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A Última Estação

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Drama 112 min 2009 09/12/2010 GB, ALE, RUS

Título Original

The Last Station

Sinopse

Nos tempestuosos últimos anos da sua vida, Leo Tolstoi (Christopher Plummer), o mais aclamado de todos os escritores russos, vive dividido entre a sua doutrina de pobreza e castidade e toda uma vida hedonista. Por esse motivo, pondera abdicar de tudo isso e ceder, em testamento, os direitos autorais da sua obra ao povo russo. Em 1910, depois de 48 anos de casamento e total dedicação, Sófia Andréevna (Helen Mirren), esposa e mãe dos seus 13 filhos, vê-se na iminência de perder todo o seu património. Consumida pela raiva, ela levará a sua luta ao limite e, em desespero, usar-se-á de todos os trunfos para proteger o legado do marido e o futuro da sua família.<br/> Realizado por Michael Hoffman ("Um Dia em Grande ", "Sonho de Uma Noite de Verão", "O Clube do Imperador"), é baseado na obra do escritor Jay Parini que, usando os diários do escritor e os testemunhos de familiares e amigos, reconstitui o último ano de vida de Lev Tolstoi(1828-1910), um dos mais importantes escritores de todos os tempos.<br/> O filme foi nomeado para dois Óscares, nas categorias de Melhor Actriz (Helen Mirren) e Melhor Actor Secundário (Christopher Plummer).<p/>PÚBLICO

Críticas Ípsilon

A Última Estação

Mário Jorge Torres

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Críticas dos leitores

Uma caricatura levezinha, como convém

Nazaré

Para quem veio a contar com a faceta de Tolstoi, a que o foi absorvendo mais e mais na tentativa (para muitos sempre utópica) de acender na humanidade a aspiração à fraternidade, à comunhão sem posses, à libertação espiritual, à verdade como bem universal (ao amor), este filme é um embuste. Faz 100 anos que Tolstoi morreu, mas a homenagem cinematográfica ficou por fazer-se. Todo o seu legado "anarco-cristão" (que lhe valeu ser excomungado pela Igreja Russa), em fragmentos dispersos que a par da representação dos "tolstoianos" e a demonização da figura de Cherktov roçam a caricatura, dilui-se na empolada disputa entre a mulher de Tolstoi (Helen Mirren / Elena Mironova) e o seu marido mais o editor Cherktov (Paul Giamatti). Não é justo, mas é com ccerteza mais "comercial", ou no que realmente importa... menos polémico. Boas encenações, bons encadeamentos, mas o argumento é um logro. E sobre a qualidade da representação, também é duvidosa: quem é inglês fá-lo à inglesa (mas James McAvoy continua a marcar pontos na sua extraordinária inteligência e versatilidade), e quem é americano fá-o à americana (mas Giamatti é simplesmente estupendo). Nem sequer um esforço com a uniformização das pronúncias... o que é que andava a fazer o realizador? Mas que confusão!
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Period Film, Period Cinema

Carlos Natálio / http://ordet1.blogspot.com/

Longe vão os tempos em que um filme como “The Last Station”, de Michael Hoffman, podia mexer com os nervos de uma pessoa. Uma semi-biografia histórica dos últimos anos do escritor Lev Tolstoy (Christopher Plummer), com enfoque na criação do movimento tolstoiano, de cariz anarco-cristão, que proclamava de forma tão mística, quão contraditória, o amor livre e o bem como motor da actuação humana. A este visionarismo, que inspirou a sensibilidade europeia de Hoffman (“The Emperor’s Club”, “Restoration”), junta-se-lhe um conflito que opõe Vladimir Chertkov (Paul Giamatti), discípulo e impulsionador do movimento, e Sofya Tolstoy (Helen Mirren), mulher do escritor, pelos direitos de autor da obra de uma das mais brilhante mentes russas do século XIX. O descentramento dramático desta obra que tem tantas “coisas para tratar”, surge na figura de um novo secretário de Tolstoy, Bulgarov, que ora quer seguir à risca o movimento em que acredita, ora se quer libertar, numa relação amorosa com a liberal Masha. Como se pode perceber, trata-se de um projecto muito ambicioso que tem, além do mais, que cumprir uma formulação romântica e leve como o atesta a utilização da banda sonora ou esse lateral par amoroso. Ficamos obviamente com pena que o romance homónimo de Jay Parini que inspirou o filme, não tenha sido melhor aproveitado no sentido de explorar a contradição de um génio que acaba os seus dias isolado na estação de caminho de ferros de Astapovo, ou que a riqueza da cosmovisão de Tolstoy tenha sido abandonada a umas quantas referências en passant. Fica-nos no entanto a estranha alegria de ver a estrutura de um filme como “The Last Station”, com as suas missivas e orgulho historicista, que pontuou nos anos 90 em obras como “Shadowlands” ou “The Remains of the Day”, transformar-se numa espécie de artefacto histórico, uma forma de fazer cinema de época que já é, ele próprio, de época também. Se é verdade que interessa menos o que as personagens de Tolstoy e a sua mulher Sofya dizem e mais a forma como o dizem, fale-se então dos actores, pois que é um dos objectivos desta co-produção Reino Unido, Alemanha, Rússia. O canadiano Christopher Plummer é um Tolstoy humano, dividido, mesmo bonacheirão, e depois a britânica Helen Mirren agarra na perfeição a chave da indefinição psíquica da personagem de Sofya, que ama o homem desde que integrado num projecto de família. Nesse sentido pensemos em como e para que lado devem correr as grandes ideias? Resta ainda dizer que este foi um dos pares vencidos da edição dos Óscares de 2010, ele nomeado a actor secundário, ela, a actriz principal.
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