Vedações

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Drama 139 min 2016 M/12 23/02/2017 EUA

Título Original

Sinopse

<div>EUA, década de 1950. Na juventude, Troy Maxson era um jogador de basebol extraordinário. Mas quando as ligas principais começaram finalmente a receber atletas negros, ele era demasiado velho para ser aceite. Sem alternativas, tornou-se trabalhador dos saneamentos de Pittsburgh, tal como Jim, um amigo de todas as horas. Apesar do seu coração generoso e do esforço para ser bom pai e marido, Troy deixa-se consumir pelo desgosto de ter sido obrigado a abandonar os seus sonhos, ficando por vezes amargo e excessivamente exigente consigo e com os outros. Até que uma decisão impensada faz ruir tudo à sua volta…</div><div>Realizado e protagonizado por Denzel Washington ("Antwone Fisher", "Debate pela Liberdade"), um drama que adapta ao grande ecrã a peça homónima vencedora de um Pulitzer e um Tony Award da autoria do dramaturgo August Wilson. Para além de Washington, o filme conta com a participação de Viola Davis (que, com a sua prestação, recebeu o Globo de Ouro para Melhor Actriz Secundária), Jovan Adepo, Stephen McKinley Henderson, Russell Hornsby, Mykelti Williamson e Saniyya Sidney, entre outros. Aclamado pela crítica, "Vedações" foi nomeado para quatro Óscares: melhor filme, argumento adaptado, actor e actriz secundária (Davis). PÚBLICO</div><div><br /></div>

Críticas Ípsilon

Politicamente pertinente, cinematograficamente limitado

Luís Miguel Oliveira

Óptimo actor, Denzel Washington é mais limitado como cineasta, e Vedações nunca encontra a forma ideal de lidar com a origem teatral do material que trabalha.

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Críticas dos leitores

Ego-cinema

Pedro Brás Marques

Nem sempre uma boa história consegue sobreviver à transição do meio para onde foi concebida, para outro. A literatura está cheia de exemplos, de grandes obras que deram fracos filmes e livros banais conseguirem a imortalidade através da Sétima Arte. «Vedações» fica a meio do caminho, já que não desmerece a peça teatral de August Wilson. <br />O filme tem uma personagem central, à volta da qual tudo gira, Troy, um lixeiro que, em tempos de maior fulgor físico, fora uma grande promessa do basebol e que só não terá conseguido o estrelato por via da cor da pele. Vive com a segunda mulher e um filho de ambos, e por ali circula ainda um outro filho duma anterior relação e o irmão de Troy, deficiente por via da lesões em combate, mas cuja indemnização permitiu comprar a casa onde todos vivem. <br /><br />Portanto, de grande promessa, Troy passou a ser quase um nada, um lixeiro, que não consegue fechar a boca, que tem a sabedoria do mundo debaixo da língua, tratando os outros com sobranceria, seja filho ou mulher ou amigos. É claro que uma personagem desta jaez só pode trazer conflitos e, na verdade, é o que ele faz. Não se dá com nenhum dos filhos, magoa a mulher, é indiferente ao irmão e despreza os amigos. Daí o título, «Vedações», que são aquilo que todos nós acabamos por construir à nossa volta, mas que no caso de Troy, além de construir literalmente uma no jardim, confronta-se com todas as que os que o rodeiam não hesitam em construir. Ele quer ser referência, quer ser estrela mesmo quando o brilho se extinguiu. Não aceita essa realidade e apenas se torna num elemento perturbador da vida familiar. A tragédia adivinha-se. Não admira, por isso, a “luz” da última imagem do filme… <br /><br />O problema de «Vedações» é Denzel Washington. Não enquanto realizador, onde nada há a apontar, até porque se mexe muito bem nas cenas passados nos escuros e apertados interiores da casa de Troy. O problema é enquanto actor. A personagem exigia algum exibicionismo mas Washington não só não se cala durante infindáveis minutos, como impede as restantes personagens de abrirem a boca. Há vários monólogos ao longo do filme, alguns que só têm como função dar palco à personagem e ao seu infinito linguarejar, cheio de certezas próprias, para esconder o quão fraco e mau ele é. Portanto, Denzel Washington não só não conseguiu adpatra a peça à realidade do cinema , como também não conseguiu deixar de ser ele a vedeta. Cabotino até à medula! Felizmente para nós e até para ele, quem realmente brilha é Viola Davis, longe da personagem patética que interpreta na série com o argumento mais implausível algum dia mostrado em televisão: “How to Get Away with Murder”. O momento de explosão em que ela reivindica o seu direito a ser feliz é de antologia. Há mais energia naqueles segundos do que no filme todo! A Academia percebeu e entregou-lhe a mais do que merecida estatueta. Só isso, vale «Vedações».
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Uma auto-vedação

Francisco Zuzarte

Denzel Washington tem em Vedações (“Fences”) uma interpretação fantástica. Aliás, já nos habituamos a ver as suas mudanças de registo. Viola Davis tem neste filme o papel de um mulher apagada que tenta levar da melhor maneira a revolta do marido que, por não ter sido o que queria se vinga, na dureza com que trata o filho mais novo e no álcool que bebe em quantidades abundantes. Os dois, marido e mulher, complementam-se ou se quiserem compensam-se. Jim completa o quadrilátero já que de avançada idade tenta ser um conselheiro, ele próprio resignado com a vida que leva. Mas mantém a sabedoria. Depois há o irmão mais velho filho do casal e o irmão do protagonista que quis o destino não tivesse o dom da total (?) inteligência. Há depois a surpresa. Que não se conta por o ser. <br />Numa palavra, estão lá todos os ingredientes para um filme que “vindo” do Teatro, não resulta cinematograficamente. Os diálogos são longos, a camara nem sempre tem planos que avivem ou enriqueçam os diálogos, tornando-se ele próprio numa vedação para o público que o vê.
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Entre o suficiente e o bom

Paulo Lisboa

Fui ver o filme porque achei o argumento interessante e com um registo histórico. Também porque gosto de ver actuar Denzel Washington. <br />O filme vê-se mais ou menos bem. <br />Como pontos positivos, destaco as boas interpretações de todos os actores, especialmente a de Viola Davis, que mereceu inteiramente o seu óscar e de Denzel Washington. A história se bem que relativamente simples, tem um bom fio condutor e aborda dramas familiares e o que foi a discriminação racial na América no passado. <br />Como pontos negativos, destaco o facto de o filme ser realizado muito num registo de teatro, o que é visível pelo facto de mais de 90% do filme ser passado na casa ou no quintal do protagonista principal. Isso empobrece o filme e a certa altura causa até uma ligeira sensação de claustrofobia no espectador. Também não gostei do facto do protagonista principal, ser tão autoritário e rigoroso com a família. E no final revelar-se um perfeito canalha. <br />Estamos perante um filme entre o suficiente mais e o bom pequeno. <br />Numa escala de 0 a 20 valores, dou 13 valores a este filme.
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Vedaçoes

Nuno

Que critica é esta vinda de um suposto profissional.... triste pois é talvez o melhor papel do Denzel de sempre.
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Vedações

Germano Gomes

Filme extraordinário para quem sabe ver e digerir bom cinema,o que não acontece com a maior de quem critica este filme, incluindo o expert LM Oliveira que, certamente, está a criticar outro filme que não este. Eu aconselho-o vivamente.
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Tocante e profundo

Ramiro Esteves Ferreira

Um filme que gira à volta de uma família negra nos anos cinquenta a viver nos Estados Unidos e as privações por que tem de passar, em que o patriarca é quem ganha o pão para a casa e vai ditando as suas regras. Retrato de uma época em que as minorias eram oprimidas e, por isso, bastante atual porque algo de preocupante e perigoso se passa hoje em dia com quem governa aquela nação. <br />Tratando-se de um drama, é filmado e interpretado sem ceder a facilitismos, com muita dignidade e muito que ver e rever nas entrelinhas, mérito para a realização de Denzel Washington. A banda sonora, com clássicos de jazz e blues, é muito boa, nomeadamente num episódio marcante e emocionante da história que nos deixa rendidos ao momento e à música. <br />Confesso que por várias vezes e sobretudo na parte final senti calafrios de emoção. Este é o tipo de filme que nos faz pensar, que vai para além do imediato e retrata sentimentos, contidos ou expostos, de forma magistral, com Denzel Washington a ter uma interpretação tocante, como já nos habituou e Viola Davis também com momentos de grande intensidade dramática, a mostrar que é uma grande atriz. <br />As vedações, ou muros, a maior parte das vezes estão nas nossas cabeças e se não tivermos cuidado tomam conta de nós, algo a evitar com o que a vida nos vai ensinando.
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O melhor dos nomeados para o Oscar

Nelson

Para quem for culturalmente subdesenvolvido e não gostar de teatro não deve sequer tentar ver este filme, pois não é mais do que a transposição da peça de teatro que esteve na sua origem para o grande ecrã de cinema. <br /> <br />A peça (perdão o filme) passado nos anos 50 é sobre Troy Madison um negro de meia idade que trabalha na recolha de lixo. Vive amargurado por nunca ter tido oportunidade de se tornar um jogador profissional de basebol, numa América que segregava até no desporto. <br /> <br />O titulo é uma metáfora sobre o que é sua vida. Apesar de ao longo do filme estar a construir fisicamente uma vedação em torno da sua casa, na pratica já as construiu com as pessoas mais próximas: os seus dois filhos, o seu irmão e até mesmo com sua mulher vai construir uma barreira, após uma violenta discussão que será momento alto do filme. <br /> <br />Troy apesar da imagem de retidão que transmite, é um homem com pecados ocultos tanto do passado como do presente. <br /> <br />Não tenho dúvidas que Hollywood vai atribuir o Óscar de melhor ator a Denzel Washington e de atriz secundária a Viola Davis (aquela cena do “choro ranhoso” bastava para isso), mesmo que tenha antipatia por atores negros. <br /> <br />O ano de 2016 não foi dos melhores a nível cinematográfico, mas mesmo assim acho que Fences(Vedações) foi o melhor. Não ficaria aborrecido se outros que gostei como Moonlight ou Manchester by the Sea ganhassem, desde que não ganhe aquela coisa (para não usar outra palavra começado por m) chamada La La Land.
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Ó Senhor Denzel, que tal não repetir a experiência?

Maria Cabral

Se pensa que vai ver um filme. Desiluda-se. Vai ver teatro (mal) filmado. Se pensa que a temática dá realce aos problemas dos negros. Desiluda-se. A história bem que se podia passar com qualquer família de qualquer cor, em qualquer parte do mundo, cujo pai fosse um egocêntrico maníaco e um descarado machista. Tirando as alusões ao baseball e o facto do referido pai não ter sido aceite numa equipa americana, porque naquele ano de 1934 os negros ainda não eram aceites, tudo o resto (e o resto é tudo) se passa em torno deste egotista "patriarca". Se pensa que vai ver um bom filme. Desiluda-se. A realização é péssima e a direção de actores uma lástima. O desempenho super-exagerado do protagonista é lamentável e aconselha-se algodão para os ouvidos. Um verdadeiro cansaço. Uma exaustão total. Se pensa que vai sair a pensar no filme que viu. Vai. Mas sobretudo no dinheiro que empatou naquele pastelão insuportável.
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1 estrela

José Miguel Costa

“Vedações” é um drama sobre a dinâmica familiar de um amargo patriarca afro-americano da classe operária de Pittsburgh, cuja acção decorre na década de 50 do século XX. <br /> Trata-se da adaptação de uma multipremiada peça de teatro do dramaturgo August Wilson que resulta numa espécie de telefilme para visionar numa tv generalista, enroscado no sofá, na tarde de um qualquer domingo chuvoso. E com intervalos publicitários de 20 minutos, pois só assim se aguenta o irritante exagero dramático do Denzel Washington, que nos bombardeia com uma torrente de diarreia verbal em modo de “black gingão”, possivelmente, com um intuito pseudo naturalista (ao fim de 5 minutos de projecção já não suportava ouvi-lo). É no que dá o senhor acumular as funções de protagonista, realizador e produtor, não tendo, deste modo, alguém que o refreie na vontade de ouvir a sua própria voz. <br /> <br />Dir-me-ão que foi o suficiente para chegar aos óscares. E responderei cinicamente: “são as quotas hollywoodescas para negros, pá!”
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Grande filme

MDF

<p>"Vedações" é a nova obra de Denzel Washington que adapta para o cinema a peça homónima, e ganhadora de um Pulitzer, do dramaturgo Tony Award. <br /><br />Esta película, em que Denzel Washington surge no duplo papel de Realizador e Actor Principal, já recebeu um Globo de Ouro para Viola Davis pela sua notável interpretação como Melhor Actriz Secundária. Vamos aguardar pelo que o futuro das deliberações da Academia Americana mas, para mim, este é, desde já, um filme que mereceria honras de vitória. </p><p>Muito para além dos notáveis desempenhos de Whashington e Davis, que chegam a atingir níveis de espessura e profundidade longe, muito longe, da "banalidade" dos brilhantes actores, esta obra reflecte uma visão experiente de um actor que se aventura de forma notável pela realização. <br />Este é um filme que nos imerge e faz viajar pelo que é ser-se adulto, traduzindo uma maturidade invulgar. Whashington arrasta-nos para as contradições idiosisncráticas da adultez, colocando a nu, com um despudor gritante, que há verdades que, mesmo doendo muito, são elas que nos formam e nos fazem crescer. <br />Um grande filme a não perder.</p>
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