<div>Quando Hana (Alba Rohrwacher) era ainda bastante jovem, para evitar um casamento indesejado, invocou um antigo costume albanês, a lei de Kanun, e jurou ficar eternamente virgem. Em troca, teria de renunciar a tudo o que de alguma forma representasse a sua feminilidade. Assim, assumindo-se como Mark, a sua identidade masculina, rejeitou qualquer forma de amor ou intimidade. Depois de dez anos a viver nas montanhas, suportando a solidão, a fome e o frio, percebe que é chegado o momento de recusar os preceitos impostos por uma sociedade com que não se identifica e mudar. Para isso, abandona tudo o que até aí viveu e segue até Milão (Itália), onde reencontra uma prima, que há muito fugiu da Albânia, e a sua filha adolescente. Com elas, e num mundo completamente diferente daquele a que se acostumara, tentará reencontrar a mulher de que foi obrigada a abdicar mas que talvez ainda exista no fundo de si mesma.</div> <div>Em competição na 65.ª edição do Festival de Cinema de Berlim, um filme dramático realizado pela italiana Laura Bispuri (que aqui se estreia em longa-metragem), que adapta a obra da escritora, realizadora e argumentista Elvira Dones sobre a antiga tradição albanesa – ainda hoje praticada – das "virgens prometidas". PÚBLICO</div> <div> </div>