora”, onde a segunda se abre completamente à primeira de uma forma “insuportável”, narrando pormenores da mais profunda intimidade; o segundo, o lancinante diálogo entre Cornélia e os pais da criança atropelada – o pai a chorar pelo filho que partiu, Cornélia a chorar pelo filho que não quer ver partir.. <br />Esta profundidade dramática vai desparecendo do cinema contemporâneo, em especial do americano, mas que encontra espaço em cinematografias “menores” como esta, a romena. E “Mãe e Filho” não passou despercebido: ganhou o Urso de Ouro de Berlim e foi candidato ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. Este é um filme para quem goste verdadeiramente de cinema enquanto forma de Arte.
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mais um...

Nuno

Mais um que não passa pelo Porto. Para compensar, temos cinemas com duas e três salas ocupadas pelo capitão américa. são alhos e bugalhos, eu sei, mas não havia uma salita num cinema com um espaço com mais de 10 salas? <br />...
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