Filme fora da norma, contra o preconceito e a falta de tolerância que minam a confiança humana . Uma história de perda e de amor, com uma grande interpretação de Daniela Vega no papel de Marina, uma jovem transgénero e a sua luta pela dignidade e aceitação. Gostei bastante <br />da realização de Sebastián Lelio que nos prende através da emoção e dos sentimentos, com cenas <br />de grande intensidade e outras de rara beleza, numa demonstração de que estes temas vão muito para além do aspeto sexual (que é extremamente redutor e simplista) como demonstra o magistral final que nos é oferecido.

Filme fora da norma, contra o preconceito e a falta de tolerância que minam a confiança humana . Uma história de perda e de amor, com uma grande interpretação de Daniela Vega no papel de Marina, uma jovem transgénero e a sua luta pela dignidade e aceitação. Gostei bastante <br />da realização de Sebastián Lelio que nos prende através da emoção e dos sentimentos, com cenas <br />de grande intensidade e outras de rara beleza, numa demonstração de que estes temas vão muito para além do aspeto sexual (que é extremamente redutor e simplista) como demonstra o magistral final que nos é oferecido.

Pega num tema que alguns consideram polémico para criar uma seca de filme. Um drama fraquinho.

Belíssimo argumento, onde mostra o bom e o mau da nossa sociedade e os preconceitos e humilhações que muitos sofrem, indevidamente. A atitude de Marina, deve fazer-nos reflectir, pela sua grandiosidade e sentido humano que transmite, contra o preconceito e descriminações de alguns ignorantes sociais.

O filme "Uma Mulher Fantástica", do realizador chileno Sebastián Lelio, é um melodrama transexual (protagonizado por Daniela Vargas, actriz transgénero) que tem por base uma estrutura narrativa clássica dentro da temática LGBTI (neste caso em concreto, uma jovem - com um cartão de identificação que ainda denuncia o seu passado, apesar de já ter sido submetida a intervenção cirúrgica para alteração de sexo - vive uma genuína história de amor com um homem divorciado mais velho, no entanto, este falece repentinamente, motivo pelo qual se vê involuntariamente arrastada para o contacto directo com a família dele, ficando, desse modo, à mercê das suas hipocrisias e preconceitos). <br /> <br />Trata-se de uma película realista, intimista e "digna"/respeitosa (jamais há lugar para a caricatura), com um arco dramático simples (sem cedências a dramatismos excessivos e a panfletarismos políticos fáceis), que tem a sua grande mais valia na subtileza interpretativa da protagonista, que raramente "perde as estribeiras", mantendo a sua fúria reprimida de um modo estoicamente resiliente (todavia, toda a mistura de emoções está sempre estampada na sua magnífica "expressividade inexpressiva"). <br />Felizmente a virtude desta obra não se resume exclusivamente à actriz, pelo que seria injusto não destacar a opção do realizador por inserir alguns pequenos trechos com soberbos rasgos de fantasia/metáforas visuais relacionados com questões de género, identidade e anatomia do "corpo desfigurado" (que lhe conferem um estilo momentaneamente inesperado e imprimindo-lhe "personalidade própria").

A transexualidade é ainda um tema sensível e do qual se evita falar. Não podemos virar a cara e temos que falar! Deitar as barreiras a abaixoe falar! Daniela Vega com uma excelente interpretação e um filme que pode vencer um Globo de Ouro com Melhor Filme Estrangeiro.