Continuo a pensar que a visão dos nossos críticos anda algo desfasada em relação aos reais utentes de cinema. É normal ouvir que se vai ver um filme, depois do crítico dizer mal dele, o que me leva a pensar que talvez seja melhor ler os comentários de "pessoas normais" e sem pretensões a intelectuais. Isto para dizer que gostei do filme. Gosto deste realizador e penso que para passar um bom bocado no cinema esta é uma boa opção. Em relação às artimanhas de montagem de imagem e som, como profissional dessa área posso afiançar que estão do melhor que há. A minha classificação: quatro estrelas (entretenimento garantido sem preocupações pseudo-intelectuais).

Este filme apresenta-nos um argumento inconsistente e ausência de mensage. Ao chegarmos ao fim ficamos com a dúvida de qual o propósito daquela história. No entanto, o desenvovimento dos acontecimentos consegue captar a atenção do princípio até ao fim, os cenários e os efeitos são bons. De resto, este filme apresenta um formato algo batido, onde podemos "rever" cenas já usadas e abusadas noutros trabalhos do mesmo estilo. Curiosamente, e fugindo à regra, o filme não recorre à religião e aos seus ícones. Um filme interessante para quem gosta de situações tensas e de suspense. Se gosta deste tipo de filme, vá ver!

De vez em quando cometo o crime do "benefício da dúvida", dando folga ao meu instinto de reconhecer "filmes-desperdício". É este o caso de "Mindhunters" que, de relance, parecia prometer, pelo menos na ausência de bom cinema, entretenimento garantido. Ora, as expectativas saem goradas e o filme torna-se um chorrilho de clichés estupidamente utilizados, com uma narrativa impiedosamente acéfala onde os actores, eles sim, são verdadeiras marionetas desarticuladas. É sobretudo infeliz que uma história com potencial seja tratada com tanta imaturidade. Renny Harlin podia ter-se ficado pelo telefilme. Ou, melhor dizendo, porque não ponderar uma outra profissão?

Considero que é um bom filme. Intenso do início ao final. Quem gosta de cinema e vive intensamente o que lhe passa à frente dos olhos considerará que não existe um único momento morto e que a história está bem urdida. Ao contrário do Pedro Maia, considero que não existe hipótese de cada um fugir para seu lado. No início, utilizando um equipamento militar, verificam que mais ninguém está na ilha para além deles, quando isto não é verdade. Por isso, a hipótese do assassino não ser um deles permanece até ao fim. Um bom final.

Vale a pena ir ver este filme. É um filme intenso do princípio ao fim.

Grande filme, grande argumento e grande final!

Trata-se de algo muito simples: juntámos vários personagens "especialistas" numa determinada área dentro de um espaço relativamente fechado, lançamos a suspeita que um deles seja o assassino que começa a matar impiedosamente os outros e temos "Mindhunters". O filme está muito bem conseguido, mas o problema final é bastante complexo: se alguém do grupo está a matar... então porque é que todos não desatam a fugir em direcções opostas? Ainda ninguém teve esta brilhante ideia nestes filmes e até algum argumentista lidar com elas não me parece possível que se façam filmes deste tipo com alguma seriedade. Vejam bem, o problema aqui é que, se todos eles se separarem e correrem opostamente, então o assassino nunca poderá matar mais de um, porque todos os outros estarão a afastar-se... Mas pronto, ninguém me liga nenhuma na hora de fazer estes argumentos de Hollywood.

Spoiler Alert! A sensação que me ficou deste filme foi que o seu potencial não foi explorado como poderia ter sido. Assim, em vez de ser um filme muitíssimo bom, é "só" bom. Pareceu-me que a actuação do assassino foi menor - aliás ainda não vi este actor ter um bom desempenho em papéis emocionais. Devo acrescentar que não "senti" o peso da atmosfera quando não se sabia qual deles seria o assassino. De qualquer modo, a encenação das mortes estava a um nível muito alto. Dou-lhe um 6,5 de 0 a 10.

Simplesmente magnífico. Uns dos melhores "thrillers" psicológicos de sempre e sem dúvida o melhor filme de 2004. Vejam, vale mesmo a pena!