Tenho para mim (e não devo estar muito longe da realidade) que esta "coisa" que é o "Cosmos" deve ter surgido, mais ou menos, do seguinte modo: <br />- O Andrzej Zulawsky teve um grave surto psicótico e calhou que o Paulo Branco (produtor) estivesse consigo. Este último tomado pelo pânico, e sentindo-se impotente perante tal situação, pensou para com os seus botões "este tipo já não filma há 15 anos, e como ainda tenho uns trocos que saquei ao ICA e à RTP, pode ser que passando-lhe uma câmara para a mão se distraia um bocadito. Mesmo que saia bosta, logo direi que se trata de cinema de autor". E assim o incompreensível (não) ganhou forma! <br /> <br />De facto, este desconcertante filme estranha-se e nunca se entranha, pois nexo é algo que não lhe assiste - o absurdo e o excêntrico ultrapassam, de forma insuportável, todos os limites do ridiculo e sobrepõem-se irreversívelmente ao "todo" (até para mim, que sou adepto do surrealismo e "afins"). <br />Já a direcção de fotografia é 5 estrelas e o Andrzej brinda-nos com planos de se lhe tirar o chapéu (inclusive, a realização foi premiada no Festival de Locarno). E só por isso é que consegui visionar o Cosmos ... até meio! MAS PORQUE MOTIVO ME ARMO EM PSEUDO E NÃO FUI VER O LEÃO DA ESTRELA?!