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Sono de Inverno

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Drama 196 min 2014 M/12 08/01/2015 FRA, ALE, Turquia

Título Original

Kis uykusu

Sinopse

<p>Aydin (Haluk Bilginer) é um actor reformado que gere um pequeno hotel nas montanhas da Anatólia (Turquia), juntamente com a irmã, Necla (Demet Akbag), que ainda traz as feridas do divórcio recente. Aydn vê-se como um amado benfeitor da região mas, em casa, lida com as emoções e discussões da relação tempestuosa – e em falência iminente – com a jovem mulher, Nihal (Melisa Sözen). Com a chegada do Inverno, o hotel torna-se um refúgio para os três. Enquanto a neve vai caindo, eles vão tropeçando e mergulhando cada vez mais nos seus dilemas e conflitos, revelando a sua natureza e verdade mais profundas. <br /> Um drama sobre a vida conjugal, assinado por Nuri Bilge Ceylan, realizador já descrito como o "Antonioni turco". O argumento foi escrito por si, em parceria com Ebru Ceylan. "Sono de Inverno" foi distinguido com a Palma de Ouro no 67.º Festival de Cannes.<br /> PÚBLICO</p>

Críticas Ípsilon

O autor prêt-a-porter

Vasco Câmara

O realizador de Longínquo era, talvez, um cineasta mais humilde e mais justo para com os seus limites do que o de Sono de Inverno: filma para inscrever o seu nome numa espécie de estilo prêt-a-porter do cinema de autor.

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O mundo é um palco

Jorge Mourinha

A Palma de Ouro de Cannes é um filme magnífico sobre gente que procura reencontrar o equilíbrio num mundo gelado.

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Críticas dos leitores

Excelente!

Anónimo

Estamos na época dos efeitos especiais, que encantam as mentes adormecidas com baldes de pipocas ao colo. Época de cinema para estupidificar. Este, porém, é mesmo cinema! Uma obra que pode despertar quem está na realidade em estado hipnótico. Muito bom cinema.
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Excepcional!

Fernando Jesus

É um lugar comum dizer obra-prima! Mas o filme é de facto uma obra-prima do cinema. Grande direcção de fotografia, excepcional elenco, estrondoso argumento! Vasco Câmara!?? por amor de Deus!!! Respeito pelo cinema!
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Son(h)o de Inverno

Cerveira Pinto

<p>Numa época em que o cinema parece ser apenas efeitos visuais e sonoros, um filme construído com base no texto e nos diálogos é algo de extraordinário, ainda mais se, como é o caso, tal é perpetrado por grandes actores como os deste filme. Sem adornos, sem efeitos, a acção decorre serena e em crescendo de emoção, assente numa realidade local em que os "cenários" são apenas os espaços interiores dos edifícios e as paisagens... </p><p>Quanto a mim, o grande mérito vai para as emoções que o filme desperta quanto à descoberta que vamos fazendo dos personagens. Quando estamos quase a "simpatizar" com uma das personagens o realizador confronta-nos com "o outro lado" dessa personalidade, num jogo psicológico que não é mais do que dar a entender que o mundo não é a preto e branco e muito menos o é a personalidade humana... </p><p>Um filme notável, que tira o máximo partido das prestações dos actores, que nos leva à introspecção e nos cativa do princípio ao fim...</p>
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Hipnotizante

Elisabete Santos

Sempre apreciei BOM CINEMA e não me recordo de, em algum momento da minha vida, um filme mexer tanto com o meu EU como este. Se está à espera de um filme vulgar e sem confronto com o Eu, não vá ver este filme. O argumento toca-nos a todos, a fotografia é fantástica. 3h15 de filme que valeram muito a pena. Ainda sem palavras...
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Sono de Inverno: Um filme soberbo

Patrícia Mingacho

Hoje, indo ao encontro das palavras de Robert Musil que dizia que matamos o tempo para iludir a angústia que será o tempo que um dia nos há-de matar, sentei-me numa sala de cinema e decidi que iria ter a paciência necessária para absorver 3 horas e meia de cinema. Por vezes, é necessário ter esta paciência para nos surpreendermos com o que ainda de muito bom se faz em cinema. Hoje, nesta cadência do meu viver, entreguei-me a “Sono de Inverno”, um filme do realizador turco Nuri Bilge Ceylan e que ganhou a Palma de Ouro em Cannes. <br /> Este filme é, sem dúvida, uma obra-prima do cinema contemporâneo. É surpreendente como o tempo passa e não sentimos que todo aquele tempo é desnecessário…há filmes que, tal como certos momentos do nosso viver, merecem tempo para absorvermos pormenores, situações que de outra forma soariam a vazio… Deambulamos por este filme e encontramos paisagens colossais: a brancura preenche o ecrã e ficamos naquele espaço, numa letargia que só a neve sabe inculcar… Deambulamos por este filme e vamos ao encontro de nós mesmos carregados de anseios, medos, preconceitos e soberba. Olhamos para aquela tela e no confronto entre as personagens, no diálogo entre dois irmãos, no diálogo entre o casal protagonista, existe um pouco de nós… Se o tempo do filme nos assusta, é precisamente desse tempo longo que o filme vive, já que é esse o tempo necessário para nos aproximarmos daquelas personagens porque aquele é o tempo real, porque o tempo real do confronto é longo…a vida, tal como os nossos diálogos que vão ao encontro do tudo e do nada faz-se de tempo, quantas horas tecidas em torno de conversas passámos à volta de uma mesa? Este filme é, sem dúvida, sobre estas questões, sobre as ideias tecidas entre duas pessoas que se amam, sobre o afastamento que existe entre dois seres, sobre a incapacidade que temos de ser iguais ao outro por mais vida que tenhamos ao seu lado. A vida, enquanto confronto vivo, enquanto inquietude constante, enquanto incapacidade para que o outro nos veja da forma que quereríamos que nos visse está naquela tela… Este é cinema do mais real que podemos ver e foi por isso que, ao sair daquela sala, não saí sozinha pois aqueles confrontos, aquela solidão é também minha, é também nossa…
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Michelangelo

EC

Não, não é o “Antonioni turco”. Este filme talvez tenha mais diálogos do que toda a filmografia de Antonioni. Quando muito, aproxima-se do “Laço Branco” de Michael Haneke. Uma boa ilustração de como o pior de todos os pecados é a soberba. Que plantada em terreno fértil é a melhor semente para a germinação do ódio.
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5 estrelas

Virgínia Dias

Adorei! com este Cinema volta-se a casa mais enriquecido como pessoa. Aplaudo quem tem a "ousadia" de se distanciar do vulgar, e nos apresenta obras desta riqueza intelectual. Subscrevendo a apreciação dos outros leitores, aguardo por mais...
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2 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

O vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes, "Sono de Inverno" (não podia ter um titulo mais elucidativo) é um filme para se ver (muito) desperto, com os níveis de paciência nos "píncaros máximos" e com um café duplo no bucho antes da entrada na sala de cinema (e mesmo assim, por certo, muitos dos corajosos cinéfilos acabarão por cair, inevitavelmente, nos braços de Morfeu - só para satisfazer a vossa curiosidade, mantive-me de pestana bem aberta, que eu cá sou dos duros). <p> O problema da película nem sequer advém da sua duração (196 minutos) e/ou ritmo lento que a caracteriza (pois, esses são aspectos que até se tornam "subjectivos" quando estamos perante um filme de qualidade com a capacidade de nos "prender à cadeira" - o que não é, definitivamente, o caso em apreço), mas do facto de ser, pura e simplesmente, aborrecida (consequência do uso e abuso de longos momentos reflexivos com pretensões pseudomorais sobre o "nada"). <br /> Efectivamente, e de um modo objectivo, esta obra apenas é detentora de 2 ou 3 picos emotivos de grande intensidade, bem como alguns bons diálogos (mais no que concerne à sua qualidade literária que ao conteúdo propriamente dito - quase sempre desinteressante e inócuo), insuficientes para compensar os restantes períodos de letargia. </p>
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Maria

Maria

Achei muito bom, quer o texto quer a imagem. O tempo passa sem se dar por isso.
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Cinema a sério!

Pedro Brás Marques

Alto! Parem as máquinas porque isto é Cinema!... É o que se apraz dizer depois de se assistir a este estupendo “Sono de Inverno”, do realizador turco Nuri Bilge Ceylan, o mesmo do belíssimo “Era uma Vez na Anatólia”. Desde a interpretação à qualidade literária dos diálogos, sem esquecer uma belíssima fotografia, em especial de interiores, tudo parece perfeito no vencedor deste ano da “Palma de Ouro” de Cannes. E os dois actores principais, Haluk Bilginer y Melisa Sözen estão, simplesmente, soberbos. <br />O cenário é a Capadócia, na Turquia profunda. Numa aldeia troglodita, os habitantes vivem em casas escavadas na rocha, assim se protegendo melhor do frio e do calor, consoante a época do ano. Mas estamos no Inverno, tempo duro, com a neve pintar de branco os “cones de fadas” e a dificultar a circulação dos habitantes. É tempo de hibernar, de ficar por casa junto à lareira, usando o tempo livre para questões mais pessoais… E é aqui que os problemas emergem. Como em qualquer sociedade, há ricos e pobres, há novos e velhos, há diferentes perspectivas do que é a Vida… Aydin, a personagem central, é dono de um hotel e de inúmeras propriedades arrendadas, é rico, gosta de livros e de escrever, já foi actor e está casado com Nihal, uns vinte anos mais nova. A experiência dos anos faz toda a diferença, quer na forma como Aydin aborda as dificuldades com um arrendatário faltoso quer no seu relacionamento com a jovem esposa. São dimensões mentais e processos de maturação interior opostos, mas são também exemplos simbólicos das reacções e das relações humanas perante a realidade material e a realidade imaterial. Aliás, o ponto de vista do filme é sempre o de Aydin, como o próprio realizador expressamente nos transmite num dos planos iniciais, ao fazer a câmara entrar na cabeça da personagem. Aydin tem-se em conta, acha-se esclarecido e até o é, mas não é exactamente essa a imagem que os outros têm dele, incluindo a sua mulher e a sua irmã. Habilmente, o realizador Nuri Ceylan ergue vários pólos à volta de Aydin, cuja interligação constitui o motor do trama de “Sono de Inverno”. <br />Não é comum verem-se referências, expressas e tácitas, a Dostoievsky, a Shakespeare, Tchekov ou a Moliére num filme contemporâneo, como as que aqui temos. Como também não é comum assistir-se a uma discussão de meia-hora, tensa e profunda mas surpreendentemente serena, entre um casal. Não há berros, não há insultos, não há agressões, mas sim um homem e uma mulher em sucessivas trocas de argumentos, de olhares, de queixas, de dores. Este diálogo, à lareira (o “lar”…) entre Aydin e Nihal dura, repito, uma boa meia-hora, ininterrupta, e não há sombra de tédio neste momento cinematográfico absolutamente brilhante. E que dizer noutro momento magistral, aquele em que um criador de cavalos tenta tirar da água um equídeo selvagem, acabado de ser capturado, que procura desesperadamente libertar-se? O ser vivo procura sempre a liberdade mas será que, em nós, humanos, a existência da razão é a nossa verdadeira prisão? E será que o Amor é a chave da libertação? No final, o «velho» Aydin, encontra a resposta. <br />O ritmo do filme é lento, mas não aborrecido. É preciso tempo para as ideias assentarem, é preciso tempo para percepcionarmos o que estamos a ver, é preciso tempo para saborear a vida. São filmes destes que ainda fazem acreditar no poder do cinema, na sua capacidade de nos fazer ver em como estamos vivos e o quão maravilhoso isso é. Obrigatório.
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