Animais Nocturnos

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Drama, Thriller 117 min 2016 M/12 24/11/2016 EUA

Título Original

Nocturnal Animals

Sinopse

<div>Susan Morrow, uma artista plástica de Los Angeles (EUA), sente-se cada vez mais distante de Armie, o marido. Um dia, recebe pelo correio a cópia de um romance escrito por Edward, o seu primeiro marido, de quem não tinha notícias há já vários anos. A obra, que lhe é dedicada, conta a trágica história de um casal com uma filha. Ao mesmo tempo que se sente impelida à leitura, Susan sente-se profundamente incomodada com a violência contida no livro, acabando por se ver forçada a reavaliar as escolhas que a trouxeram até ali e as consequências de todas as decisões. E, na sua interpretação final da história, vê tudo aquilo como uma forma de vingança de Edward, que nunca superou o facto de a relação ter fracassado.</div> <div>Em competição pelo Leão de Ouro no Festival de Cinema de Veneza, onde recebeu o Grande Prémio do Júri, um “thriller" psicológico com realização, argumento e produção de Tom Ford (que regressa ao grande ecrã sete anos após a sua estreia com "Um Homem Singular"). Baseado na obra "Tony and Susan", de Austin Wright, "Animais Nocturnos" conta com a participação de Amy Adams, Jake Gyllenhaal, Michael Shannon, Aaron Taylor-Johnson, Isla Fisher, Armie Hammer, Laura Linney, Andrea Riseborough e Michael Sheen. PÚBLICO</div> <div> </div>

Críticas Ípsilon

Existencialismo de passerelle

Luís Miguel Oliveira

Animais Nocturnos, no meio de imensos queixumes sobre o “vazio” das vidas dos artistas ricos e famosos, limita-se a ser uma paupérrima variação sobre a história da pobre menina rica, enclausurada na sua luxuosa vivenda mas muito, muito infeliz.

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O rei vai nu

Jorge Mourinha

Tom Ford comete todos os erros que seriam de esperar de um primeiro filme. Só que Animais Nocturnos é o segundo.

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Críticas dos leitores

Animais nocturnos

Fernando Oliveira

O filme começa com uma encenação onde corpos femininos nus, deformados pela obesidade, dançam grotescamente; percebemos depois que é parte de uma exposição numa galeria de arte de Los Angeles, é a noite de inauguração e Susan, uma das responsáveis da galeria, sente-se abstraída em relação ao sentido de tudo aquilo. Este inicio introduz-nos num dos três tempos narrativos que Tom Ford conta neste “Animais nocturnos”: <br />O presente – Susan é infeliz, parece que perdeu o interesse pelo que faz, o casamento esgotou-se, os negócios do marido estão à beira da falência, pouca coisa parece ter algum sentido. Nessa noite quando regressa a casa, recebe uma encomenda do primeiro marido que ela deixou quase há duas décadas, uma cópia do seu primeiro romance que enfim escreveu e lho dedicou. Como o marido vai em negócios para Nova Iorque (saberemos mais tarde que é para estar com outra mulher) fica sózinha em casa e começa a ler o livro… <br />O que se ficciona no livro – um casal e a sua filha adolescente são atacados durante uma viagem no interior do Texas; ele é abandonado num lugar ermo, elas são violentadas, violadas e assassinadas; com a ajuda de um detective da polícia local vai conseguir punir os criminosos; mas acaba por morrer também… <br />As memórias de Susan – ao mesmo tempo que vai lendo o romance, ela vai recordando momentos da sua vida com o primeiro marido: o encontro em Nova Iorque; o final da relação; quando percebe que ele a seguiu quando abortou do filho que seria deles … <br />Quando numa das memórias de Susan ouvimos Edward (o ex-marido) responder-lhe que todos os autores escrevem sobre eles próprios, começamos a perceber que o que Tom Ford conta neste filme (o notável argumento é dele, adaptando uma novela de Austin Wright) é uma história de fantasmas. O romance será uma tentativa de ele, o ex-marido, exorcizar o seu amor, o seu passado com ela; há, no entanto, momentos consecutivos em que cenas do livro são encenadas da mesma forma que momentos do presente onde Ford parece mais querer sublinhar o poder da palavra escrita, é muito belo o momento em que depois de Susan acariciar o seu nome no inicio do livro, o filme começa logo a narrar a ficção contada no livro. Mas temos que ver a morte dos personagens do livro (pai, mãe e filha) como uma vingança do autor para com aquela mulher, um lavar de alma, um fim, uma representação, que a solidão de Susan no final parece definir. <br />Depois de um filme também muito bom, “Um homem singular” em 2009, Tom Ford realiza um filme admirável, um filme que nos perturba porque nos questiona, e nos projecta para uma sala de espelhos onde a imagem reflectida é muitas vezes perversa. <br />Haverá uma exagerada estilização narrativa e formal como é contado, mas os estremecimentos emocionais que provoca são suficientemente fortes para a esquecermos. <br />Magníficos são os actores: Amy Adams é uma Susan tão delicada, tão diáfana, que é absolutamente comovente; Jake Gyllenhaal é os dois maridos, personagens difíceis de ler, emocionáveis, mas que perecem não ter emoções; e Michael Shannon e Laura Linney, sublimes na textura com que expressam a sua representação. <br />Um filme inteligente, um dos melhores filmes de 2016. <br />(em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.pt")
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2* "Caricatural" e...

Luis

...e confuso. A síntese de uma América em desagregação? <br />Que fazer numa situação como a descrita? Desempenhos satisfatórios.
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Esteticismo de cabeleireiro

Luís Telles

Considerar Tom Ford um esteta com base no seu filme travesti de "Um Homem Singular", de Christopher Isherwood, vale umas boas gargalhadas! A estética do costureiro é a mesma que encontramos num anúncio da Martini ou de qualquer perfume masculino (com um toque homoerótico) prolongado por 90 minutos. Não há matéria dramatúrgica, inserção num ambiente social ou político, nem tão pouco personagens, no meio dessa pirosice delicodoce. Sei que a memória não é o forte dos portugueses, mas procurem estética noutros lugares: Ophuls, Visconti, Von Sternberg... "Animais noturnos" mais não faz que expor de forma dolorosa e patética a falta de substância deste simulacro de cinema.
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3 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

Tom Ford, o estilista que virou realizador (de "mão cheia"), depois duma magnifica primeira obra, "Homem Singular" (2009), retorna às telas de cinema com "Animais Noturnos", um dramático e labirintico triller psicológico (com algumas pretensões Lynchianas) sobre (des)amor, rancor, arrependimento e redenção. <br /> <br />Com esta segunda obra confirma-se como um esteta de qualidade superior, continuando a filmar com um exímio requinte visual (embora, com pena minha, tenha deixado de "carregar forte e feio" na estilização), sem perder o pé, mesmo quando abandona a sua zona de conforto (o ultra-chique glamoroso) e ingressa no "mundo rude e grotesco" (brindando-nos com algumas excelentes cenas com feios, porcos e maus no árido Texas). No entanto, sinto que perdeu algum do seu encanto inicial (mas também é verdade que esta minha frustraçao poderá advir de ter entrado na sala de cinema com as expectativas demasiado elevadas), levando-me a suspirar pela sua anterior "melancolia poética" <br />Não se pense, todavia, tratar-se de uma obra menor, "apenas" lhe falta quelque chose que a eleve ao nível duma peça de "alta costura". Talvez o handicap resida no argumento algo subdesenvolvido e/ou careça duma cosidela mais eficaz entre as partes que a compõem, que além de não possuirem a mesma intensidade dramática, parece nunca chegarem a complementar-se (e isto por tratar-se duma narrativa com constantes idas e vindas temporais, intercalando o passado e presente da protagonista, bem como um plano ficticio, que decorre dum livro que esta se encontra a ler), esmorecendo, deste modo, o suspense. <br /> <br />De entre a autêntica constelação de mega-estrelas, destaque-se a magnética Amy Adams, a hilariante transfiguração de Michael Shannon e a decepcionante prestação de Jake Gyllenhaai.  
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Brutal

JR

Brutal da primeira à última cena percorrendo todos os significados reais ou figurados que a palavra encerra. Cinema em estado puro. Amy Adams, Jake Gyllenhaal e Michael Shannon com interpretações excelentes e com pleno direito a Óscar. Um filme que não nos deixa mesmo depois de termos abandonado a sala. Ver este filme é obrigatório.
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