Se as Montanhas se Afastam

Imagem Cartaz Filme
Foto
Votos do leitores
média de votos
Imagem Cartaz Filme
Foto
Votos do leitores
média de votos
Drama 131 min 2015 M/12 15/09/2016 China

Título Original

Shan he gu ren

Sinopse

<div>Uma história em três momentos - 1999, 2014 e 2025 – sobre Tao, uma mulher dividida entre dois pretendentes: Zhang e Liang. O primeiro é o promissor proprietário de uma estação de serviço; o segundo trabalha numa mina de carvão. A decisão de Tao, em 1999, vai ter repercussões definitivas na sua vida, que acompanharemos em 2014 e 2025.</div><div>Depois do sucesso de “Plataforma” (2000), “Still Life - Natureza Morta” (2006), “24 City” (2008) ou “China - Um Toque de Pecado” (2013), este filme é a oitava longa-metragem do realizador Jia Zhang-ke. A obra pretende ser uma reflexão sobre uma China em profunda mutação e a emigração como a promessa de uma vida melhor. O elenco conta com Zhao Tao, Zhang Yi, Liang Jingdong, Dong Zijian e com a participação especial de Sylvia Chang. PÚBLICO</div><div><br /></div>

Críticas Ípsilon

Três tempos

Luís Miguel Oliveira

Jia aproxima-se do melodrama como nunca o tinha tentado.

Ler mais

Críticas dos leitores

Go west

Nelson Faria

A evolução da China visualizada em três momentos: 1999, 2014 e 2025. <br /> <br />Como pano de fundo, uma mulher cortejada e dividida entre dois homens, representativos de dois mundos, duas montanhas que se afrontam e procuram coexistir: a antiga organização da sociedade inspirada em Mao; a nova ordem económica já dominante. <br /> <br />O realizador serve-se de "Go West", dos Pet Shop Boys, para mostrar que caminho está a ser tomado:"Go west, this is what you are gonna do, go west". <br /> <br />O filme demonstra e explica as contradições e as forças que se opõem na sociedade chinesa através da evolução das vidas de três pessoas que configuram um triângulo amoroso. <br /> <br />De realçar o trabalho de montagem para representar o futuro (2025) - é sempre interessante conjecturar através de imagens criativas. Nos momentos 1999 e 2014 a mistura de motivos/adereços alusivos aos dois mundos em confronto é segura e convence o espectador da justeza dos decors. <br /> <br />Filme educativo, a não perder.
Continuar a ler

3 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

Depois de "24 City" e "China - Um Toque de Pecado" (dois dos meus filmes favoritos de 2008 e 2013, respectivamente), o mestre Jia Zhang-Ke (pertencente à designada 6ª geração do cinema chinês) regressa com o tépido "Se As Montanhas Se Afastam" (uma espécie de alegoria em formato de romance), através do qual volta a mergulhar num dos seus temas fetiche - as idiossincrasias da capitalista China contemporânea, em processo de vertiginosa despersonalização cultural e de perda de identidade/"memória", por incapacidade/"desinteresse bimbo" em conciliar a modernidade com a tradição milenar. <br /> <br />Não é uma das suas melhores obras, todavia, continua a encantar com a sua extrema subtileza melancólica, bem como a ter a capacidade de efectuar, de modo indirecto, uma feroz crítica ao modelo politico/económico/social vigente, fazendo-se valer para o efeito ("apenas") das emoções dos seus personagens. Neste caso relatando-nos os episódios de vida de uma mulher separada do seu filho, em três períodos distintos (1999 - simbolísmo da mudança do milénio? -, 2014 e 2025), possivelmente, com o objectivo (principal) de dissertar sofre o futuro (decadente) da sua mãe-pátria (a titulo de curiosidade -e não sendo spoiler-, em 2025, o filho da protagonista, com o irónico de "Dollar", encontrar-se-á de tal modo alienado da cultura base que apenas falará em inglês, não conseguindo sequer comunicar com os nativos). <br /> <br />Embora a adopção deste faseamento temporal pudesse à partida ser interessante, acaba por revelar-se o seu principal handicap, sobretudo por a "3ª parte" apresentar-se demasiado dispar das duas subsequentes, nomeadamente, ao nível da "linguagem cinematográfica" que, em determinados momentos, até soa a "incongruente com o todo" (e Jia Zhang-Ke quase perde a "poesia" que lhe é tão característica - ok, possivelmente, estou a ser demasiado critico, pois basta a cena de um grupo de jovens pop kitshs a dançar freneticamente ao som dos Pet Shop Boys, enquanto um dragão chinês se pavoneia num canto, para ficar logo rendido). <br />Já a utilização de 3 formatos de imagem diferenciados (tal como a transição gradual da paleta de cores variadas e intensas para uma predominância do branco e tonalidades menos saturadas) para cada um dos momentos acaba por resultar na perfeição se encararmos tais opções técnicas como uma metáfora complementar da mensagem que o realizador pretende transmitir.
Continuar a ler

Envie-nos a sua crítica

Preencha todos os dados

Submissão feita com sucesso!