Um Quarteto Único

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Musical, Drama 105 min 2012 M/12 10/10/2013 EUA

Título Original

A Late Quartet

Sinopse

Após um quarto de século de existência, um famoso quarteto de cordas vê a sua continuidade posta em causa quando a um deles é diagnosticada a doença de Parkinson. Sem saberem muito bem lidar com a dor do companheiro de tantos anos, os outros três acabam por sentir-se à deriva, numa profunda crise emocional e criativa. E surge a dúvida: será possível substituí-lo por um novo elemento ou terá chegado o momento de cada um seguir o seu caminho? Realizado por Yaron Ziberman e com Philip Seymour Hoffman, Christopher Walken, Catherine Keener e Mark Ivanir como protagonistas, um filme dramático sobre a amizade, o companheirismo e o amor à música. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

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Luís Miguel Oliveira

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O fim

Pedro Brás Marques

O FIM. Mais tarde ou mais cedo cada ser humano é confrontado com o fim da sua existência terrena. O que resta? O que foi feito até aí? Ter-se-á aproveitado bem essa oportunidade chamada Vida? Qual será o legado, a haver algum? “O Quarteto” aborda esta questão em várias vertentes por via da doença, impeditiva, de um dos seus membros. <br />Três violinistas e um violoncelista tocam juntos há mais de vinte e cinco anos. Realizaram mais de três mil concertos. A música que brota dos quatro instrumentistas é claramente superior à soma aritmética dos elementos. Mas a descoberta, por um, de que sofre de Parkinson, provoca um efeito bola-de-neve entre eles. Um quer passar de segundo para primeiro violinista, outro quer liderar o quarteto, o elemento feminino não quer continuar sem o colega doente. Os egos incham, as dúvidas crescem, a traição emerge e a desconfiança infiltra-se. As acusações explodem: o amor não estava onde se pensava estar, a qualidade de execução afinal não passa de registo mecânico e desapaixonado, a relação paternal é falsa… Nem tudo era tão perfeito como as opus de Beethoven com que maravilhavam o Mundo. Aliás, o veludo dos violinos e a doçura das melodias, acentuam este contraste paradoxal. Mas, afinal, é apenas a natureza humana a revelar-se e o quarteto que vivia alimentado pelos quatro elementos definha. <br />Haverá salvação? Com certeza que não. O que pode haver é algo diferente, em que os elementos sobrantes se reinventem e descubram novas cores, novos sons e novas oportunidades, em novas companhias. Mas não será, jamais a mesma coisa. Porque aquela execução que atingia a excelência era única e apenas acontecia com aqueles quatro, tal qual a vida de cada um. Há muitos seres humanos, mas cada um é um universo irrepetível. <br />O realizador Yaron Zibelman peca por algo que deveria ser inerente ao tema: o silêncio. Quando precisávamos de ver por mais tempo os melancólicos olhos de Christopher Walken, ele corta. Quando necessitávamos de escutar a dor silenciosa do arrependimento de Philip Seymour Hofmann, ele corta. E, inversamente, desperdiça imenso tempo no início do filme a querer apresentar os personagens, algo que decorreria facilmente do próprio evoluir do filme. Pelo contrário, os actores estão soberbos, com destaque, claro, para o meu ‘personal favorite’, o mencionado Symour-Hofmann, em especial nos momentos de tensão com a mulher, Catherine Keener. Christopher Walken merece um destaque, pelo seu ‘underacting’, já que nos poupou ao seu habitual e insuportável cabotinismo. O resto dos actores acompanha na perfeição o narrar deste drama existencial, complexo, como a alma humana. É bom, mas podia ter sido muito bom.
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