Como Nossos Pais

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Drama 102 min 2017 M/12 15/03/2018 BRA

Título Original

Como Nossos Pais

Sinopse

<div>Rosa, de 38 anos, é uma típica mulher de classe média que se esforça por conciliar a profissão com a vida familiar, mas que se sente a fracassar em todas as áreas. É casada com Dado, um antropólogo demasiado metido consigo mesmo, e com ele tem duas filhas prestes a entrar na adolescência. A sua relação com a mãe sempre foi conflituosa, cheia de amarguras e palavras por dizer. Até que um dia, durante um almoço familiar, a mãe lhe confessa algo inesperado. Essa descoberta vai alterar tudo o que Rosa tomou como certo e vai levá-la numa busca por si mesma que a mudará para sempre…</div><div>Estreado no Festival de cinema de Berlim, um filme dramático escrito e realizado pela brasileira Laís Bodanzky ("Bicho de Sete Cabeças", "Chega de Saudade", "As Melhores Coisas do Mundo") e protagonizado por Maria Ribeiro, Clarisse Abujamra, Antonia Baudouin, Annalara Prates e Paulo Vilhena.  PÚBLICO</div><div><br /></div>

Críticas Ípsilon

Viver a sua vida

Jorge Mourinha

Como Nossos Pais talvez seja demasiado convencional na forma, mas esta história de uma mulher em busca de sentido para a sua vida tem muito que a recomende.

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Críticas dos leitores

Como todos nós

Patrícia Mingacho

Cresci a ouvir falar de um Brasil cheio de assimetrias e, talvez por isso, até há bem pouco tempo, não tinha grande vontade de conhecer este país. Havia Caetano, Chico, Elis Regina e tantos mais e esses sim, eram maravilhosos. Havia as telenovelas que, um dia, fui impedida de ver, já que aquilo que escrevia tinha um som a Brasil. Havia também o cinema mas, nessa altura, aquilo que vinha desse país longínquo não tinha grande efeito em mim e esta sensação de desencanto, com excepção de “Cidade de Deus” e “Tropa de Elite” persistiu até há bem pouco tempo. No ano passado, porque o filme era Sónia Braga decidi passar por uma sala de cinema e pincelar o meu tempo com “Aquarius” e, num assombro, vi a fibra de que são feitas as mulheres, a garra com que se agarram àquilo em que acreditam e senti que, naquela tela, estava muito do sofrimento e da sensibilidade das mulheres. <br />Ontem, num processo de repetição de movimentos, voltei a pisar o El Corte Inglês, voltei a olhar para uma tela pincelada com as cores do Brasil e, mais uma vez, o assombro de um filme real tomou conta de mim. Ontem, mais uma vez, a tela era um hino às mulheres, um hino a um quotidiano de abnegação pelos outros. Ontem, naquela tela, vi a poesia da vida, naquela paleta de cores e sentimentos estava também eu e as dialécticas que vou criando com os outros. Há filmes que nos marcam pela sua excentricidade e outros há que nos tocam pelo seu realismo, pela sua simplicidade: “Como nossos pais” é a poesia do real. As personagens, com as suas idiossincrasias, somos também nós como se, na generalidade, encontrássemos cada identidade. Há filmes que merecem ser vistos e pensados vezes sem conta já que, na sua análise, reside um olhar para dentro de nós. Num dos momentos mais bonitos do filme, uma das personagens diz-nos que o desejo da perfeição é não mais que a tentativa de nos livrarmos da frustração de sermos de carne e osso, essa sensação insossa que não somos mais do que humanos. Somos cambaleantes num tempo em que chegamos sem nada saber e partimos com a sensação de tanto termos aprendido. Nas horas desassossegadas daquela mulher, viajamos por mentiras, desassombros mas, apesar de tudo e por tudo, há sempre aquela centelha que nos desperta de um certo torpor, há sempre aquela capacidade que temos porque soubemos amar e fomos amados. Há sempre um acordar carregado com a leveza daqueles que amamos, há sempre tanta coisa que persiste e que nos leva a sorrir. Está tudo lá, como dentro de nós!
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3 estrelas

José Miguel Costa

Do Brasil não nos chegam apenas telenovelas, e o filme dramático da realizadora Lais Bodanzky, "Como Nossos Pais", estreado esta semana, é disso prova. Trata-se de uma obra de cariz feminista (mas não maniqueísta e/ou panfletária) que, através da história de Rosa (uma quase quarentona "moderna" e independente, a braços com uma crise matrimonial, que vê o "mundo conhecido" desabar sob os pés, após a sua austera mãe inesperadamente, durante um almoço de família, revelar um segredo bombástico), demonstra que, apesar de todos os "avanços ao nível dos costumes", continuamos a viver numa sociedade patriarcal, (ainda) marcada por disparidades nos papéis atribuídos aos homens e mulheres (sendo que estas últimas - e sem que se apercebam de tal -, qual herança genética, mais não são que um reflexo do passado, num quase continuo "jogo de espelhos"). <br /> <br />O tema central (questionamento dos valores/papéis familiares e tensões geracionais, num confronto - sem fundamentalismos - entre ideais progressistas e "retrógados"), bem como a estrutura narrativa que o sustenta, não é propriamente original, no entanto, distingue-se pela naturalidade manifesta nas cenas de "intimidade familiar" e pela performance das actrizes Maria Ribeiro (que dá corpo a uma mulher com várias camadas, quase indefinível) e Clarisse Abujamra (a "má da fita" que gradativamente passamos a admirar - até porque neste filme, felizmente, nada é simplesmente "branco ou preto").
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Tratado de Sociologia Familiar

MMoreira

Um tratado de sociologia/psicologia familiar, para além da fotografia e detalhes de enquadramentos muito subtis. <br />Um filme que poderia ser todo cliché, mas no qual tudo o que é apresentado aparentemente de fácil apreensão (na maioria das vezes provocando a gargalhada fácil do público) tem sempre implícito uma carga ideológica feminista interessante. <br />Acredito que se este filme fosse realizado por um homem, provavelmente o marido da Rosa teria admitido ter cometido adultério...ahahaha <br />Uma visão actual e real (Documentário?)
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