A Oliveira do Meu Avô

Imagem Cartaz Filme
Foto
Votos do leitores
média de votos
Imagem Cartaz Filme
Foto
Votos do leitores
média de votos
Comédia Dramática 100 min 2016 M/12 29/12/2016 ESP

Título Original

El Olivo

Sinopse

<p style="line-height: 1.38; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt" dir="ltr"> </p>Uma jovem espanhola de 20 anos viaja com um amigo e o tio para recuperar uma oliveira milenar que a sua família, caída em desgraça financeira, vendeu a uma grande empresa contra a vontade do avô – que não fala há vários anos e recentemente deixou até de comer – com vista a trazê-lo de volta ao mundo dos vivos. <br /> Com Anna Castillo como protagonista, um filme cheio de preocupações sociais da actriz e realizadora espanhola Icíar Bollain, protegida do britânico Ken Loach, cujo colaborador frequente Paul Laverty assina com ela o guião (é o segundo filme escrito por Laverty em 2016, a par de "Eu, Daniel Blake"). PÚBLICO<div><p style="line-height: 1.38; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt" dir="ltr"><span></span></p> </div>

Críticas dos leitores

A Árvore da Vida

Pedro Brás Marques

Ah, os avós!... Eu adorava os meus. Ensinaram-me tanto, mas tanto!... Nisso, era igualzinho a Alma, a protagonista deste filme espanhol, “A Oliveira do Meu Avô”. <br /> <br />Confrontada com o estado apático e quase vegetativo do seu avô, Alma engendra um plano para o retirar da letargia: ir buscar a centenária oliveira que ele tanto adorava e onde lhe ensinou a verdadeira sabedoria, aquela que foi burilada por anos de experiência. O problema é que a árvore fora vendida há muitos anos e nem sequer está em Espanha, mas sim na longínqua e Alemanha. Mas Alma não desiste e com a ajuda dum tio e dum amigo, partem todos a bordo dum camião para as terras frias da Germânia… <br /> <br />“A Oliveira do Meu Avô”, ou simplesmente “El Olivo”, título original, é uma encantadora história sobre o poder e a força das relações humanas, capazes de sobreviver para lá do materialismo que caracteriza a vivência contemporânea. Alma (que outro nome poderia ela ter?) recebeu do avô, desde pequenita, ensinamentos vários mas principalmente amor. Muito amor. A sua relação com ele era duma profunda cumplicidade, ao ponto de ela tudo fazer para, agora, o salvar. E ao fazê-lo, está a defender todo um sistema de vida, com séculos, em que as árvores eram tratadas não como meras fontes de rendimento, mas como seres vivos dignos de respeito. É óbvio que a escolha da árvore como simbolismo dum passado quase sacro não é inocente. Ao longo dos tempos, o Homem foi atribuindo à árvore um tremendo simbolismo, em especial por ela representar a ligação entre o submundo (as raízes) e o mundo celeste (os ramos inatingíveis). É aí que radica a simbologia da Árvore da Vida, da Escada de Jacó e de toda uma série de metáforas sobre a necessidade de materializar a nossa relação com o imaterial e com o Sagrado. A espanhola Iciar Bollain, uma das protegidas de Ken Loach, constrói, assim, uma história rica, com vários círculos de interpretação, tal qual os anéis duma árvore… <br /> <br />O tom oscila entre o drama e a comédia, o que dá uma certa leveza ao filme. Alma é interpretada por Anna Castillo, uma actriz vinda das séries de televisão e que tem aqui uma prova de fogo, ao vestir a pele duma personagem complexa, dividida entre o avô e o seu próprio futuro, que tenta explorar entre aventuras hedonistas e o seu trabalho na quinta. Tudo o resto são personagens secundárias, tal como todos os propósitos cedem perante o grande objectivo, recuperar a grande oliveira. <br /> <br />A dignidade com que tratamos a Natureza parece estar há muito está perdida, mas pode ser que volte a ser encontrada. Foi essa tentativa de reconstruir o passado, recuperando a árvore, salvando o avô, que a determinada Alma tentou fazer. Não interessa se o conseguiu. Interessa mais a semente que deixou em nós, para que respeitemos o passado na construção do futuro.
Continuar a ler

Envie-nos a sua crítica

Preencha todos os dados

Submissão feita com sucesso!