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Hell or High Water - Custe o Que Custar!

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Drama 102 min 2016 M/16 08/12/2016 EUA

Título Original

Hell or High Water

Sinopse

<div>Dois irmãos ameaçados de expropriação estão determinados a salvar a casa de família: Toby é um pai solteiro que faz os possíveis para assegurar o sustento dos seus filhos; Tanner, por seu lado, é um ex-presidiário com um sentido de justiça muito próprio. Para conseguirem a quantia necessária para conservar a propriedade, resolvem assaltar as várias sucursais do banco que os ameaça com a penhora. Tudo acontece de um modo relativamente pacífico até se cruzarem com Marcus Hamilton, um ranger do Texas à beira da reforma, conhecido pela inteligência e pelas capacidades de observação. Hamilton traça assim o perfil e as motivações dos dois assaltantes, antecipando os seus golpes e perseguindo-os por todo o território norte-americano até que um deles cometa um erro fatal...</div> <div>Com realização de David Mackenzie ("Young Adam", "Playboy Americano", "O Sentido do Amor") e argumento de Taylor Sheridan (que escreveu "Sicário - Infiltrado"), um "western" que conta com a participação de Chris Pine, Ben Foster, Jeff Bridges, Dale Dickey e Gil Birmingham, entre outros. PÚBLICO</div> <div> </div>

Críticas Ípsilon

Último código: o dinheiro

Luís Miguel Oliveira

Não chega a entusiasmar, mas Hell or High Water é uma peça sólida num movimento do cinema americano em busca duma radiografia do estado das raízes rurais do seu país.

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O velho Oeste

Jorge Mourinha

Jeff Bridges é imperial num filme que tem tudo de western moderno mas apenas prova como o género apenas pertence ao passado: Custe o que Custar.

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Críticas dos leitores

4 estrelas

José Miguel Costa

"Custe o que custar" é um (inesperado) grande filme americano ... realizado por um não americano (o inglês David Mackenzie). Tendo por base um drama familiar (a execução bancária de uma hipoteca sobre as terras de uma familia modesta), somos transportados para uma espécie de western realista contemporâneo no esquecido, asfixiante e pouco glamoroso território do Trump, o Texas (no qual os índios deixaram de ser os maus da fita – aliás, estes estão do mesmo lado da barricada dos cowboys, caídos em desgraça –, tendo sido substituídos nesse papel pelos implacáveis e maléficos banqueiros). <br /> <br />Trata-se de um filme carregado de ironia/humor negro (com diálogos, e interacções entre personagens improváveis, hilariantes), que o transforma num produto politicamente incorrecto (dotado de uma narrativa muito mais profunda do que aparenta, com acutilantes criticas indirectas e/ou metafóricas à progressiva decomposição social e económica), e nos leva a torcer pelos bad guys (afinal, como não simpatizar com dois tipos que – apesar de feios, porcos e maus – executam a vingança perfeita, ao liquidar as imorais dívidas ao banco com o dinheiro proveniente de assaltos levados a cabo nas suas próprias agências?). <br /> E como cereja no topo do bolo, ainda somos brindados com uma sublime fotografia "austera" e uma adequadissima banda sonora original (assinada por Nick Cave e Warren Ellis).
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Uma boa surpresa

Mónica

Um filme que surpreende e com uma intensidade pouco frequente.
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4 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

"Custe o que custar" é um (inesperado) grande filme americano ... realizado por um não americano (o inglês David Mackenzie). Tendo por base um drama familiar (a execução bancária de uma hipoteca sobre as terras de uma familia modesta), somos transportados para uma espécie de western realista contemporâneo no esquecido, asfixiante e pouco glamoroso território do Trump, o Texas (no qual os indios deixaram de ser os maus da fita - aliás, estes estão do mesmo lado da barricada dos cowboys, caídos em desgraça-, tendo sido substituidos nesse papel pelos implacáveis e maléficos banqueiros). <br /> <br />Trata-se de um filme carregado de ironia/humor negro (com diálogos, e interacções entre personagens improváveis, hilariantes), que o transforma num produto politicamente incorrecto (dotado de uma narrativa muito mais profunda do que aparenta, com acutilantes criticas indirectas e/ou metafóricas à progressiva decomposição social e económica), e nos leva a torcer pelos bad guys (afinal, como não simpatizar com dois tipos que - apesar de feios, porcos e maus- executam a vingança perfeita, ao liquidar as imorais dívidas ao banco com o dinheiro proveniente de assaltos levados a cabo nas suas próprias agências?). <br />E como cereja no topo do bolo, ainda somos brindados com uma sublime fotografia "austera" e uma adequadissima banda sonora original (assinada pelo Nick Cave e Warren Ellis).
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4* Excelente country music e...

Luis

...um "monte" de "mensagens" num filme que se deve ver. Em geral muito bom e onde o "velhote" Jef Bridges se empertiga para não ficar atrás dos 2 brilhantes "irmãos".
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A oeste tudo de novo

Pedro Brás Marques

Uma grande surpresa!... Confesso que o que primeiro me levou a este “Hell or High Water” foi a banda sonora assinada por Nick Cave e Warren Ellis, tornados irmãos pela graça de Melpomene. Mas o filme assinado por David McKenzie revelou-se grande muito para lé da música dos australianos, mostrando uma dimensão e uma solidez assombrosas. <br />A história começa a ser-nos contada através dum banal assalto a um banco. Logo seguido de outro. São dois irmãos, totalmente distintos entre si. Um, mais violento e emocional, passara dez anos na cadeia. O outro, mais racional e frio, acabara de se divorciar. Ambos partilham um problema: a hipoteca sobre a quinta da família está quase a vencer-se. Como não há dinheiro para a pagar, recorrem à única solução que lhes parece viável: roubá-lo! Em contraste, é-nos mostrado outra dupla fraternidade, não de sangue, mas de profissão: dois experientes “rangers”, a polícia estadual do Texas, que, mais do que os perseguir, procuram antecipar os movimentos e as acções dos dois assaltantes. <br />Este jogo de dualidades, entre novos e velhos, entre a Lei e o Crime, tem no terreno duro, seco, árido do Texas a materialização dum poder teocrático: é aquele semi-deserto quem dá a vida e a tira. As manadas de bovinos ainda por ali são criadas, mas estão em fuga porque há um incêndio que as persegue. Os trabalhadores que viveram sob a chuva de petróleo, deixam escorregar os seus olhos desempregados para os campos onde nada acontece e a extracção do ouro negro dispensa-os. Os bancos que guardavam as riquezas duma vida estão transformados em predadores materialistas que engolem os que não têm força para resistir, e são quase todos. <br />O cenário natural encontra uma lúgubre sintonia na desolação e no desencanto que perpassa por aquela “middle america”, sublinhado pela melancólica e belíssima banda sonora de Cave & Ellis. É natural que tenhamos alguma simpatia pelos dois irmãos que tentam salvar a família. Ronda por aqui o espírito de Frank Capra e do desesperado Bailey de “Do Céu caiu uma Estrela” ou do aviso de Springsteen em “Highway Patrolman” (“Man turns his back on his family well he just ain't no good “…), mas a verdade é que a Lei é para se cumprir e os dois irmãos violam-na flagrante e violentamente. Mas, talvez os dois irmãos ou, pelo menos, um deles, consigam a redenção, como a história do bom e do mau ladrão perante a justiça divina de Cristo, no Calvário. <br />Chris Pine está excelente, num registo angustiado, fechado, muito longe da luz que lhe deu o “Caminho das Estrelas”. É ele que se contrapõe ao irmão psicopata, pronto para tudo, até para morrer, numa interpretação segura de Ben Foster. Do lado da Lei, o destaque vai para essa lenda viva, não do Velho Oeste, mas do cinema dos últimos trinta anos, Jeff Bridges. O seu “ranger” é um agente perspicaz, inquebrável e absolutamente determinado, tal qual os velhos sheriffs que ali mantinham a ordem no século passado. Até porque, bem vistas as coisas, substituindo os carros por cavalos, tudo parece parado no tempo: os casinos, as prostitutas, os ranchos, as pequenas cidades, os minúsculos bancos, a sanha justiceira da população e, claro, o imutável deserto onde se escondiam os índios e os fora-da-lei dos quais só restam estes últimos… <br />Absolutamente brilhantes são a realização e a fotografia. Esta, por captar na sua plenitude a força esmagadora daquelas infindáveis e enganadoramente serenas paisagens. A realização de David McKenzie por não ter caído na casca de banana da obrigatoriedade de “acção” neste tipo de argumento. Muito pelo contrário, optou por planos longos e lânguidos e não teve receio em colocar as personagens a conversarem demoradamente sempre num plano imutável, quase uma heresia para a frenética montagem do actual cinema americano. <br />O filme está a passar despercebido, o que é uma pena, porque estamos no domínio da excelência cinematográfica. São obras como esta que nos fazem acreditar na virtude dessa arte que numerámos de sétima e que, com filmes destes, aguentará “come hell or high water”!...
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