Ondine

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Drama 111 min 2009 M/12 28/10/2010 IRL, EUA

Título Original

Ondine

Sinopse

Syracuse (Colin Farrell) é um pescador irlandês a travar uma luta diária contra o alcoolismo e cuja vida é inteiramente dedicada a Annie (Allison Barry), a sua única filha, gravemente doente. Um dia encontra, presa à sua rede de pesca, uma mulher nua e assustada de nome Ondine (Alicja Bachleda). Quando Annie a conhece, entre elas nasce um entendimento profundo e a menina percebe que existe algo de mágico na sua história que a liga às míticas "selkies", as ninfas irlandesas da água com poderes mágicos, cujo amor pelos humanos está destinado à tragédia. Syracuse apaixona-se irremediavelmente por ela, sentindo-se cada vez mais completo e feliz. Mas, assim como toda a magia tem o seu lado negro, algo de tenebroso está para acontecer...<br/> O mais recente filme do aclamado realizador e argumentista irlandês Neil Jordan, autor de "A Companhia dos Lobos", "Entrevista com o Vampiro", "Jogo de Lágrimas", "Breakfast on Pluto" ou "A Estranha em Mim".<p/>PÚBLICO

Críticas dos leitores

O senhor Costa tem razão

Raúl Reis

O senhor Costa foi ver o mais recente filme de Neil Jordan com esperança de assistir a mais um “Interview With a Vampire”.A Marta chegou atrasada ao multiplex com esperança de ver o seu querido Colin Farrell num filme muito romântico. A Agnieszka e as amigas estavam à espera de ver o sucessor de “The Crying Game”, um filme que as tinha marcado para sempre e que, ainda hoje, era objecto de discussões entre dois copos de vinho na pizzaria sempre que as quatro amigas se juntavam para uma “soirée” sétima arte. Eu fui ao cinema armado apenas com a informação que o “trailer” me tinha fornecido: Neil Jordan filma nas costas irlandesas uma história de amor entre um pescador e uma suposta sereia. O senhor Costa saiu desiludido da sala 6. A Marta até chorou mas lamentou muito não conseguir ver em condições o seu menino Colin. As amigas da Agnieszka quase partiram os pratos no restaurante, tão acalorada foi a discussão sobre “Ondine”. A Agnieszka, imbuída de um acesso patriótico, até gostou da forma como Neil Jordan abordou o tema e ficou contente por ver a sua compatriota polaca Alicja Bachleda. Contudo, duas das suas amigas acharam que o filme não era carne nem peixe e que “para a próxima vamos mas é ver um filme francês a um cinema a série, que os multiplexes só projectam porcarias”. Apesar de não saber muito bem o que me esperava eu fiquei tão desiludido como toda esta gente. Se calhar ainda mais. Acumulei a decepção do senhor Costa porque estava à espera de um filme do género fantástico que afinal “Ondine” não é. Ainda por cima, Neil Jordan passeia o público pelo mar e pela aldeia durante todo o filme sem que nada de especial se passe, e fazendo render uma ideia errada. “Interview With a Vampire”? Não, este “Ondine” é uma sombrinha desse filme memorável que reviu as histórias de vampiros. Compreendo a Marta: Colin Farrell é um dos actores com mais charme da actualidade. Um charme bruto, simples, feito de físico e “ennui”. Em “Ondine”, sobra o “ennui” e não se chega a ver bem o sexy Colin debaixo da farta cabeleira e do nevoeiro das costas irlandesas. A Agnieszka e as amigas tiveram uma discussão tão longa que precisaríamos de todo este jornal para a reproduzir. Eu partilho o gosto que teve Agnieszka ao observar Alicja Bachleda, uma bela actriz polaca que passou um ano da sua vida com Colin Farrell e que com ele teve um filho. Alicja é um prazer para os olhos. Mas talvez dissesse a Agnieszka e às suas amigas que a protagonista de “Ondine” não é a personagem de Alicja, nem a de Colin, mas aquela que interpreta Alison Barry. A jovem actriz desempenha o papel de Annie, a filha do pescador Syracuse. É Annie que leva o filme às costas, que evita que o público se aborreça. Os diálogos que os criadores de “Ondine” decidiram por na boca de Annie são divertidos, emotivos e (des)orientam o público na busca da chave do enredo. É impossível contar a história de “Ondine” sem estragar a surpresa que Neil Jordan reserva. Mas o preço a pagar para chegar ao fim é tão alto...Não apetece passar quase duas horas entre a bruma e o nevoeiro em que toda aquela gente vive. “Ondine” é um trabalho menor que talvez reflicta um estado depressivo dos seus autores. A mim não me apetece pagar para ver um filme fraquito em que há gente com problemas piores que os meus. Nisto sou como o senhor Costa que quando vai ao cinema quer é que o entretenham e não que o deprimam. De tal forma que às vezes acaba por se chatear com a mulher que, diga-se de passagem, é uma santa.
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Amor como um conto de fadas

Fernando Costa

Neil Jordan regressa com uma história de amor em tom de conto de fadas. Se “Ondine” não está ao nível do dilacerante “O Fim da Aventura” é um filme que se vê com agrado. A certa altura do impecável “O Fim da Aventura” a protagonista, julgando o seu amado morto, pede a Deus que lhe devolva a vida; em troca ela sacrificara essa mesma relação. No fim do sacrifício a protagonista torna-se “santa”. “Ondine”, muito embora num registo diferente, também vem mostrar o amor como algo “mágico” e poderoso capaz de mudar o destino das personagens. “Ondine” conta a história de amor entre uma mulher, Ondine (interpretada por Alicja Bachleda), e um pescador, Syracuse (interpretado por Colin Farrell), que apanha Ondine em pleno mar alto numa das suas redes de pesca. A irrealidade da premissa condiz com o tom de conto de fadas com que Neil Jordan filma esta história deixando-nos, realizador e argumentista, na dúvida se estamos a assistir a um conto de fadas (e se Ondine é uma sereia ou “Seilke”) ou se por outro lado tudo tem uma explicação “real”. Ondine, sobretudo na primeira metade do filme, tem uma característica sedutora quase hipnótica que emana da personagem que dá o título ao filme. Ondine aparece e “muda” a sorte de Syracuse que de alcoólico e pescador com pouca sorte passa a capturar enormes quantidades de peixe e tal como acontece a Syracuse (que não sabe se está a imaginar toda a história) ficamos enamorados pela criatura sedutora que o mar ofereceu ao pescador. É certo que o filme de Neil Jordan não consegue manter o tom durante todo o filme e a certa altura, sobretudo desde a entrada da personagem que supostamente será o “marido” de Ondine, o filme desequilibra-se. No entanto, Neil Jordan consegue unifica-lo novamente no final como se tudo se tratasse de um conto de fadas real… Mas, em Ondine, o mais importante não é a conclusão mas o “statment” que está explicitamente inscrito no cartaz do filme: a verdade é aquela em qual acreditamos e não necessariamente a realidade; e quase que apetece dizer que quem acredita é capaz de mudar o “mundo”. Apesar de não ser um excelente filme vale a pena acreditar em Ondine e ir vê-lo ao cinema mais próximo. A ver ** (2,25/5)
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Amor como um conto de fadas

Fernando Costa

Neil Jordan regressa com uma história de amor em tom de conto de fadas. Se “Ondine” não está ao nível do dilacerante “O Fim da Aventura” é um filme que se vê com agrado. A certa altura do impecável “O Fim da Aventura” a protagonista, julgando o seu amado morto, pede a Deus que lhe devolva a vida; em troca ela sacrificara essa mesma relação. No fim do sacrifício a protagonista torna-se “santa”. “Ondine”, muito embora num registo diferente, também vem mostrar o amor como algo “mágico” e poderoso capaz de mudar o destino das personagens. “Ondine” conta a história de amor entre uma mulher, Ondine (interpretada por Alicja Bachleda), e um pescador, Syracuse (interpretado por Colin Farrell), que apanha Ondine em pleno mar alto numa das suas redes de pesca. A irrealidade da premissa condiz com o tom de conto de fadas com que Neil Jordan filma esta história deixando-nos, realizador e argumentista, na dúvida se estamos a assistir a um conto de fadas (e se Ondine é uma sereia ou “Seilke”) ou se por outro lado tudo tem uma explicação “real”. Ondine, sobretudo na primeira metade do filme, tem uma característica sedutora quase hipnótica que emana da personagem que dá o título ao filme. Ondine aparece e “muda” a sorte de Syracuse que de alcoólico e pescador com pouca sorte passa a capturar enormes quantidades de peixe e tal como acontece a Syracuse (que não sabe se está a imaginar toda a história) ficamos enamorados pela criatura sedutora que o mar ofereceu ao pescador. É certo que o filme de Neil Jordan não consegue manter o tom durante todo o filme e a certa altura, sobretudo desde a entrada da personagem que supostamente será o “marido” de Ondine, o filme desequilibra-se. No entanto, Neil Jordan consegue unifica-lo novamente no final como se tudo se tratasse de um conto de fadas real… Mas, em Ondine, o mais importante não é a conclusão mas o “statment” que está explicitamente inscrito no cartaz do filme: a verdade é aquela em qual acreditamos e não necessariamente a realidade; e quase que apetece dizer que quem acredita é capaz de mudar o “mundo”. Apesar de não ser um excelente filme vale a pena acreditar em Ondine e ir vê-lo ao cinema mais próximo. A ver ** (2,25/5)
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