Tournée - Em Digressão

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Comédia, Drama 111 min 2010 M/16 21/04/2011 FRA, ALE

Título Original

Tournée

Sinopse

Joachim Zand (Mathieu Amalric), um produtor francês com algum reconhecimento, decide deixar amigos, mulher e filhos em França e tentar a sorte nos EUA. Passados alguns anos, depois de juntar um excêntrico e curvilíneo grupo de strippers do chamado "New Burlesque", decide regressar ao seu país, numa grandiosa digressão que terminará em Paris. Em terras francesas, com a sua alegria contagiante e estilo singular, o grupo vai conquistando a simpatia e admiração do público em todas as cidades por onde passa. Mas, infelizmente, Joachim deixou inimigos com algumas contas por ajustar e o seu sonho de terminar em glória na mística cidade das luzes termina ainda antes mesmo de ter começado... Uma comédia de sabor amargo, do actor e realizador francês Mathieu Amalric ("Mange ta Soupe", "O Estádio de Wimbledon") que, em 2010, recebeu o prémio de melhor realizador e prémio da crítica FIPRESCI no Festival de Cannes. A personagem de Joachim, inspirada em Paulo Branco, era para ser interpretada pelo próprio produtor português. Acabou por ser substituído por Amalric que, em sua homenagem, manteve o bigode. <p/>PÚBLICO

Críticas Ípsilon

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Jorge Mourinha

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Luís Miguel Oliveira

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Críticas dos leitores

Os riscos da improvisação

Raúl Reis

O quarto trabalho de Mathieu Amalric atrás das câmaras amealhou em Cannes todo o prestígio do prémio para a melhor realização. Um filme com uma ideia transformou-se numa saga e o resultado da saga transformou-se num filme. O realizador endossa quase todas as responsabilidades – e neste caso os louros – pois interpreta também a personagem principal, Joachim, um produtor de televisão que deixa a sua vida em França para começar de novo nos Estados Unidos. Joachim não vai ficar nos “States”: regressa com um grupo de bailarinas com a ideia de fazer uma “tournée new burlesque”. De cidade em cidade, o humor e os quilos a mais das meninas de Joachim entusiasmam o público. E apesar dos hotéis manhosos em que dormem e dos locais baratos em que actuam, a trupe de Joachim cria um mundo extravagante de fantasia como se todas as noites se passassem no Ritz e no Olympia. Paris é o objectivo da “tournée”, mas a traição de um amigo de Joachim vai por termo ao sonho e confrontar o homem com o seu passado. Amalric é o único actor profissional num elenco de protagonistas inexperientes diante das câmaras, mas o maior improviso do filme é o argumento. Quase nada estava previsto inicialmente e o filme evoluiu acidentalmente. O próprio realizador não tinha previsto ser actor, mas acabou por seguir os conselhos da equipa e assumir o papel principal. Muitas das cenas que podemos ver no filme não estavam escritas, mas como a câmara estava a rodar acabaram por ser seleccionadas no fim. A “tournée” que seguimos tem muito de real pois os espectáculos tiveram mesmo lugar, já que os produtores acharam que seria mais fácil organizar espectáculos com público a sério do que encenar todos os “shows”. Assim, a narrativa fica um pouco pobre e muito é deixado a cargo do espectador. Ainda que haja imensos eventos e sugestões, estas só começam a acumular-se para lá de meio do filme. Torna-se de repente evidente que “Tournée” é um filme sobre a importância da família, e Amalric deixa a mensagem bem clara no final para que não restem dúvidas. Como actor, Amalric demonstra grande atracção pela excentricidade das personagens mas preserva sempre o realismo. A tensão, o realizador vai buscá-la a coisas simples tais como uma tentativa de engate de uma empregada de estação de serviço quando sabemos que o namorado dela vai chegar a qualquer momento. Amalric é um excelente actor – foi apontado como um potencial candidato ao prémio em Cannes – e sabe criar com poucas palavras e alguns gestos grandes momentos. Infelizmente, muitos destes “sketches” estão desligados e chegam mesmo a ser incoerentes no contexto geral do filme. “Tournée” é bonito, extravagante, mas demasiado improvisado para deixar recordações a longo prazo.
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Os riscos da improvisação

Raúl Reis

O quarto trabalho de Mathieu Amalric atrás das câmaras amealhou em Cannes todo o prestígio do prémio para a melhor realização. Um filme com uma ideia transformou-se numa saga e o resultado da saga transformou-se num filme. O realizador endossa quase todas as responsabilidades – e neste caso os louros – pois interpreta também a personagem principal, Joachim, um produtor de televisão que deixa a sua vida em França para começar de novo nos Estados Unidos. Joachim não vai ficar nos “States”: regressa com um grupo de bailarinas com a ideia de fazer uma “tournée new burlesque”. De cidade em cidade, o humor e os quilos a mais das meninas de Joachim entusiasmam o público. E apesar dos hotéis manhosos em que dormem e dos locais baratos em que actuam, a trupe de Joachim cria um mundo extravagante de fantasia como se todas as noites se passassem no Ritz e no Olympia. Paris é o objectivo da “tournée”, mas a traição de um amigo de Joachim vai por termo ao sonho e confrontar o homem com o seu passado. Amalric é o único actor profissional num elenco de protagonistas inexperientes diante das câmaras, mas o maior improviso do filme é o argumento. Quase nada estava previsto inicialmente e o filme evoluiu acidentalmente. O próprio realizador não tinha previsto ser actor, mas acabou por seguir os conselhos da equipa e assumir o papel principal. Muitas das cenas que podemos ver no filme não estavam escritas, mas como a câmara estava a rodar acabaram por ser seleccionadas no fim. A “tournée” que seguimos tem muito de real pois os espectáculos tiveram mesmo lugar, já que os produtores acharam que seria mais fácil organizar espectáculos com público a sério do que encenar todos os “shows”. Assim, a narrativa fica um pouco pobre e muito é deixado a cargo do espectador. Ainda que haja imensos eventos e sugestões, estas só começam a acumular-se para lá de meio do filme. Torna-se de repente evidente que “Tournée” é um filme sobre a importância da família, e Amalric deixa a mensagem bem clara no final para que não restem dúvidas. Como actor, Amalric demonstra grande atracção pela excentricidade das personagens mas preserva sempre o realismo. A tensão, o realizador vai buscá-la a coisas simples tais como uma tentativa de engate de uma empregada de estação de serviço quando sabemos que o namorado dela vai chegar a qualquer momento. Amalric é um excelente actor – foi apontado como um potencial candidato ao prémio em Cannes – e sabe criar com poucas palavras e alguns gestos grandes momentos. Infelizmente, muitos destes “sketches” estão desligados e chegam mesmo a ser incoerentes no contexto geral do filme. “Tournée” é bonito, extravagante, mas demasiado improvisado para deixar recordações a longo prazo.
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